A Caixa é do Sporting?
É certo e sabido, quando as coisas começam a dar para o torto, inventa-se. Trabalhei lá e sou como o Octávio Machado, sei do que estou a falar...
Quando o negócio não vai bem começa a dar a tremedeira a alguns dos responsáveis da CGD. Sempre foi assim. Depressa se passa a falar de pontualidade, dos gastos em toalhetes de papel ou até mesmo do papel higiénico ou outra coisa qualquer, a imaginação é fértil. Tudo menos falar sobre as razões objectivas para os maus resultados obtidos.
Houve uma altura em que uma destas medidas, as dos toalhetes de papel, levou a que no edifício sede na João XXI se decidisse, para poupar diziam eles, mandar fazer os toalhetes em papel que não lembrava a ninguém, áspero e que não absorvia a água, conclusão, gastava-se o triplo do papel na tentativa de secar as mãos, ao mesmo tempo que os responsáveis passavam uma imagem de "dinamismo e de preocupação com a empresa", desviando os holofotes de qualquer coisa verdadeira-mente importante que corresse menos bem.
Lembro-me de uma outra, a do papel higiénico. Passaram a colocar-se os rolos em quantidades diminutas e absurdas. O inevitável aconteceu, sempre que alguém via um rolo logo o palmava e o guardava na gaveta da secretária, não fosse o diabo tecê-las e em caso de necessidade não ter onde limpar o dito, que os dedos não foram feitos para essas coisas...
Recorrente é a questão das gangas, oh minha Nossa Senhora d´Agrela, julguei que nunca mais se voltaria a falar nisto. Até parece que quando entramos numa agência da Caixa deparamos com os seus empregados todos azuizinhos, vestidos de ganga. Pois é, naquela casa, que já foi minha, volta de novo a transmitir-se orientações quanto ao uso das gangas.
Das duas uma, ou algum dos responsáveis é um empedernido "lagarto" que resolveu importar a última directiva que o Sporting pôs cá fora este mês, a propósito do mesmo tema, ou é como eu digo, quando as coisas correm menos bem inventa-se qualquer coisa para entreter ou encanar a perna à rã.
É que realmente as coisas por ali não correm muito bem, se nos lembrarmos que ao fim do terceiro trimestre a Caixa poderia não ter apresentado resultados positivos. Salvou a honra com o "negócio" do Fundo de Pensões dos trabalhadores daquele banco, cujo encaixe foi mais ou menos o mesmo que o resultado apresentado.
Por que carga de água se tenta pôr sempre travão à livre discussão dos temas que realmente preocupam a quem ali trabalha, como seja os 4 mil milhões encalacrados no BPN, os cortes no salário, a suspensão nas progressões de carreira, o pagamento de trabalho suplementar realizado, a diminuição significativa do valor do Subsidio de Almoço ou até mesmo o corte nas reformas daqueles que lá trabalharam? É que caramba, nem todos ganham o que ganhava Armando Vara e muito menos recebem a reforma de Mira Amaral. Já vai sendo tempo de não confundir banqueiros com bancários.
Deixemo-nos de merdas, o profissionalismo não se mede pela cor da roupa ou pelo tamanho da gravata mas sim pela seriedade e empenho com que se faz o trabalho.
Já agora também vos digo que a vida me ensinou, a mim que enquanto ali trabalhei usei também fato e gravata, que os maiores aldrabões usam precisamente fato e gravata e nunca são dados a gangas...