Em maré de assaltos
Cada vez que abro o JN dou conta que acontecem assaltos por tudo quanto é canto, as caixas multibanco esventradas à bomba, o carteirista no metro, a idosa que guardava as notas debaixo do colchão, o ourives que teima em ir à feira de Custóias carregado de "cromados" e "dourados", tudo à luz do dia, dito de outra maneira, tudo como dantes não se aprende nada de novo.
Erro meu que desconhecia uma das últimas notícias da Lusa. Afinal há mesmo novos métodos de gamanço. Aqui fica um:
"Os investimentos do fundo soberano líbio no Ocidente oferecem às instituições financeiras ocidentais a oportunidade de um desfalque perfeito, segundo especialistas em fluxos e branqueamento de capitais entrevistados pela Lusa.
Um especialista norte-americano declarou que «a consequência financeira directa da queda de Kadhafi seria o ‘desaparecimento’ de fundos que pertencem ao povo líbio e deviam ser devolvidos a Trípoli para a sua reconstrução».
Para esta fonte, «é impossível saber se houve uma intencionalidade económica na operação contra Kadhafi. O que é inegável é que a sua queda daria imenso jeito aos bancos ocidentais. Seria o desfalque perfeito».
Documentos revelados hoje e fontes entrevistadas em vários países, incluindo a Líbia, dão conta de investimentos da Autoridade Líbia de Investimento (LIA, o fundo soberano líbio) no banco francês Société Générale (SG) e nos bancos portugueses BCP e BES.
O tipo de produtos financeiros em que os fundos líbios são aplicados torna «muito difícil, ou mesmo impossível» a identificação de tais fluxos.
«Podem andar atrás do dinheiro até à eternidade. Não apenas as autoridades internacionais mas também, evidentemente, o dono do dinheiro», resume o especialista na aplicação de sanções interna-cionais."
Topam agora aquele encarniçamento todo de Sarkozy na "zona de exclusão aérea da Líbia"? Não é nada, não é nada, mas para além do petróleo ainda "exclui" uma data de mil milhões a que o povo líbio por estas horas já disse adeus. Dos dois bancos portugueses já nem falo, nunca fizeram outra coisa senão gamar.