Bater no fundo
No meio desta estória mal contada pelo DN e pelo Público sobre as alegadas escutas à Presidência da República quem uma vez mais sai mal é o jornalismo português, a sua credibilidade bateu no fundo.
Os pseudo jornalistas, alinhados de um e outro lado da barricada, servindo as estratégias de um e outro partido, não só nos atiram com a areia para os olhos como atrás arremessam a própria camioneta.
Numa altura em que deviam primar pela isenção, deixando o povo escolher livremente os seus representantes, fazem-nos chegar a voz do "dono" no meio de pontapés e caneladas. Vale tudo até arrancar olhos.
Afivelam um ar sério e nas televisões ou editoriais, consoante o lado da barricada, afirmam que este ou aquele senhor está a fazer jogo sujo.
Mandam às urtigas a deontologia, cravam facas nas costas uns dos outros e espezinham as próprias fontes. Armadilham notícias, tudo vale na defesa do supremo interesse, o Partido.
Parte da minha formação também passou por jornais, pela leitura de grandes cronistas cuja esmagadora maioria já não está entre nós, por isso cerro os punhos de raiva e tenho pena que os jornalistas não vão a votos...