Rasteirinho
Depois de um debate civilizado entre o padre Carreira das Neves e José Saramago a propósito do último livro deste, na SIC-Notícias, e não vou aqui discutir da bondade dos argumentos de um e de outro, até porque poderia ser suspeito, dada a minha "ralação" com a igreja, eis que me entra a pocilga pela casa adentro.
Saldanha Sanches, insigne "fiscalista", trazendo ao de cima algum ódio recalcado, retira a laranja da boca e despeja assim de uma assentada: "Saramago foi viver para Lanzarote para fugir dos impostos!"
É claro que isto dito por "entendido" na matéria de impostos ganhava mais credibilidade e sempre cobrava algum caso mal resolvido no passado, talvez do tempo em que militava no MRPP.
Mas a vida às vezes tem destas coisas, Saldanha Sanches, tanta a sua pressa em caluniar, nem se deu conta que Saramago não tinha tido tempo sequer de tirar a maquilhagem e lá veio o desmentido da régie para Mário Crespo que, com o riso nos olhos, lá lhe foi dizendo que afinal não era bem assim que Lanzarote não tinha nenhum regime fiscal especial e que Saramago pagava os seus impostos cá na terrinha.
Quando Saldanha Sanches abriu a boca com o sorriso alarve de quem foi apanhado a roubar um frasco de rebuçados, juro, está cá a minha mulherzinha que não me deixa mentir, a primeira palavra que me saiu foi, PORCO! E também juro que se estivesse lá ao pé lhe metia a laranja outra vez na boca...