Quem é quem?
Aquilo está mesmo mau no Afeganistão, as tropas dos Estados Unidos já nem conseguem distinguir os seus dos inimigos, chego a pensar que já disparam de olhos fechados, talvez cansados daquela guerra que não é sua.
Desta vez bombardearam por engano forças da Nato e forças afegãs, na província de Badghis. Resultado, morreram sete soldados e polícias afegãos, mais sete soldados da Nato mortos ou feridos e ainda cinco soldados dos Estados Unidos feridos. Se a estes juntarmos mais cinco soldados britânicos mortos por um polícia afegão, e isto tudo na última semana, pode dizer-se que por aqueles lados aquilo vai de mau a pior e já lá vão oito anos.
Enquanto isso um estudo publicado nos Estados Unidos pela Associação Americana de Psiquiatria conclui que 40% dos militares regressados do palco de guerra ficam com transtornos para sempre nomeadamende os provocados por stress pós traumático.
A exposição a situações em que as suas vidas ou a dos companheiros correm grave perigo, a frustração e enfado pela falta de preparação e equipamento, a sensação de que não há uma solução para o conflito à vista, as privações na zona de guerra, as preocupações com a carreira e e a família, o racismo e o assédio sexual dentro do exército e ainda os longos dias de trabalho são as causas desse stress pós traumático.
Mas há no exérito dos Estados Unidos quem fomente a ideia de que o stress pós traumático é algo que só se passa com os débeis. O resultado, segundo aquele estudo, é que a maioria dos soldados tende a ocultar os seus problemas mentais, até que seja demadiado tarde.
É claro que nos Estados Unidos estes estudos valem o que valem e como tal aí está o Pentágono a pedir ao Congresso um reforço de 50 mil milhões de dólares para aquela guerra e um reforço de 40 mil soldados, que tal como os que chegaram ali em 2001 julgarão que a população local lhes irá prestar agradecimentos eternos. A realidade porém mostrar-se-á muito diferente... Tardam também a chegar à conclusão de que a guerra cria mais terrorismo.
