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Salvo-conduto

A erva daninha cresce todos os dias

A erva daninha cresce todos os dias

Salvo-conduto

12
Dez09

Não me lixem VII

salvoconduto

Será que não se dão conta que alimentam a besta ou será que a besta lhes dá imenso jeito? É sabido que a guerra no Afeganistão não está a correr de feição para os seus promotores, mas vir desarrincar agora que sem a captura ou morte de Bin Laden a mesma não será ganha é algo que o desnorte não justifica. Anda aqui gato por lebre...

Porque não vão direitos ao assunto? Porque não tornam claro que agora é "preciso" invadir o Paquistão? Bush nesse particular era mais directo, mais terra a terra. Não precisava de grandes discursos para fazer o que lhe desse na veneta.

Depois de terem feito o mal e a caramunha no Iraque, acabaram com um Estado chamado Afeganistão e entregaram os restos a uma quadrilha cujo chefe é Hamid Karzai.

Apontem aí no vosso bloco de notas, só ainda não sei quando começa a guerra do Paquistão e deixo claro que não alinho em teorias da conspiração. Incursões já têm feito algumas. Mas se conseguirem "esconder" lá o fantasma do Bin Laden será um instante e essa guerra também será "justa"...

Bin Laden um mero mortal, falta saber se ainda está vivo, e se o estiver  estará em tais condições quer físicas quer políticas que não dispõe de poder para influenciar directamente os aconte-cimentos.

Nem a certeza da sua morte contribuiria para solucionar os graves problemas do Afeganistão, do Iraque, Paquistão, Indonésia, Sudão e Palestina. Estes problemas já existiam antes de aparecer em cena o fundamentalista saudita.

A guerra vai continuar, adivinham-se novos palcos, o resto é poeira para olhos...

11
Dez09

Português escorreito

salvoconduto

"Eu quero é saber se o povo está na merda e eu quero tirar o povo da merda em que ele se encontra." Lula da Silva.

Pode crer sô presidente, alguém andou deitando merda sobre ele estes anos todos. Bora lá limpar essa merda toda! E olhe que tem merda pra carai aí no Brasil como noutros países da América-Latina.

08
Dez09

Depois do tupamaro, o índio

salvoconduto

Depois de um ex-tupamaro é agora a vez de ser reeleito um índio, Evo Morales, para a presidência da Bolívia. À hora em que escrevo ainda só são conhecidas as projecções à boca das urnas que lhe conferem 61 a 63% dos votos. O seu mais directo opositor queda-se pelos 21 a 23%.

Uma vez mais a extrema-direita revanchista vê-se derrotada. Os seus planos secessionistas das terras mais ricas por ora foram derrotados, mas por certo não pararão. Os Bolivianos não podem baixar a guarda. Os "exemplos" mais a norte assim o aconselham.

Uma nota positiva das eleições foi a transparência do processo, avalizada pelos observadores internacionais que cobriram todo o país. A Organização dos Estados Americanos (OEA), com o colombiano Horácio Serpa à frente, qualificou a jornada como "um dia de participação massiva, alegre, pacífica e cívica, o que dá a este processo uma especial legitimidade democrática".

A introdução do censo biométrico que controla os eleitores não só pelo seu documento de identidade mas também pela impressão digital e também pela fotografia era, sem dúvida, um dos detalhes que mais interesse suscitou entre meios de comunicação de todo o mundo.

O chefe da missão de observadores enviada pela União Europeia para as eleições gerais da Bolívia, José Antonio de Gabriel, destacou a “completa tranquilidade” que se viveu durante a jornada de votação na qual praticamente não houve nenhum acidente.

José Antonio de Gabriel também elogiou a Corte Nacional Eleitoral do país andino. Segundo ele, o organismo eleitoral “fez muito bem o seu trabalho”. Na sua opinião, o padrão biométrico estreado este ano na Bolívia “estabelece muitas salvaguardas contra a fraude, já que utiliza fotos e as impressões digitais, de tal forma que é praticamente impossível que uma pessoa possa votar várias vezes”.

De Gabriel, que recentemente capitaneou a missão em El Salvador, crê que na América Latina há “uma nova tendência para uma maior participação”, para além disso “uma nova sensibilidade por incluir todos os cidadãos nos processos de votação”. Assim, recordou que é a primeira vez que os bolivianos votaram em Espanha. Para mim representa mais uma bofetada de luva branca naqueles que se recusam a que estabeleça a democracia na América Latina.

Como há trinta e cinco anos em Portugal, quando a revolução dos cravos deixou de ser apenas dos militares, também na Bolívia a revolução ali operada deixou de ser de Evo Morales e passou a ser do povo boliviano.

06
Dez09

Emissões de CO2?

salvoconduto

Nada mais a propósito, na véspera do início da cimeira de Copenhaga sobre as emissões de CO2, vir recordar aqui que, hoje como há 25 anos atrás em Bhopal, Índia, o planeta, as populações continuam indefesas. Tal como então, todos tentam fugir às suas responsabilidades.

Quero lá saber se a temperatura média do planeta aumentou ou não. Uma coisa é certa, o planeta não suporta este nível de emissões e para isso não preciso de ser cientista na matéria.

Mas é dessa catástrofe de há 25 anos que hoje importa falar. É provável que muitos já tenham esquecido o desastre de Bohpal. Quem lá vive por certo não pode esquecer. Naquela madrugada de 3 de Dezembro de 1984, uma espessa nuvem de ar envenenado saiu da fábrica da empresa norte-americana de pesticidas Union Carbide construída bem no centro da cidade indiana de Bhopal.

Sem qualquer alarme que avisasse do perigo, sem qualquer plano de evacuação previsto, sem qualquer informação sobre a composição do gás, a empresa norte-americana negou-se a facilitá-la, a tragédia converteu-se em catástrofe que poderia ter sido evitada. Os sistemas de segurança da fábrica eram insuficientes, devido ao corte de despesas com segurança imposto pela empresa-mãe, nos EUA.

Em apenas algumas horas perderam a vida cerca de 4.000 pessoas, mas muitos mais milhares aspiraram o veneno, as mortes sucederam-se em números alucinantes nos meses que se seguiram e muitos mais aspiraram o veneno que os mataria nos meses seguintes.

25 anos depois ainda nascem centenas de crianças com malformações. De uma maneira ou de outra 200.000 pessoas foram afectadas. A fábrica abandonada ainda liberta toxinas para o solo e lençóis freáticos.

Em pleno centro de Bhopal continuam enterradas milhares de toneladas de resíduos tóxicos que ninguém, nem a empresa Union Carbide nem o governo indiano, quis retirar.

A água que sai dos poços próximos da fábrica é o único recurso para muitas pessoas que bebem, cozinham, se lavam e regam as hortas literalmente com veneno, perpetuando assim uma maldição que começou com uma nuvem ardente e que dura há um quarto de século.

São coisas como estas que os governos presentes em cimeiras como a que agora se inicia sempre fazem questão de manter debaixo da mesa.

04
Dez09

"Eles", os portugueses

salvoconduto

 


Estou cansado e careca de ouvir falar "neles", nos portugueses. Cheguei um dia a julgar que fazia parte "deles", mas dada a forma como tanta gente importante a "eles" se refere, tenho que concluir que não. O mais certo é ser um povo que nunca conheci. Talvez habite entre o rectângulo luso e terras de Espanha, mas já começo a ficar farto.

Não há dia que não venha alguém dizer, quer nas rádios, nas TVs ou até mesmo no café, que "eles" são madraços, que vivem virados para o passado, que não sabem para onde ir, que estão no centro do mundo, que não sabem trabalhar, que não se lavam, que são dependentes, que não são informados, que são obnubilados, obcecados com o seu atraso, que não são bem Europa, não são bem África, não são bem Mediterrâneo, não são bem Atlântico, sei lá quantos adjectivos para "os" qualificar. Se repararem, quem isto diz são normalmente pessoas que começam todas as frases por "eu".

Com quem é que me cruzo afinal todos os dias, com os "eles", ou com os "eu"? Quem é que faz parte desse território situado entre o rectângulo luso e as terras de Espanha?

Ou será afinal que quem vive nesse país de faz de conta, entre o rectângulo luso e as terras de Espanha sejam afinal esses que dão pelo nome de "eu"? "Eu" que não são madraços, que não vivem virados para o passado, que sabem para onde ir, que não estão no centro do mundo, que sabem trabalhar, que se lavam, que não são dependentes, que são informados, que não são obnubilados, obcecados com o seu atraso, sei lá quantos adjectivos para os qualificar?

Os "eu" são os sociólogos tipo António Barreto, politólogos tipo José Adelino Maltez. Ambos me fizeram hoje saltar a tampa. O primeiro numa entrevista ao jornal "i", o segundo na Sic-Not. Já os "nós" são pessoas assim como o autor deste blogue, que habita no rectângulo luso. E vocês que aqui vêm, quem são? Onde vivem?

03
Dez09

Invasão do Afeganistão - Take II

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Eles aí vão de novo, 30.000 dos EU, 500 do Reino Unido, 1.500 da França, Zapatero também já garantiu ao vice-presidente dos EU o envio de mais tropas, Portugal ao que consta 150. Outros países se lhes seguirão nesta que já é considerada a segunda invasão do Afeganistão da era Bush/Obama.

Ao que parece Obama não quer sair do Afeganistão como outros saíram do Vietname, para já quem paga a factura são os soldados norte-americanos e as populações afegãs. Depois logo se vê quem é o senhor que se segue.

Se Barak Obama tivesse esperado até dia 10 poderia anunciar esta nova escalada da guerra na própria cerimónia em que vai receber o prémio Nobel...

 

Já agora descubram as diferenças:


Obama: "We Did Not Ask for This Fight"
Bush: "We Did Not Seek This Conflict"

Obama: "New Attacks are Being Plotted as I Speak"
Bush: "At This Moment ... Terrorists are Planning New Attacks"

Obama: "Our Cause is Just, Our Resolve Unwavering"
Bush: "Our Cause is Just, Our Coalition [is] Determined"

Obama: "This Is No Idle Danger, No Hypothetical Threat"
Bush: "The Enemies of Freedom Are Not Idle"

Obama: "We Have No Interest in Occupying Your Country"
Bush: "I Wouldn't Be Happy if I Were Occupied Either"

 

Fonte: michaelmoore.com

02
Dez09

Dificil de aceitar

salvoconduto

 

 

150 países rubricaram o tratado que proíbe as minas terres-tres, para terminar com  a sua produção, uso, armazenamento e produção. Adivinhem que se recusou a assiná-lo e reafirma que voltará a não o fazer na cimeira que agora decorre na Colômbia? Não chegam lá? Eu dou uma ajuda: Estados Unidos!

Difícil de aceitar, por quem viu morrer nos braços um soldado seu, vítima de uma delas, que antes de ser destacado para uma operação confessava não querer ir. Não teve alternativa, por falta de voluntário à sua substituição. Antes de morrer ainda conseguiu dizer: "Está a ver por que eu não queria ir!"

Difícil de aceitar, por quem teve de quebrar à força corpos calcinados, por minas armadilhadas com granadas incendiárias, por forma a caberem nos caixões.

Difícil de aceitar, por aqueles que mesmo já livres do espectro da guerra continuam a morrer ou a ficarem mutilados. Shame on you Mr. Obama!

 

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