Estava feito, o Feitosa
Uma pedrada no charco, é assim que considero a deliberação do Ministério Público de Pernambuco, Brasil, que obriga a Associação dos Oficiais, Subtenentes e Sargentos da Polícia Militar/Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco (AOSS) e a empresa de outdoors Stampa, a veicular 21 outdoors com mensagens de promoção e defesa dos direitos humanos e da Reforma Agrária.
Terá ainda que se retratar publicamente perante o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) no Diário Oficial, no jornal interno da polícia militar e na página da internet da associação.
Aquela associação militar distribuiu nas principais vias públicas do Recife e nas estradas do Estado de Pernambuco outdoors e jornais, além de propaganda nos horários nobres das rádios e televisões, peças com conteúdos difamatórios e preconceituosos contra os Sem Terra, um dos quais se pode ver na imagem.
A campanha tinha o claro objectivo de criminalizar o MST e deslegitimar a luta pela Reforma Agrária dos trabalhadores rurais, incitando a sociedade e os próprios militares à violência contra os Sem Terra.
À época da campanha, o presidente da AOSS era o actual deputado estadual Major Alberto Jorge do Nascimento Feitosa, que fez questão de colocar o seu nome e cargo nos materiais da campanha juntamente com a associação. Certamente que o Feitosa está talhado para voos mais altos.
Para além do acto criminoso desbarataram dinheiro dos associados, dirão vocês, pois aí é que a porca torce o rabo e vocês se enganam. De acordo com o depoimento do capitão da PM-PE Vlademir José de Assis, que assumiu a presidência da AOSS depois da saída do Major Feitosa, a campanha foi financiada por grupos empresariais, proprietários de empresas de televisão e políticos pernambucanos.
Lá como cá, a farinha é a mesma. Esta gente está sempre envolvida nas "boas causas"...
Fonte: mst.org.br