É a crise, estúpido.
Eu sei que daqui a umas horas estarei a comer umas sardinhas em boa companhia mas se não coloco aqui isto não como sossegado e ainda fico com alguma espinha atravessada. Sobre o presidente da Câmara de Grândola já aqui falei, fomos colegas de armas em terras de Samora Machel.
A meio da comissão separámo-nos, reencontrámo-nos no largo do Carmo, tinha ele metido o "chico", mas ainda continuava como alferes. Voltei a ter notícias dele quando já ocupava a presidência da câmara de Grândola, então já major na reserva, onde tinha como hobby fazer a vida negra à CDU lá do sítio. Palavroso mas gago. Tenho para aqui umas fotos da época e juro que quando as revejo sinto o papel a vibrar, até as fotos trouxeram a gaguez do Beato.
Mas agora ao fim destes anos todos parece que a gaguez desapareceu. Acaba de nomear para seu adjunto o seu próprio filho, porque, diz ele finalmente sem gaguejar, o perfil profissional do cargo exige uma pessoa de confiança e eficácia e como ele tem confiança absoluta no filho que diz conhecer há 29 anos, pronto já está.
Oram digam lá se não revela um espírito empreendedor e ao mesmo tempo solidário...
Dizem as más-línguas lá da terra que a decisão é completamente inde-fensável, pois contraria o princípio legal de que os eleitos não podem discutir e votar assuntos em que estejam envolvidos familiares directos e acrescentam ainda que a nomeação é de todo injustificável dada a crise que se vive e por a câmara registar desde o ano passado quebras significativas nas receitas.
É claro que esta gente é invejosa pois foi mesmo a pensar na crise que o Beato nomeou o filho, é que às tantas o júnior não lhe desamparava a loja lá em casa.