No rescaldo
Depois do referendo na Venezuela sobre se os cargos políticos devem ou não devem ter limites de mandatos estalou novamente o verniz na comunicação social cá do burgo. Mais irritados ficaram por o sim ter ganho com uma diferença superior a um milhão de votos e por o referendo ter sido considerado transparente e justo pelos observadores internacionais.
Faz-me confusão que exactamente os mesmos críticos considerem normal que se faça um novo referendo na Irlanda, mas argumentam que aí é o povo que decidirá.
Provavelmente na Venezuela aquilo não é povo...
Talvez considerem normal que Sócrates se perpetue no poder, através do voto, cá como lá.
Provavelmente o nosso voto é diferente do deles...
Estou-me borrifando que Sócrates possa ser sucessivamente candidato. Preocupado isso sim ficarei se o povo o eleger, ATRAVÉS DO VOTO, para sucessivos mandatos. É o povo que tem que construir a alternativa. Não é mudando obrigatoriamente a cara, mantendo o mesmo corpo.
Cabe ao povo decidir do seu futuro e não me digam que um é mais povo do que o outro povo.