Equador - de novo a pata dos militares
Depois golpe de estado bem-sucedido nas Honduras estava na cara que outras tentativas se repetiriam. É agora a vez do Equador onde está em curso uma tentativa de golpe de estado promovido por forças militares e policiais.
O presidente do Equador, Rafael Correa, encontra-se retido pela força no Hospital Metropolitano da Policía de Quito. Por de trás do golpe aparece desde já Lucio Gutiérrez da chamada Sociedade Patriótica, ex-militar, que já foi presidente do Equador entre 2003 e 2005, com experiência de golpes já que em 21 de Janeiro de 2000 participou no golpe de Estado que derrubou o presidente constitucional Jamil Mahuad.
Juntamente com Antonio Vargas, presidente da Conaie (Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador) e com Carlos Solórzano, ex-presidente do Supremo Tribunal de Justiça, formaram um triunvirato que no entanto não foi aceite internacionalmente. Acabou por ser destituído e viajou mais tarde para os Estados Unidos, o destino dos títeres.
Não será por acaso que os EUA perante mais esta tentativa de golpe se limite a dizer que “segue de perto a situação”, a mesmíssima declaração que fez aquando do golpe das Honduras...
A Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou já, por aclamação, uma resolução que apoia "o governo constitucional de Rafael Correa" e repudia "qualquer tentativa de alterar a institucionalidade democrática" no Equador.
Evo Morales, Fernando Lugo, Lula da Silva, Hugo Chavez e José Mujica que se precatem, esta gente nunca respeitou os actos eleitorais...
Tentativas como esta procuram simplesmente fazer retroceder a América-Latina ao tempo dos golpes de estado, agora com outras fórmulas, para restaurar a dominação das oligarquias.
Rafael Correa deixa uma mensagem, "se algo acontecer comigo, saibam que meu amor pela pátria é infinito e que amarei eternamente minha família, e que tudo terá valido a pena".
Adenda 1:
Aqui ficam umas achas para a fogueira: em 2008 foi divulgado um relatório sobre a infiltração da polícia do Equador pelos serviços de inteligência norte-americanos no qual se assinalava que muitos membros dos corpos de polícia desenvolviam uma “dependência” com a Embaixada dos Estados Unidos.
O relatório precisava que unidades da polícia "mantêm uma dependência económica informal com os Estados Unidos, para o pagamento de informadores, recrutamento, equipamento e operações".
O uso sistemático de técnicas de corrupção por parte da CIA para adquirir a ”boa vontade” de oficiais da polícia foi descrito e denunciado em numerosas oportunidades pelo ex-agente da CIA Philip Agee que, antes de abandonar as fileiras da agência, esteve assignado à Embaixada dos Estados Unidos em Quito.
Neste relatório oficial, difundido em finais de Outubro de 2008, o ministro equatoriano da defesa, Javier Ponce, revelou que diplomatas norte-americanos se dedicavam a corromper a polícia e também oficiais das Forças Armadas.
Depois dizem que não há bruxas...
Adenda 2:
Populares tentam resgatar Rafael Correa.




