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Salvo-conduto

A erva daninha cresce todos os dias

A erva daninha cresce todos os dias

Salvo-conduto

09
Fev09

Até na justiça, pobre é pobre

salvoconduto

Pablo Ibar foi condenado à morte em Julho de 2000 pelo assassinato de três pessoas, Casmir Sucharki, Marie Rodgers e Sharon Anderson, ocorrido em Mirarmar em 26 de Junho de 1994.

A prova principal foi uma fotografia extraída de uma câmara de segurança na qual que um dos autores do crime deixa o rosto a descoberto. O vídeo cuja qualidade é tão má que sinceramente a pessoa que ali aparece pode ser Pablo Ibar mas com um pouco de sugestão podemos reconhecer nele milhares de pessoas com as quais nos cruzamos diariamente.

Este será o argumento principal da audiência que se celebrará no próximo mês. Para cúmulo da desgraça, o advogado oficioso que defendeu Ibar no julgamento em que foi condenado não pediu a comparência de um especialista em identificação facial que poderia por em dúvida a validade desta prova. O advogado reconheceu que naquela época tinha problemas com o álcool e que foi detido por agredir uma mulher. Assistia às sessões do julgamento sem ter preparado a defesa e em algumas ocasiões tinha que pedir os papeis ao juiz para inteirar-se do que estava a tratar.

Agora o condenado conta com um brilhante defensor de um dos escritórios mais importantes de Miami, Benjamin Waxman.

Este levará ao juiz um relatório elaborado pelo especialista facial britânico, Raymond Evans, que analisou o vídeo e encontrou várias diferenças no rosto da pessoa que ali se vê e o de Pablo Ibar.

Que mudou então na defesa deste homem entre 1994 e 2009? Simplesmente um assunto de dinheiro. Entre um advogado oficioso viciado no  álcool e um defensor comprometido, que cobra elevados honorários pagos pelos governos vasco e espanhol com a colaboração de ONGs e particulares, medeia um abismo.

Não valeu de nada à mulher de Pablo Ibar assegurar que, na noite do crime, o seu marido estava com ela. Mas desta vez existe outra esperança, está provado que não existe rastos de ADN que o relacionem com o assassinato. Na próxima audiência também se falará de uma camisa negra da qual se conseguiu um perfil de ADN que não coincide com o de Ibar e que foi suprimida como prova pela procuradoria no julgamento em que foi condenado.

A pergunta que se coloca é quantas pessoas nos Estados Unidos e noutros países terão sido condenados por carecer de meios económicos para optar uma defesa em condições? Igualmente quantos culpados se terão livrado da prisão graças apenas ao volume da sua conta corrente?

 

Fonte: El Mundo

08
Fev09

O bispo volta à carga

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Soma-se um novo capítulo na controvérsia em torno da decisão do Papa em revogar a excomunhão de quatro padres, entre eles o bispo britânico Richard Williamson, que declarou mais uma vez à imprensa que não tem intenções de se retratar da sua negação do Holocausto.

O clérigo radicado na Argentina, curioso, foi por ali que instalaram muitos dos oficiais do regime nazi, só renunciará à sua tese sobre o ocorrido nos campos de concentração nazis quando conheça provas históricas: "Quando encontrar essas provas, então corrigir-me-ei, mas para isso é preciso tempo", disse o religioso numa entrevista que o "Der Spiegel" publica na sua última edição.

Estas são as primeiras declarações públicas de Williamson, que pertence à Fraternidade Sacerdotal São Pio X. Na entrevista ao 'Der Spiegel', Williamson repetiu as suas críticas ao Concílio Vaticano Segundo.

Mas não se ficou por aqui, aproveitou para criticar os direitos humanos. "Onde quer que seja que os direitos humanos se entendam como ordem que o Estado deva impor, desenvolvem-se sempre políticas anti-cristãs, afirmou.

Numa entrevista à televisão sueca, Williamson, que não tinha voltado a pronunciar-se desde que estalou o escândalo da reabilitação proferida pelo Papa, reafirma que os factos históricos negam a existência das câmaras de gás nazis. Para juntar lenha à fogueira, acusou os judeus de explorar a tragédia com fins económicos. "A Alemanha teve de pagar milhares de milhões de euros para expiar a sua culpa", disse.

No meio disto tudo Williamson, vive na localidade argentina de La Reja. Na igreja que dirige as mulheres e as raparigas levam largos vestidos e cobrem-se com lenços ou xailes e os homens não usam jeans. O serviço religioso é em latim.

Os mais de 900 fiéis que a comunidade tem proclamam-se como os únicos cristãos que seguem os ensinamento de Cristo: não vêem televisão, esquivam o olhar quando se cruzam com uma mulher em minissaia e preferem casar-se entre eles.

Em La Reja, as opiniões sobre o bispo estão divididas, fica no entanto a de Miguel Fernandez, funcionário municipal. "Para nós Williamson é um personagem obscuro. Ele e os seus não se integraram na comunidade. Felizmente a maioria dos vizinhos está ligada à Igreja do Terceiro Mundo, que trabalha com e para os pobres".

Será que, por maioria de razões, o homem também não acredita em milagres? Minha nossa Senhora de Fátima!

 

Fonte: El Mundo

07
Fev09

Li, sonhei ou vi num filme?

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Por vezes quando acordo estremunhado, durante a noite, tenho alguma dificuldade em perceber se algo que me vem à cabeça é realidade, se é fruto de algum sonho ou de algum filme visto tarde e a más horas. É assim que me sinto neste momento. Não se se li, se sonhei ou vi num filme onde o SIS está a vigiar magistrados do caso Freeport.

Não sei se li, se sonhei ou vi num filme que Cândida Almeida, a procuradora com o caso Freeport, tem desde há quinze dias um programa semanal na Rádio Renascença onde faz análise política e onde não se tem coibido de falar do caso Freeport.

Que raio, li, sonhei ou vi num filme?

Como não acredito que Portugal se esteja cada vez mais a transformar num estado securitário onde se perseguem sindicalistas, jornalistas e magistrados a primeira questão está desde logo arrumada, devo ter visto um daqueles filmes que só acontecem na América Latina, por isso fico mais sossegado.

Como em Portugal qualquer bicho careta hoje comenta nos nossos meios de comunicação, por maioria de razões a pobre coitada de uma magistrada com tão pouco que fazer não encontrou nada melhor do que seguir a corrente, pese embora ninguém saiba do resultado final do "affair" António Preto, o líder do PSD/Lisboa que dizem terá recebido numa mala 40 mil euros em plena campanha para as eleições na distrital de Lisboa, que se realizaram a 17 de Maio de 2002. Ou a questão das contas bancárias "conjuntas" de Isaltino Morais com um sobrinho seu, taxista, na Suíça. Não! Sonho pela certa, por isso fico mais descansado.

Mas esperem lá, será que mesmo isto que estou a escrever não passa de um sonho?

06
Fev09

Não há pachorra...

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Gordon Brown anda zangado porque o desenham gordo! Nem mais. Confessou-o a dois caricaturistas ingleses. Fê-lo com ar muito choroso por terem posto em circulação uma caricatura e ao mesmo tempo terem aprofundado o carácter vaidoso do personagem.

A ninguém passaria pela cabeça atribuir instintos narcisistas a Gordon Brown, um político tosco e desalinhado que se supunha olhar com desprezo os prazeres mundanos, ele que até há poucos anos nem sequer caía à tentação do smoking em cerimónias que a isso convidavam.

Mas o que ninguém sabia é talvez levado por repentina inveja de Sócrates, por este ter figurado nos seis políticos mais charmosos, logo cuidou de fazer pela vidinha e já no ano passado muita gente estranhou a perda de peso, que todos atribuíram a insónias por causa dos escândalos financeiros e da baixa nas sondagens. Mas não era por isso, Brown estava mesmo decidido, o governo que esperasse, e logo contratou uma treinadora pessoal que se esforçava por dar mais tonos muscular ao físico do primeiro ministro.

A este súbito interesse de Gordon Brown pelo físico, responderam os caricaturistas. É sempre assim, são uns desmancha-prazeres. E nem um caricaturista do "Telegraph" o sossegou quando lhe disse que devia estar orgulhoso das suas banhas porque eram a prova de ser um "peso pesado" da política.

Nada parece animar Brown, menos preocupado com a subida galopante do desemprego, da quebra da economia, da crise dos bancos, dos atentados ao direito de cidadania, mas que no entanto se preocupa de sobremaneira com o seu reflexo nos espelhos côn-cavos e convexos.

Palpita-me que os caricaturistas ainda vão ser responsabilizados pela crise naquele país…

05
Fev09

Itália, imparável...

salvoconduto

 

Depois da greve contra trabalhadores portugueses e italianos na Inglaterra outro acto de pura xenofobia, desta vez em Itália.

A partir de agora os médicos italianos poderão denunciar perante o juiz os imigrantes ilegais aos quais atendam nos centros de saúde. Segundo assinala o jornal La Republica, o Senado de Itália aprovou uma emenda, proposta como não podia deixar de ser pela Liga do Norte, que anula a norma pela qual os médicos não devem denunciar os estrangeiros que recorram à rede sanitária pública.

Berlusconi pouco preocupado se mostra que esta norma atente contra o código deontológico dos médicos ou que os reduza a um papel de delatores.

Na sua obsessão xenófoba Berlusconi nem se dá conta dos perigos desta medida uma vez que os imigrantes, movidos pelo medo de serem denunciados, deixarão de recorrer aos centros de saúde ou recorrerão a redes sanitárias clandestinas, com o consequente risco para a saúde.

A intolerância e a xenofobia tomaram conta de Itália...

05
Fev09

Ao fim deste tempo ainda tem dúvidas

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Tony Blair, o ex-primeiro ministro britânico que se aliou a Bush para invadir o Iraque diz agora que pensa diariamente nos soldados e civis que morreram naquele conflito.

O ex-chefe de governo britânico afirma que não está obcecado pelo ocorrido, reflecte sobre ele e é algo que não o preocupa, mas pelo qual sente "grande responsabilidade". "O mais difícil em qualquer circunstância é o sentido de responsabilidade para com as pessoas que entregaram as suas vidas e caíram, tanto soldados como civis", explica.

Acto seguido, a modo de justificação, acrescenta que "se alguém tivesse como eu que tomar essa decisão e agora olhasse para o Próximo Oriente, perguntar-se-ia quantas outras pessoas teriam sido mortas e se a região seria agora mais estável".

Isto é, passado este tempo todo em que pelo menos até agora morreram no Iraque cerca de 4.551 soldados das potências invasoras, 178 deles britânicos, e um número de iraquianos que alguns calculam em quase um milhão de pessoas.

O ex-primeiro ministro que tem investimentos milionários desde que deixou o governo e o parlamento ainda tem dúvidas e afirma não sentir nenhum remorso por ter a partir de então várias casas em Londres e no campo...

Não me admiraria nada que nos dissesse que dorme bem.

03
Fev09

Depois dos bancos as escolas

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O governo de sua majestade vai nacionalizar escolas privadas apanhadas pela recessão económica, assim o confirmou o secretário de Estado da Educação, Jim Knight.

A nacionalização produzir-se-á mediante um programa que contempla a conversão dos centros afectados em academias financiadas pelo Estado, disse Knight em declarações ao jornal The Guardian.

Muitas famílias afectadas pela crise, não dispõem mais de condições de vida para suportar os custos daquelas instituições privadas e são forçados a retirar os filhos desses centros.

As escolas privadas que se acolham ao programa governamental deverão abandonar as provas de acesso e as taxas de matrícula, entre outras condições. Tal é a situação, que não terão alternativa senão aceitar as condições do governo dizem os representantes dessas escolas.

Confesso que não entendo muito bem este tipo nacionalização. Entendo isso sim que deveriam ser garantidos aos alunos o ingresso no ensino público e respectivas equivalências, e aquelas escolas, enquanto empresas vocacionadas para o lucro, pura e simplesmente encerradas.

Dir-me-ão que muitos dos cursos ali ministrados não encontram homólogos no ensino público. Ora aí está um problema gerado por essas escolas que criam cursos por dá cá aquela palha, baseados exclusiva-mente na ideia do lucro fácil.

Os exemplos desses "cursos" abundam por aí, embora o mal também esteja em que os oficializa.

É tempo pois de limpar o ensino de alguns destes parasitas. Se há áreas que têm que estar a salvo da mera perspectiva do lucro e das suas contingências, a educação é seguramente uma delas. Quando para piorar a situação se metem em negócios obscuros e na especulação o desastre é inevitável, veja-se os casos da universidade Moderna e da Independente...

02
Fev09

Depois do massacre a guerra suja

salvoconduto

 

 

A França viu-se obrigada a voltar a trás com uma estação depuradora de água contaminada que tinha enviado como ajuda humanitária para Gaza e que as autoridades de Israel não deixaram entrar no território palestiniano.

Este acto, juntamente com o disparo de dois obuses de aviso contra um comboio diplomático, provocou que a França mostrasse o seu "descontentamento e a sua surpresa" ao embaixador israelita em Paris, que foi convocado pelo governo francês.

Um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês precisou que uma parte importante da ajuda humanitária enviada por França conseguiu chegar à Faixa de Gaza, mas a estação depuradora foi bloqueada por motivos que ninguém explicou.

A estação depuradora "é útil para a população e não estamos satisfeitos com a decisão de não nos terem deixado entrar com ela, algo que dissemos claramente em várias ocasiões às autoridades israelitas", disse aquele porta-voz.

Como devem estar lembrados já aqui abordei uma outra face da guerra em Gaza, a água. Não sei se os motivos estão ligados mas uma das últimas decisões dos falcões de Israel faz-me nisso pensar ou então tornaram-se bons alunos com os mestres do holocausto.

Há no entanto algo que não me sai da cabeça e que pode explicar a decisão de Israel, é que no bombardeamento a Gaza utilizaram, como teste, novas armas e novas substâncias a somar ao fósforo e ao urânio empobrecido que como se sabe já não pode ser negado e que constitui uma clara violação das normas internacionais.

Os nazis fizeram variadíssimas experiências nos campos de concentração. É precisamente neste campo de concentração de um milhão e quinhentos mil palestinianos que Israel leva a cabo as suas.

Talvez a estação depuradora de águas contaminadas viesse trazer à luz do dia algo que não deve ser revelado. Entretanto o sofrimento em Gaza prossegue por falta de água potável.

01
Fev09

Um sinal positivo

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Depois do mediatismo da libertação de Ingrid Betancourt, como então disse aqui no blogue, era de prever que caísse o silêncio sobre os outros reféns em poder das FARC, abandonados que foram à sua sorte. Quem mais ouviu falar deles desde então?

Depois da incompreensível recusa de Uríbe em aceitar mediadores estrangeiros, surge finalmente um sinal do interior das próprias FARC, o anúncio unilateral de estarem dispostos a libertar 4 reféns. Aconteceu este domingo sob os auspícios do Brasil e da senadora da oposição colombiana Piedad Cordoba.

São eles o militar colombiano William Dominguez, sequestrado pelas FARC em 20 de Janeiro de 2007, e os policias Walter Lozano, Juan Galicia e Alexis Torres, cativos desde 9 de Junho desse ano, e já estão em liberdade. A guerrilha entregou-os este domingo à missão humanitária encabeçada por Piedad Cordoba nas selvas do sul do país.

Os reféns, em bom estado de saúde, foram recebidos pela senadora da oposição e vários activistas e delegados do Comité Internacional da Cruz Vermelha em helicópteros cedidos pelo Brasil.

Trata-se da primeira libertação unilateral desde Fevereiro de 2008, quando entregaram quatro políticos a uma missão humanitária liderada pela Venezuela.

A lista de sequestrados que a guerrilha considera 'trocáveis' fica por agora reduzida a 24 pessoas e poderá ser de 22 em questão de dias, pois prevê-se a libertarão mais dois políticos.

Poderia agora Uríbe, que tem as cadeias a abarrotar de guerrilheiros, políticos, sindicalistas, e membros de organizações sociais, dar também um passo em direcção ao diálogo necessário para restabelecer a paz naquele país, coisa que sinceramente não acredito, porque dá jeito a Uríbe a sua existência. Com ela consegue fazer passar mais camufladas as acções do narcotráfico.

Cabe à comunidade internacional estabelecer pontes para a libertação dos restantes reféns, porque por iniciativa de Uríbe bem podem ficar a apodrecer a menos que seja para a política espectáculo.

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