Havia quem pensasse que o governo colombiano de Álvaro Uribe poderia cair em desgraça perante os Estados Unidos com a subida ao poder de Barak Obama, mas o homem não é burro e rapidamente arranjou maneira de tornear o problema. Basta aceder a transformar a Colômbia num imenso porta-aviões dos Estados Unidos, tudo passa a estar bem para ambos os lados e Obama já esqueceu as críticas proferidas no passado.
O plano dos Estados Unidos de ali instalar 5 (CINCO) bases militares, depois de negociações secretas nos últimos meses, ameaça de novo a paz nos países vizinhos. Esta ofensiva para colocar efectivos, meios militares e avançada tecnologia na Colômbia contradiz claramente Obama, que nas suas primeiras intervenções se dizia disposto a abrir novas vias na América Latina baseadas na cooperação pacífica, e com particular enfoque nos problemas sociais, chegando ao ponto de afirmar distanciar-se do autoritarismo que participou na instalação de quase todas as ditaduras naquele continente.
Para além do mais, a instalação dessas bases tornará inviável a iniciativa UNASUR, a aliança regional liderada pelo Brasil para evitar situações de crise entre países vizinhos. Não faltará quem, lidas estas linhas já estará a afirmar, "lá estás tu com o teu mau feitio", mas que dizer então que quem, insuspeito, muito menos de antiamericanismo, como Rafael Pardo, ex-ministro da Defesa colombiano e candidato a substituir Álvaro Uribe, afirma que a Colômbia perderá soberania e se converterá numa base de operações, contra os países vizinhos.
Quem anunciou tudo isto foi o próprio embaixador norteamericano, William Bronfield que foi o cérebro da operação militar dos Estados Unidos em Dezembro de 1989 no Panamá, quando os aviões norte-americanos arrasaram todo um bairro da capital para levar o seu antigo aliado Noriega, o que custou a vida a pelo menos 2.000 civis, topam?