29º aniversário da Revolução Sandinista
A Nicarágua celebrou sábado o 29º aniversário da Revolução Sandinista. Milhares de partidários sandinistas reuniram-se no último Sábado (19) em duas praças públicas na periferia norte de Manágua para celebrar o 29º aniversário da vitória da revolução armada contra a ditadura de Anastásio Somoza.
Em 1979, um pequeno país da América Central desafiou o poderio norte-americano e fez uma revolução marcadamente popular chegar à vitória: a Nicarágua.
A revolução sandinista marcou mais um capítulo na longa história de luta da Nicarágua pela sua soberania. A ingerência dos Estados Unidos sobre a vida política da Nicarágua vem desde o século XIX. No começo do século XX, o governo de Washington ampliou sua influência, interessado em proteger seu monopólio sobre o canal entre os oceanos Atlântico e Pacífico, inaugurado no vizinho Panamá em 1914. A ostensiva presença norte-americana na Nicarágua gerou a criação de movimentos nacionalistas de resistência.
O principal líder guerrilheiro, Augusto César Sandino, foi morto em 1934 por ordem do então comandante da Guarda Nacional nicaraguense, Anastásio Somoza Garcia.
Em 1936, Somoza venceu as eleições presidenciais e inaugurou uma ditadura dinástica que atravessaria quatro décadas.
Em 1962, três anos depois da revolução cubana, o intelectual marxista Carlos Fonseca lançou o movimento guerrilheiro Frente Sandinista de Libertação Nacional, FSLN, com o objectivo de derrubar a ditadura da família Somoza e implantar um regime socialista no país. Em poucos anos a Frente Sandinista conquistou a simpatia da população, especialmente dos camponeses, que viviam em condições miseráveis e permanentemente aterrorizados pela Guarda Nacional somozista. Nos anos 70, com a exacerbação da tirania e da corrupção do governo, até mesmo os sectores burgueses e da classe média começaram a manifestar simpatia pelos sandinistas.
A crise atingiu um dos pontos mais altos em 1978, quando o jornalista Pedro Joaquín Chamorro, director do jornal La Prensa, foi assassinado por agentes de Somoza. Foi o rastilho para uma insurreição nacional liderada pelos sandinistas. Os guerrilheiros derrotaram a Guarda Nacional e tomaram o poder.
Anastásio Somoza Debayle, ditador desde 1967, conseguiu fugir do país para Miami onde lhe foi negada a entrada pelo então presidente dos Estados-Unidos Jimmy Carter, acabando por encontrar refúgio no Paraguai.
Dois dias depois a capital Manágua caía nas mãos dos guerrilheiros e a revolução sandinista triunfava na Nicarágua.
Daniel Ortega era um dos nove comandantes que tomaram o poder em 19 de julho de 1979, depois de uma década de luta contra a ditadura de Anastásio Somoza Debayle, segundo filho de Anastásio Somoza García, que governou o país de 1936 a 1956, depois de receber o poder de uma invasão americana que derrotara a rebelião nacionalista de Augusto Cesar Sandino.
Junto de Ortega estavam presentes o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, das Honduras, Manuel Zelaya, assim como o presidente do Paraguai, o ex-bispo católico Fernando Lugo.
Também passaram por Manágua a filha e a esposa do guerrilheiro argentino Ernesto Che Guevara.
Fontes: Ansa Latina e tvcultura.com.br