Prémio Unicef da fotografia
A imagem de uma menina haitiana caminhando descalça entre charcos de lama e sujidade num bairro de barracas de Porto Príncipe, obra da jovem fotógrafa belga Alice Smeets, foi eleita em Berlim como a melhor fotografia do ano pela Unicef. O instantâneo, captada o ano passado por Smeets, de 21 anos, num bairro marginal da capital haitiana, mostra uma menina com um vestido de um branco imaculado, com laços da mesma cor, que passa junto a uns porcos negros e rodeada de imundície.
A fotografia de Smeets foi distinguida entre outras 1.450 imagens pela coragem e a energia que transmitem os olhos da pequena, pese embora crescer entre a miséria, assim destacou Eva Luise Köhler, madrinha da organização na Alemanha. O trabalho premiado forma parte de uma série realizada pela jovem fotógrafa belga durante duas visitas ao Haiti, que ela mesma organizou e financiou.
A cena desenrola-se no povoado conhecido como Cidade do Sol, onde a vida só é possível quando o sol brilha, em que o imundo pântano que a criança atravessa descalça é o "sanitário público". Os haitianos concedem muita importância à higiene e sempre tentam estar limpos. No possuem nada, mas têm o seu orgulho e isso é o importante", assinalou a fotógrafa, que tem prevista uma nova viajem aquele país em Março do próximo ano, na qual tentará contactar com a família da pequena.
Em segundo lugar, a Unicef premiou uma fotografia do israelita Oded Balilty, fotógrafo da Associated Press, onde se mostra uma menina que faz fila para receber uma ração diária de alimento num campo de refugiados depois do terramoto que em Maio assolou a província chinesa de Sichuan, no qual morreram 70.000 pessoas. O jurado destacou a fotografia pela "comovedora ambivalência" reflectida no olhar da criança, da qual não se sabe se perdeu os pais, se tem fome ou se simplesmente está aborrecida por esperar.
O terceiro prémio reconhece um instantâneo em preto e branco do fotógrafo húngaro Balazs Gardi, entitulada "danos colaterais", na qual um homem afegão sustenta entre os braços o filho gravemente ferido. A imagem transmite o desespero da população afegã que habita em aldeias da montanha na província de Kunar, no noroeste do país e que é vítima do confronto entre a guerrilha talibã e as tropas dos Estados Unidos.
Como será o Natal destas crianças?