Os erros pagam-se caro
Eu até posso entender que a vida pode não estar fácil para Hugo Chavez, que lhe fazem a vida negra naquela região, como não estará igualmente fácil, nunca esteve, para Rafael Correa do Equador, Fernando Lugo do Paraguai, José Mujica do Uruguai, Dilma Rousseff do Brasil, Raul Castro de Cuba, Cristina Kirchner da Argentina, Evo Morales da Bolívia, Daniel Ortega da Nicarágua ou Mauricio Funes de El salvador, mas uma coisa tenho por certa, quando se cede às forças mais retrógradas da América-Latina, seja na Venezuela ou na Colômbia, o futuro não será muito risonho.
Pior ainda quando se trai um "compagnon de route". Para quem porven-tura não esteja a perceber esta prosa eu explico. O governo de Hugo Chavez acaba de entregar ao seu homólogo na Colômbia Joaquim Perez Becerra ex-vereador da União Patriótica no município de Corinto, Colômbia, um dos poucos sobreviventes do extermínio de mais de 5.000 militantes daquela organização, promovido nos anos noventa pelo estado terrorista colombiano.
Joaquim Perez Becerra foi obrigado a fugir das perseguições na Colômbia e a exilar-se na Suécia. A sua mulher foi sequestrada e assassinada pelo grupos paramilitares que semearam o terror naquela zona.
Actualmente, Perez era director do portal de notícias ANNCOL, especiali-zado em informações alternativas sobre a luta do povo colombiano, nomeadamente sobre as FARC, e tinha uma vida legal na Suécia, cidadão de pleno direito, onde exercia o jornalismo.
Era procurado pelos serviços de inteligência da Colômbia, como muitos outros activistas que se exilaram no estrangeiro escapando de uma morte mais que traçada a régua e a esquadro.
Foi preso quando desembarcava no Aeroporto Internacional Simon Bolívar de Maiquetia da Venezuela procedente da Alemanha. A Interpol apesar de ter um mandato de busca emitido pela Colômbia nunca ousara prendê-lo na Suécia que lhe concedeu asilo político e cidadania.
Ao entregar um activista sueco-colombiano às forças mais reaccionárias da América Latina, Hugo Chavez poderá estar igualmente a "entregar-se".
Sei que este é um tema pouco abordado por uns, evitado por outros. Não sei se Joaquim Perez Becerra tem ou teve ligação directa com as FARC, não é essa para mim a questão principal neste caso.
Se foi entregue por se tratar de um "terrorista", à luz do governo colombiano, Hugo Chavez que se cuide, tantos são os países que igualmente o qualificam com o mesmo adjectivo...