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Salvo-conduto

A erva daninha cresce todos os dias

A erva daninha cresce todos os dias

Salvo-conduto

30
Abr09

O que fazer?

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Meu Maio

A todos que saíram às ruas,
De corpo-máquina cansado,
A todos que imploram feriado
As costas que a terra extenua
Primeiro de Maio!
Meu mundo, em primaveras,
Derrete a neve com sol gaio.
Sou operário - este é meu maio!
Sou camponês - este é o meu mês!
Sou ferro - eis o maio que quero!
Sou terra - o maio é minha era!

Vladimir Maiakovski

 

Não vejo razão para ser um dia de festa, vejo isso sim sobejas razões para ser um dia de luta.

Amanhã colocar-me-ei ao lado daqueles que o pretendem lembrar saindo há rua para lutar por melhores condições de vida e pelo regresso de um 1º. de Maio igual ao de há 35 anos.

28
Abr09

Campanha negra, na Venezuela

salvoconduto

Sosseguem que as campanhas negras não são património exclusivo cá do burgo. Também na Venezuela, Manuel Rosales, alcaide de Maracaibo e candidato opositor derrotado por Chávez nas eleições presidenciais de 2006, pediu asilo político no Peru depois de permanecer várias semanas fugido da justiça, em paradeiro desconhecido, e se diz vítima de uma campanha negra.

Rosales, político da "velha guarda" que procede dos restos da IV República e do clientelismo político, é acusado de enriquecimento ilícito durante o tempo em que esteve como governador de Zulia. O líder do partido social-cristão "Um Novo Tempo" não conseguiu rebater as acusações da auditoria patrimonial e não pode demonstrar como adquiriu sete vivendas, um centro comercial e a RT International Group, empresa a quem entregou, 31 milhões de dólares.

Nas investigações promovidas pela Procuradoria, destacam-se a evasão fiscal de um prémio da lotaria (oito milhões de dólares), compra de mansões nos Estados Unidos, depósito ilegal de divisas no estrangeiro e doação fraudulenta de 200 veículos durante os anos em que esteve à frente da governação de Zulia.

Trata-se de acusações de peso, que poderiam levar Rosales à prisão durante dez anos. Mas o seu futuro imediato está acautelado por Alan Garcia, o presidente peruano que já lhe concedeu asilo contrariando o pedido da Interpol e de quem aqui também já tenho falado, ele também um político à moda "antiga".

Por cá a justiça funciona de outra maneira. Já viram alguém a ser acusado por enriquecimento ilícito? O centrão encarrega-se de cuidar que assim continue a ser.

27
Abr09

O Equador em democracia

salvoconduto

Rafael Correa ganhou de novo a presidência do Equador nas eleições presidenciais, desta vez logo à primeira volta, a confirmarem-se os primeiros dados oficiais divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral do Equador.

Com 70,36% dos votos escrutinados, Correa obtém 51,72% dos votos, enquanto o seu mais directo competidor, o ex-militar e ex-presidente Lucio Gutiérrez, obtém 27,98%.

É desde já um marco histórico por ser o único presidente, desde o retorno à democracia em 1979, que ganha à primeira volta apesar de não ser o candidato do 'establishment'.

Sete meses depois de aprovar uma Constituição de carácter socialista, Correa mantém-se no poder num país instável, onde nenhum presidente conseguiu terminar seu mandato na última década.

A vitória de Correa significa a rara consolidação de um governo eleito, numa nação marcada pela frequente queda de presidentes e pela promulgação de 20 Constituições, uma a cada nove anos, em média.

Sinal demonstrativo de que a democracia se está finalmente a instalar o Equador, é o facto de pela primeira vez os militares e polícias puderam votar voluntariamente. Igualmente aos jovens entre 16 e 18 anos.

"Somos responsáveis e podemos decidir sobre o futuro do nosso país, temos essa obrigação e esse direito" assim assinalava, uma jovem estudante de 16 anos. Quando os jovens falam assim a esperança renasce para o Equador.

26
Abr09

Ninguém o cala...

salvoconduto

 

O raio do homem, Silvio Berlusconi, não consegue estar calado. No Sábado visitou os desalojados pelo sismo, na região de Abruzos. A maioria das vítimas vive ainda em tendas de campanha e preocupado como com o seu bem-estar aconselhou-os: "Vão comprar móveis ao Ikea, ali pode-se comprar todo o mobiliário para a casa por pouco dinheiro".

Depois eu é embirro com o homem...

26
Abr09

O porco faz a diferença

salvoconduto

O sacristão de uma igreja da localidade de Vigevano no norte de Itália, Angelo Idi, de 51 anos, escandalizou os fiéis ao recebê-los no átrio do templo com uma cruz gamada colocada no braço.

"É uma coisa vergonhosa", gritaram os fiéis. Por seu turno o sacristão, que está há cinco anos naquela igreja, defendeu-se dizendo que se Itália um país livre, ele também o é de expressar as suas opiniões e quis expressá-lo dessa maneira, exibindo a cruz gamada nazi.

Idi confirmou que é de extrema-direita "e muito orgulhoso de o ser" e acrescentou que se "sente porta-voz" das Brigadas Negras, dos jovens combatentes da República (fascista) de Saló.


Este ano, as comemorações do 25 de Abril em Santa Comba Dão foram marcadas pela inauguração do Largo António Oliveira Salazar.

Segundo o programa das festas, a cerimónia contou com a presença da Tuna de Santo Estêvão e houve “porco no espeto”.

O vice-presidente da autarquia, António Correia, garante que a escolha da data para a inauguração do largo não tem qualquer significado político: «Escolhemos esse dia por ser um feriado nacional e por queremos envolver o maior número de pessoas possível. Não há nenhum significado especial nisso».

Haverá algum significado especial nestes dois factos? Tirando o "porco", é mais do mesmo...

24
Abr09

Onde estava no 25 de Abril?

salvoconduto

Eu estava ali bem perto do Largo do Carmo, mais precisamente na Travessa Fiéis de Deus, ao Bairro alto, quando fui despertado, ainda de madrugada, por voz amiga que me avisava que estava em curso um golpe de Estado.

Apressei-me, atravessei o Largo do Calhariz e o Camões, desci até ao Chiado e Rua Nova do Almada, para ver se algo acontecia no Banco de Portugal, idem na Praça do Município e depois subi a calçada até à António Maria Cardoso, onde à entrada da "dita" se encontrava um magote de agentes da PIDE conversando entre si, provavelmente interrogando-se também eles pelo decurso das operações.

À cautela aligeirei o passo até que estacionei e me instalei com todo o material fotográfico na área do Camões e do Chiado. Não demorei muito a bater as primeiras chapas dignas de registo. Os putos sentados na calçada admirando os dois soldados caçulas deitados em posição que eles próprios supunham ser de combate e a multidão que entretanto se formara interrogando-se afinal o que era aquela revolução. Mais acima outros entreolhavam-se, não entendendo aquele graduado que no Camões instigava um cabo que chefiava um carro de combate a disparar sobre outro posicionado em sentido contrário.

O que faltava ao graduado sobejava aos simples militares de um e outro lado para perceberem a loucura da ordem e lá teve o desgraçado que destroçar dali para fora.

Bem guardadas tenho as horas daquela tarde no largo do Carmo, sentado num jipe com o Capitão Esteves de Almeida, enquanto Salgueiro Maia tentava convencer os sitiados a renderem-se. Só então me dei conta que os meus rolos fotográficos tinham acabado. Bati seca e meca mas nada, nem um único rolo.

Sorte a minha de vislumbrar o Margarido, companheiro da Associação Portuguesa de Fotografia, que me desenrascou alguns rolos de slides. Pude assim continuar a documentar o dia.

Cruzei-me com o Beato, companheiro de tropa, que tinha metido o "chico" e ali estava comandando os seus homens. É agora presidente da Câmara de Grândola, mas parece que esqueceu o significado daquele dia, tais os comportamentos pouco democráticos que tem adoptado naquela autarquia. Mais ao lado outro alferes, o "Alheira", companheiro do liceu e também Francisco Sousa Tavares, que se encarrapitava na guarida do guarda do quartel, pedindo calma através de megafone à multidão que entretanto ali se juntara.

Voltei entretanto à António Maria Cardoso acompanhando um pequeno grupo. Ao chegarmos perto da sede da PIDE começou a metralha disparada do telhado e mansardas do edifício. Vi tombar três a meu lado, por momentos fiquei bloqueado ao ver que a metralha, vá-se lá saber porquê, se dirigia quase exclusivamente a um jornalista carregado como eu de material fotográfico. Vi-o com aquele material todo saltar por cima de um Volkswagen e aterrar em segurança.

Foi aí que saí da minha momentânea paralisia e só parei num terceiro andar, bem em frente à sede da PIDE. Arregalei os olhos, vislumbrei outros igualmente arregalados, a mesa posta, os doces e as garrafas de champanhe. Após os primeiros momentos de surpresa, o alívio por todos sabermos que estávamos em boa companhia, vieram os abraços, as lágrimas, o convite para a mesa e a descrição de tantos dias a ouvirem os gemidos daqueles que em frente estavam a ser torturados.

Mas guardado estava o bocado. Na noite de 26 para 27, após a rendição na PIDE, segui com alguns jornalistas, poucos, na última Berliet que acompanhava os agentes da PIDE para Caxias. Foi só nessa altura que foi libertado o preso político há mais tempo na prisão, 23, José Magro de seu nome. Alguns deles acompanhei-os do Porto. Sempre que era 5 de Outubro ou 31 de Janeiro ouvia Virgínia de Moura ler uma carta da sua mulher pedindo a libertação, insurgindo-se porque o único crime que cometera fora a liberdade do seu pensamento.

Era uma hora da manhã quando abraçando-me exclamou: "o dia, a vida, começam agora".

Bem hajas José Magro! 25 de Abril sempre!

23
Abr09

Não me lixem!

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Jaime Neves promovido a general e considerado herói nacional? E onde pára o pudor e a vergonha? Em qualquer país verdadeiramen-te democrático Jaime Neves já teria sido julgado pelo seu envolvi-mento em massacres durante a guerra colonial.

35 anos depois e a verdadeira história da guerra colonial continua por fazer, de tal maneira que se tentam enterrar bem fundo factos que nos deviam envergonhar e pelos quais já devíamos ter pedido perdão.

Que o digam os povos de Wiryamu, Chawola e Juwau todos eles em Moçambique barbaramente massacrados e onde Jaime Neves que então chefiava os Comandos teve papel de destaque.

Pela dimensão e impacto na altura destaco Wiryamu, onde centenas de pessoas, entre elas mulheres grávidas e crianças, foram chacinadas e incendiadas vivas dentro das suas palhotas, corria o mês de Dezembro de 1972.

A tragédia ganha nova dimensão quando em época de celebração de Abril se resolve premiar um dos seus altos responsáveis e promovê-lo a general precisamente pelo seu passado militar.

Em Dezembro de 1972 estava próximo do local da tragédia e senti revolta e vergonha por fazer parte de um exército que se conduzia de tal maneira. Para piorar a situação ainda tive que conhecer pessoalmente a besta humana que dá pelo nome de Jaime Neves, que ainda hoje é contra a independência das ex-colónias...

Não é segredo para os visitantes deste blogue que defendo que todos os criminosos de guerra e dos direitos humanos devem ser julgados independentemente da sua idade, cargo político ou militar. Mário Crespo tira-me do sério porque já é a segunda vez em poucos dias que faz o elogio de Jaime Neves, precisamente porque não pode ele ignorar estes factos porque há época também cumpria serviço militar em Moçambique. Seria preciso ser muito distraído para não se aperceber deles, embora na época o seu cuidado principal fosse acompanhar jornalisticamente Kaulza de Arriaga.

Não se me apaga da memória aquela mulher grávida ferida a tiro pelos homens de Jaime Neves, entre Vila Gouveia e o Guru, e que em boa hora o padre Faria obrigou o "Trinta" a descer o héli e recolhê-la. No chão ficaram dezenas de corpos de inocentes que o único crime que cometeram foi estar no caminho das tropas de Jaime Neves.

Mas estes factos foram riscados do livro oficial da história da guerra em terras de Moçambique. O poder actual age como se já não existissem testemunhas desse período. Mas muitos ainda continuamos vivos para repor a verdade de muitos factos tão vilmente escamoteados. Haja vergonha!

 

Para quem quiser conhecer melhor o que aconteceu em Wiryamu, pode fazê-lo aqui através de discurso directo do homem que na altura comandava a 6ª Companhia de Comandos, o alferes Antonino Melo, do qual vos deixo dois pequeníssimos excertos:

"...Caprichava-se na escolha da morte. As mulheres eram usadas sem pudor. Os homens caíam à paulada, pisados, outros a tiro. Um soldado de Tete matava as crianças à faca. Atirava-as ao ar como a uma bola de trapos e acabava com as suas graças na ponta da lâmina. Os que tentaram fugir foram abatidos a tiro. Também juntaram homens e mulheres em filas, colocaram-se em cunha, e berravam: «Batam palmas para se despedirem da vida.» De seguida, disparavam. Os corpos que caíam produziam um barulho surdo. Depois cobriam-nos com mato e lançavam o fósforo. As crianças pareciam línguas de fogo entre o fumo."

 

"...Metiam dez, talvez quinze pessoas, numa palhota, é difícil precisar neste momento. Foi tudo muito a correr, mas quando ficava cheia, lançavam as granadas e fechavam a porta. Passavam uns segundos. Antonino primeiro ouvia os gritos desesperados, silêncio quando as granadas rebentavam, o tecto subia, caía, a palhota incendiava-se. De novo gritos, choro. Poupava-se balas. Morriam queimados. Às vezes, a porta abria-se, alguém tentava fugir. Tiros. «Nestas operações, matar um ou vinte é indiferente. Depois de desencadeada, é para cumprir e seguir em frente. Tudo a eito.» A mesma expressão neutra."...

22
Abr09

Continuo às voltas com o PC...

salvoconduto

Dei conta no post anterior que o PC, já deixei claro que é o Personal Computer, me anda a azucrinar a cabeça. Pois ainda não parou, pelo que a minha actividade na NET está limitada ao mínimo, o que não impediu de receber um email, por outra via, de mão amiga de que transcrevo parte:

SILVA LOPES, com 77 (setenta e sete) anos de idade, ex-Administrador do Montepio Geral, onde saiu com um bónus de mais de 400.000 euros, acrescidos de várias reformas que tem, uma das quais do Banco de Portugal como ex-governador. Mas com 77 anos será idade para deixar de mamar? Claro que não! Logo que saiu do Montepio foi nomeado Administrador da EDP Renováveis, empresa do Grupo EDP, com mandato até Junho de 2011, depois logo se vê.

Com mais este cargo dourado, lá vai sacar mais umas centenas de milhar de euros num emprego só possível pela  política deste governo, que continua a distribuir milhões pela cambada afecta aos partidos do centrão.

Entretanto o Zé vai empobrecendo cada vez mais, num país com 20% de pobres, onde o desemprego caminha para níveis assustadores, onde os salários da maioria dos portugueses estão cada vez mais ao nível da subsistência.

Silva Lopes foi o tal que afirmou ser necessário o congelamento de salários e o não aumento do salário mínimo nacional, por causa da competitividade da economia portuguesa. Para este senhor, o congelamento dos salários deve ser uma atitude a tomar, desde que não congelem o dele, claro...

Entretanto peço desculpa por não visitar os amigos.

20
Abr09

Em nome de quê?

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Desde o início da guerra os Estados Unidos contavam com 677 mortes no Afeganistão. É pouco dirão alguns, são filhos dos outros.

Mas hoje já são 678, porque morreu mais um. No primeiro trimestre de 2009 já morreram no Afeganistão 77 militares estrangeiros, mais 37 do que no mesmo período do ano passado. Quase todos tinham entre 19 e 25 anos...

Este número por certo irá aumentar, estão a ser preparados mais 17.000 para servirem de carne para canhão.

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