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Salvo-conduto

A erva daninha cresce todos os dias

A erva daninha cresce todos os dias

Salvo-conduto

19
Jan10

Envergonhado

salvoconduto

 

 

É assim que me sinto perante todos os Haitianos que acreditavam na palavra solidariedade. Prontifiquei-me a contribuir, monetaria-mente, para a ajuda humanitária e afinal constato que essa ajuda permanece há sete dias, há longos sete dias no aeroporto de Port-au-Prince, longe, muito longe daqueles que dela precisam.

A comunidade internacional, a ONU, os EUA, deveriam tal como eu sentir-se envergonhados. Perdem-se em guerras espúrias de competências e controlo sobre um país devastado e não se dão conta que não passam além do seu umbigo.

Ir ao Haiti para ajudar e voltar passado 7 dias sem sequer colocar um penso a um ferido ou ter entregue um pouco de água a um desgraçado sedento, era algo que eu não imaginara.

Segurança, segurança, segurança, são as palavras mais repetidas nas TVs. Enquanto a segurança absoluta não for garantida, como se tal fosse possível, ninguém arreda pé do aeroporto, como se o Haiti estivesse a ferro e fogo.

Não está, mas mais parece que todos esperam que venha a estar, os sedentos de protagonismo, os comandos militares por um lado, os jornalistas sensacionalistas por outro.

Parece que todos apostam no início da barbárie para então entrarem em palco. Enquanto tal não sucede, permanecem nos bastidores, no aeroporto.

Saúdo aqueles que "ousaram" intervir, aqueles que levam socorro aos necessitados, ainda que na sacola não levem mais do que boa vontade.

Tenho vergonha, o "show" está quase aí, só faltam mais uns quantos milhares de militares a somar aos outros milhares que já lá "estão".

Foram rápidos a pedir ajudas, não faltaram NIBs e números de contas bancárias, os holofotes não perderam tempo a projectar as suas luzes sobre os Brad Pit, as Angelinas Jolie, o presidente deste ou daquele país.

Por falta de ajuda o número de mortos cresceu, por falta de medicamentos o número de amputados cresceu igualmente. Cres-ceu também em mim a impotência e a revolta.

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