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Uma edição especial do 'The New York Times' com o título de capa "Acaba a guerra do Iraque" e outras notícias como a criação de um novo modelo de "economia sã" ou o processamento de George W. Bush por alta traição chegou às ruas de Nova York.
Depois de se observar detidamente a primeira página dá-se conta de que a data de publicação é de 4 de Julho de 2009, dia da independência, e que o lema do diário não é o habitual "Todas as notícias que merecem ser impressas", mas "Todas as notícias que desejamos imprimir".
Trata-se de uma edição promovida por um grupo de associações contra a guerra, a favor dos direitos humanos, da protecção do meio ambiente e a justiça económica.
Na verdade, o diário pirata, que conta 14 páginas, imita na perfeição o grafismo do jornal impresso e inclusive a sua página web, que não funcionou pela saturação de visitas. Para além disso, a publicidade retoma fotos de anúncios verdadeiros mas com o texto alterado. A joalharia De Beers anuncia por exemplo que "a compra de um diamante ajudará a modelar e custear uma prótese para um africano cuja mão foi decepada nos conflitos originados pelo controlo dos diamantes".
Um porta-voz do verdadeiro diário confirmou que se trata de uma edição falsa e limitou-se a apontar: "Estamos a tentar descobrir algo mais a este respeito".
Nas páginas do jornal podem ler-se esperançosas notícias como a que a guerra do Iraque terminou e que as tropas norte-americanas voltam a casa, para deixar nas mãos dos capacetes azuis da ONU as tarefas de manutenção da paz e reconstrução desse país e do Afeganistão.
Na sua primeira entrevista depois da sua "inculpação", Bush admite que se equivocou acerca do Iraque e que vai perseguir pessoalmente Osama Bin Laden, o chefe da rede terrorista Al Qaeda.
Outra informação desta utópica e liberal edição detalha o processo de nacionalização da maior petrolífera do mundo, a ExxonMobil, entre outras, para criar com os seus lucros um fundo que financie iniciativas para estudar e combater as alterações climáticas.
Na secção internacional também se fala do encerramento da prisão de Guantánamo e de outras instalações secretas da CIA, assim como da celebração do fim das hostilidades por parte de "dois milhões de iraquianos exilados e três milhões de refugiados internos, que começam a planear o seu regresso a casa".
Para além disso, o falso diário publica as desculpas da "ex-secretária de Estado" Condo-leezza Rice por defender que Sadam Husein tinha armas de destruição massiva sabendo que era mentira, e a notícia de que George W. Bush enfrenta acusações por alta traição e falsificação documental para justificar a guerra.
Na secção nacional, fala-se da criação duma segurança social pública, da implantação de um sistema de impostos mais progressivo e da abolição dos "lobbies" corporativos, depois dos avanços conseguidos nos oito meses decorridos desde que Barack Obama foi eleito presidente.
A secção de economia dá conta de uma nova legislação que estende para os accionistas as responsabilidades pelos delitos cometidos por uma empresa, da criação de uma lei pela qual o preço das coisas deverá reflectir o seu verdadeiro custo e do encerramento da Escola de Negócios da Universidade de Harvard.
A criação de uma universidade para exilados de outros países são assuntos tratados na secção local deste curioso jornal, de que foram distribuídos hoje cerca de um milhão e duzentos mil exemplares em algumas das estações do metro mais frequentadas e nas ruas mais transitadas das cidades de Nova Yorque e Los Angeles.
Que raio, por minutos fui uma pessoa feliz...Gostavam que tivesse sido uma edição verdadeira? Também eu. Esperem pelo dia 1 de Abril do próximo ano, quem sabe...