A emenda e o soneto
Sosseguem que não vou aqui acusar Armando Vara de ter recebido dez mil euros de Manuel Godinho. Não sei se o fez ou não, cabe à justiça prová-lo. Até lá, presume-se inocente.
Não é a face oculta que me preocupa agora, é a outra face de Armando Vara. A minha acusação é outra, falta de ética!
Foi ontem inquirido em Aveiro. À saída, afirmou aos jornalistas que de Manuel Godinho apenas recebeu uma caixa de robalos. Não se quedou por aqui, assim mandava a prudência.
Vara confirmou que tinha relações profissionais com Manuel Godinho, por ele ser cliente da Caixa Geral de Depósitos, onde o arguido era administrador, e depois para tentar angariá-lo para cliente do BCP.
Melhor dizendo serve-se da sua posição como ex-administrador e ex-director da Caixa Geral de Depósitos para sacar dali os clientes.
Ironia é que o banco que ele assim tenta "lesar" é o mesmo que lhe há-de pagar a reforma quando resolver meter os papéis...