Ataques de pânico
Só mesmo uma estranha figura como a de Vítor Gaspar se pode surpreender com a diminuição das receitas fiscais, nomeadamente as do IRS e da Segurança Social, que em Janeiro tiveram uma quebra de 6,1% relativamente ao mesmo mês do ano passado. Vítor Gaspar diz-se apostado em inventar a roda, coitado não se dá conta que ela gira há milénios e sempre para o mesmo lado, parece um alquimista que pôs de lado a ideia do ouro e depois de entregar a farinha e os ovos aos banqueiras da senhora Merkel imagina-se a distribuir omeletas.
Assobia para o lado quando lhe apontam uma taxa de desemprego recorde de 14,8%, perde a compostura, diariamente ensaiada frente ao espelho antes de sair de casa, e envolve-se numa luta corpo a corpo com o seu homólogo da economia pela gestão de alguns milhões de fundos comunitários, com o ar benevolente do primeiro-ministro. É a síndrome do pânico a instalar-se no governo, a coisa começa devagar mas torna-se feia se não for tratada a tempo. Não me admiraria mesmo nada se fossem nomeados mais uns quantos "especialistas", psicólogos não, já há lá muitos e não dão contam do recado, tudo aponta para que os psiquiatras sejam a próxima tranche. Garanto que uma dúzia de camisas de força resolvia o problema num instante.