Não vai há tanto tempo como isso
Que raio, foi só em Maio último que um dos representantes do PSD nesta patética cena das negociações entre PS e PSD para viabilizar o Orçamento de Estado, Carlos Moedas, escreveu isto preto no branco:
"No caso da dívida pública e segundo as conclusões do Bank for International Settlements, se Portugal quisesse voltar aos níveis de dívida pública de 2007 (63.6% do PIB directa vs. 89% do PIB indirecta) teria que apresentar um superavit primário das contas públicas (antes de juros) de 6% ao ano durante 5 anos ou de 3% ao ano durante 10 anos.
Alguém acredita que estes cenários são possíveis no curto ou mesmo no médio prazo? Eu tenho muitas dúvidas e por isso só nos resta (a nós e a outros) o possível caminho da reestruturação da dívida. Ou seja, ir falar com os nossos credores e dizer-lhes que dos 100 que nos emprestaram já só vão receber 70 ou 80. Este é um caminho árduo e complicado, a tal parede que tanto se fala, mas que nos permitiria começar de novo. A austeridade é necessária e urgente, mas se mantivermos os níveis actuais de dívida, dificilmente conseguiremos crescer a níveis aceitáveis … e se não crescermos morremos."
Está na cara que foi só apenas para se divertir um pouco que resolveu participar na palhaçada do orçamento, só pode... Se é verdade que se não crescermos morremos, porque anda ali entretido e enredado num orçamento que só vai provocar recessão?
Como espera o homem que nós cresçamos, com cortes sucessivos de salários e impostos? Vai ver que foi também a pensar nisso que destruíram a agricultura, as pescas e a indústria portuguesas. E eu é que tenho de borrar a cara?
Nem mesmo agora reconhecem, como ele bem disse há 5 meses, que se não crescermos morremos? Ou estão a pensar ficar a vida toda a pagar dívida com dinheiro de salários e impostos? Não vai sendo tempo de encontrar outra saída, outro caminho?