Mais uma acha para a fogueira...
Troca de tiros, o taxista disparou primeiro, esta é a versão que foi avançada por todos os meios de comunicação social. Nenhum destes ousou levantar a mínima dúvida, bem vistas as coisas trata-se do Governo de Sua Majestade, a mais velha democracia do mundo.
É claro que quando esta comunicação social há muito se entregou nos braços do poder dominante, não é de estranhar que alguns jornais e tvs para justificar uma morte recorram a considerações sobre o carácter da vítima que nem ao diabo lembraria, provavelmente o mesmo diabo que agora por via da comissão - Independent Police Complaints Commission (IPCC) - nos vem agora dar conta que afinal Mark Duggan não disparou um único tiro tendo sido alvejado no peito e num braço.
Era um gangster! Acusação que dará por certo mais consistência à versão do governo, como se agora a aplicação da justiça no Reino Unido dependesse apenas dos humores de um qualquer polícia.
Azar dele, comentam ainda outros, curiosamente o mesmo azar do cidadão brasileiro assassinado pela polícia que o tomou por "perigoso terrorista" nas escadas do metro londrino após os acontecimentos do 7 de Julho de 2005 ou o de David Emmanuel, um reggaer britânico que morreu com uma facada no coração durante um raide da polícia à sua residência, a mesma que diz que o reggaer se esfaqueou a si próprio enquanto fazia uma chávena de chá, a fazer-me lembrar aquele outro que por cá foi decapitado em plena esquadra da polícia.
Pobres daqueles que não se dão conta para onde estão a conduzir o mundo. A besta anda à solta.