Difícil dar a cara?
Já não é a primeira vez que recebo por e-mail um comunicado de um autodenominado Movimento Bancários de Portugal, ao que parece até à data emitiram cinco, não seja por isso, a minha caixa de correio está aberta. O que me encanita é o facto de os remetentes se esconderem por trás dessa sigla incapazes de dizer quem são, porque ao que vêm já eu percebi.
É aquele tipo de gente que convivendo há décadas com o sindicalismo caduco protagonizado pelos três "sindicatos dos bancários", sob um chapéu-de-chuva que leva o nome de UGT, é no entanto incapaz de dar o passo para criar o seu próprio sindicato ou aderir aos que se formaram como alternativa. Nem lá vou nem faço minga. Arengam, arengam, nada mais do que isso.
Iniciaram as suas actividades há alguns anos atrás sob a mesma sigla ainda que amputada e confinada só ao norte, Movimento Bancários do Norte, era assim que se chamava. Cansaram-se de coçar o cu pelas cadeiras, predicando o futuro dos bancários, para amanhã que ontem era tarde, cansaram-se igualmente do silêncio que obtinham às suas prédicas.
Uns desistiram pelo caminho, outros afirmam que talvez alguém os ouça se alargarem o "âmbito" ao resto do país, mas incapazes de romper de vez, mas sempre, então como agora, a considerarem-se gente diferente, os puros, aquela gente permanentemente certa do exclusivo da verdade, um dom que é suposto já ter nascido com eles.
Perante situações concretas que os bancários, os da CGD principalmente, atravessam, não questionam o papel dos sindicatos em que se albergam, falhos de ideias voltam-se para a Comissão de Trabalhadores da Caixa Geral de Depósitos, disfarçando ao mesmo tempo a sua total ausência de perspectivas ou alternativas, não hesitam por isso em recorrer ao ataque rasteirinho, que não assenta mesmo nada bem em gente tão "impoluta".
Não sei se é verdade ou não que haja um membro da Comissão de Trabalhadores, eleita pela tendência sindical socialista, que tem um carro distribuído pelo Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas, sei isso sim que lhes fica mal, mas mesmo mal, pretenderem envolver aquela Comissão naquilo em que eles próprios são coniventes. É que se aquela notícia é verdadeira eles mesmos só teriam dois caminhos, interrogar a Direcção do seu sindicato e caso não fosse corrigida, batiam com a porta, costuma dizer-se que quem não se sente não é filho de boa gente e já agora, acrescento eu, só mama quem pode ou a quem deixam.
O que leva estas alminhas a conviver com tais situações e depois pretenderem publicamente mostrarem-se "ofendidos"?
Há cerca de uma década bati com a porta e ajudei a construir um novo Sindicato, olhei para trás, supostamente os mesmos que agora leio, envergonhados, preferiram ficar. Fizeram deles gato e sapato, agora escodem-se atrás de uma sigla e de uma página anónima no Facebook, apanharam-lhe os tiques, é tarde para reconhecerem que as alternativas já estão no terreno há alguns anos. Triste fado o seu...
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Nota: Uma parte dos visitantes deste blogue não entenderá totalmente esta prosa, desde já peço desculpa, mas leva destinatário certo.