Militarmente apropriado?
Serão vícios do passado, será que nunca se perdem os hábitos?
Uma semana depois de ter tomado posse como ministro da defesa da Alemanha, essa aventesma que dá pelo nome de Karl-Theodor zu Guttenberg veio a público justificar aquilo que ficou conhecido pelo "massacre de Kunduz", no Afeganistão, e que retirou a vida a cerca de 140 civis, quando um louco coronel, outra aventesma, que dá pelo nome de Georg Klein, ordenou o bombardeamento sobre dois tanques de combustível em Setembro último.
Guttenberg defendeu esta atrocidade, o incidente mais sangrento na história das forças armadas alemãs após a segunda guerra mundial, sem sequer esperar pelo resultado das investigações que entretanto se desenrolam.
Numa conferência de imprensa declarou sem pestanejar que o bombardeamento dos tanques de combustível foi "militarmente apropriado". O que não era apropriado era roubarem os dois tanques. Quantas vidas custaram isso é de somenos importância.
Mas foi mais longe, disse aos jornalistas que assumia que tinha havido civis mortos e que lamentava isso "do fundo do coração". Quanto ao total de vítimas civis que a NATO reporta em 142, fora os feridos barbaramente queimados, afirmou não poder ainda confirmá-las porque a investigação ainda não foi completada, mas entretanto já produziu estas declarações que me fazem gelar as veias.
Aí está um tipo de actuação que faz jus ao militarismo tradicional da Alemanha, que ainda há poucos anos formava um estado dentro do estado com os resultados que são conhecidos.
