Por uma boa causa
Quem vem a este blogue com regularidade sabe bem que me preocupo com bem-estar das pessoas, até dos animaizinhos, que calo bem fundo a desgraça alheia, que normalmente alinho pelas boas causas, assino quase todas as petições e me solidarizo com a má sorte dos outros.
Pois agora partiu-se-me o coração ao saber que a Catarina, a Joana e a Teresa este ano não receberão prendas de Natal. A um mês de distância receberam a triste notícia pelo seu pai, padrasto no caso da Teresa, que este ano só haverá uma prenda para a Júlia, a irmã mais nova.
Foi assim que Pedro Passos Coelho deixou as coisas, preto branco, para desespero das três. O pesaroso pai-padrasto terá afirmado em declarações à margem do lançamento do livro de Luísa Castel-Branco: "não me vou endividar para estimular a economia. Cada um deve gastar aquilo que pode e eu não gosto de gastar aquilo que não posso".
Como me dói ver aquele pai a ter que dizer às filhas que este ano não vai haver prenda de Natal, por mais pequena que seja, mas é como ele diz, quem não tem dinheiro não tem vícios.
Estou seriamente a pensar em promover a abertura de uma conta na Caixa Geral de Depósitos (que ele espera vir a privatizar), destinada a recolher donativos para a compra da prenda de Natal da Catarina, da Joana e da Teresa. Como sempre espero contar com o apoio daqueles que nesta altura do ano não deixam de acorrer aos mais necessitados, aquele pai é decididamente um deles.
Apelo desde já à vossa compreensão. Logo que tenha o número da conta não deixarei de aqui o colocar. Conto à partida com o apoio generoso dos trabalhadores da Caixa. Tenho a certeza que farão questão de ser os primeiros a contribuir.
Passos Coelho confessa também que este ano, por causa da crise, se vê obrigado a fazer "uma poupança forçada". Confidenciou mesmo que o Natal será passado em casa dos sogros. Gela-se-me a alma ao saber que a desventura bateu tão forte à porta do Pedro.
Bora lá a ajudar o Pedro. Bora lá comprar uma prenda de Natal à Catarina, à Joana e à Teresa e vão ver que se sentem bem no papel de Pai Natal.