Só lembra ao diabo
O Brasil é grande, grande até na hora de roubar. A Câmara de Deputados daquele país aprovou na quarta-feira um projecto de decreto-lei que "ajusta" os salários de presidente da República, vice-presidente, ministros de Estado, senadores e deputados que consubstancia um aumento entre 62% para os parlamentares e mais de 140% para o presidente e ministros.
Delicioso mesmo é saber que, com receio de uma derrota, por falta de quórum, a votação ficou aberta por quase duas horas para que mais deputados pudessem votar a proposta, que acabou por ser aprovada com o voto favorável de 279 deputados e apenas 35 votaram contra.
Outra delícia é verificar que tudo quanto é parlamentar naquele país assobia para o lado e não comenta nem mesmo para defender a bondade da proposta.
Esta decisão gerou uma onda de indignação que já motivou uma iniciativa popular para alteração do Art. 9.o e 39.o da Constituição brasileira no sentido de garantir que ”os subsídios do membro de Poder, do detentor de mandato electivo, dos Ministros de Estado e dos Secretários Estaduais e Municipais serão reajustados segundo a variação do salário mínimo”.
A ideia é recolher 1 milhão de assinaturas pela internet e enviar em seguida o projecto ao Congresso por iniciativa popular.
Quem assim mija tão fora do penico só merece mesmo resposta como esta.
Nem sequer discuto se deve existir ajustamento nos salários dos parlamentares, só que desta forma, em tais percentagens e quando acabam de impor que o salário mínimo não pode ter aumento superior à inflação, não lembra ao diabo.
Depois queixam-se que tem criminoso na favela...