Estou com a telha
Depois de dezasseis anos de vida, catorze dos quais na minha companhia, o meu pequeno amigo Pitosgas, Piscas como carinhosamente lhe chamávamos, deixou-me.
De repente a casa ficou enorme, vazia, demasiado silenciosa. Tudo é diferente. Porque insisto em fechar a porta da sala se já não é necessário? Já sinto saudades do seu "mau feitio", por causa dele havia quem lhe chamasse Diabo da Tasmânia.
E por volta das duas, três horas da manhã quando descer ao piso de baixo, quando abrir o frigorífico, com quem vou partilhar o presunto, o salsichão, cujo cheiro o despertava logo? Marchava tudo, só os tremoços é que não, já só tinha "ginjavas"...
Nero, Moustache, Brutus e agora o Pitosgas, será que ainda há lugar para mais? A companheira afirma que não. Por hoje concordo com ela. Amanhã logo se vê. Uma coisa é certa, dou muito valor às boas companhias...