Solidariedade
O teólogo brasileiro Leonardo Boff, o economista americano Joseph Stiglitz, Nobel de Economia-2001, e Aleida Guevara, filha de Che, anunciaram que vão prestar assessoria gratuita a Fernando Lugo, que assumirá a presidência do Paraguai a partir de 15 de Agosto.
O anúncio indica o empenho de Lugo em se cercar de amplo apoio político internacional para facilitar a implantação da plataforma de mudanças político-sociais que o elegeu.
Boff reuniu-se com Lugo – que já foi bispo da Igreja Católica – nesta segunda-feira em Assunção. Ele manifestou interesse em apoiar o Centro de Saberes e Cuidados Sócio-ambientais Bacia do Prata, uma organização que reúne ambientalistas da Argentina, Brasil, Bolívia, Paraguai e Uruguai.
O teólogo brasileiro tornou-se um dos expoentes da Teologia da Libertação. Para ele, a segunda maior bacia hidrográfica latino-americana, depois da amazónica, "privilegiada" por seu potencial hídrico, está ameaçada, principalmente pela contaminação por pesticidas.
Reuniu-se também com Aleida Guevara, médica pediatra cubana e militante da solidariedade continental latino-americana, numa conversa regada com chimarrão. Ela cumprimentou o presidente eleito como "uma pessoa que sente as necessidades de seu povo e está disposta a ajudar". Os dois falaram sobre as prioridades para garantir "um chão para todos os paraguaios, em especial os povos autóctones".
"Parece-me que (Lugo) é um homem que respeita muito o seu povo. Para mim isso é o mais importante", disse a filha de Che Guevara.
Em Nova York, Stiglitz afirmou em entrevista ao canal ABC que "em casos como este, eu não cobro nada. É a primeira transição pacífica e democrática de um governo para o outro na história do Paraguai. É um momento sumamente empolgante", afirmou, garantindo que estará presente na cerimónia de posse de Lugo.
Stiglitz confessou estar "fascinado" por conhecer o Paraguai. "Se há algo em que eu possa colaborar, ficarei honrado em fazê-lo, dentro de minhas possibilidades e em tudo que estiver ao meu alcance". Depois de vencer o Nobel, o economista tornou-se conhecido por suas ácidas críticas do "pensamento único" neoliberal.
Mais um país a tentar trilhar o seu próprio caminho.