Pela boca morre o peixe
É o que está a acontecer com Júlio Alberto Poch que foi piloto do regime do general Videla. Participou do horror de lançar desde os aviões os detidos pela feroz ditadura que semeou o terror entre 1976 e 1983 na Argentina. Não parava de o contar e disso se gabar entre os colegas das linhas aéreas Transavia da Holanda.
Esqueceu-se ou julgou-se a salvo das quatro acusações por torturas e assassinatos na Argentina, até ao dia em que a polícia espanhola o deteve no aeroporto de Manises, Valência, ao comando de um avião que quase diariamente fazia a rota Valência - Amesterdão. Até ao dia em que a Argentina pediu a sua extradição que acaba de ser concedida pela justiça espanhola.
Tudo começou quando um juiz federal de Buenos Aires começou a pôr fim à liberdade de Poch, quando ditou uma ordem internacional de busca e captura. A Poch perdeu-o a boca e a arrogância. E o juiz Sérgio Torres, encarregado de perseguir os pilotos dos "voos da morte", não desaproveitou a oportunidade.
Ainda há mais peixes para apanhar...