Depois há quem diga que sou eu a embirrar com eles... Não querem lá saber que o FBI tratou de projectar a imagem de Osama Bin Laden para os dias de hoje? Nada difícil dirão vocês, basta utilizar uma fotografia dele e através de programas, ao alcance de qualquer um de nós, actualizá-la para os dias de hoje. Nem mais, confirmo eu, mas....

Mas o "profissionalismo" do FBI é que já é uma coisa mais complicada. Que o diga o actual líder da da Izquierda Unida de Espanha, Gaspar Llamazares, porta-voz da Comissão de Exterio-res. É que em vez de utilizarem a imagem de Bin Laden utilizaram a dele e a partir daí fizeram o seu trabalho e difundiram-na, inclusive na Internet. Reparem até no pormenor delicioso do cabelo...

Divertido, dirão vocês. Uma ova, dirá aquele dirigente político. Imaginem-no em qualquer aeroporto por esse mundo fora. À cautela já assumiu que para os Estados Unidos está posta de parte a hipótese de viajar, não quer ir parar a Guantanamo e muito menos correr o risco de lhe limparem o sebo. É como ele próprio diz, "A segurança de Bin Laden não está em perigo, a minha sim".

Já protestou, Zapatero idem aspas, esperam-se as cenas dos próximos capítulos da diplomacia americana...

Quanto a vocês que têm fotos no Facebook e similares, cuidem-se, não vá o FBI utilizá-las, sabe-se lá para quê...

Para os cépticos do costume aqui está a notícia completa do El País. Gostaram? Então tomem lá mais, o FBI não se ficou só por aí e utilizou também o cabelo e os olhos de Gaspar Llamazares projectar e difundir a imagem do líbio Atiyah Abd al-Rahman, conforme podem constatar na imagem em baixo.

Outra vez para os cépticos do costume aqui fica também a notícia do El Mundo de Espanha.

Não perdem tempo aqueles se aproveitam da desgraça alheia. A heritage Foundation dos EUA, após o terramoto do Haiti, veio a público com uma série de conselhos dirigidos ao governo de Washington num artigo intitulado "Coisas a lembrar enquanto se ajuda o Haiti". Todo o artigo é uma pérola, mas destaco um parágrafo que é esclarecedor da forma como esta gente encara o "resto do mundo":

"Para além de fornecer assistência humanitária imediata, a resposta dos EUA ao trágico terramoto no Haiti oferece oportuni-dades para reformar o governo e a economia como também melhorar ainda mais a imagem pública dos Estados Unidos na Região."

Isto é, pensam primeiro em como fazer avançar o império em vez da forma de ajudar os haitianos. Fiéis a si próprios...

Depois de o artigo ser veemente contestado substituíram este parágrafo por outro que supostamente seria mais soft:

"Os EUA devem implementar um esforço forte e vigoroso na diplomacia pública para combater a propaganda negativa que emana do campo Castro-Chavez. Tal esforço também demonstrará que o envolvimento dos EUA no Caribe continua sendo uma força poderosa nas Américas e em todo o globo."

Seria caso para dizer cada cavadela cada minhoca, mas não, é o "instinto" a falar mais alto e suficientemente revelador...

Com gente como esta não me admiraria nada que a ajuda fosse militarizada e assistíssemos aos militares a apontar indiscrimina-damente as armas esquecendo-se que os haitianos esgotados e esfomeados não são o inimigo e como tal não devem ser tratados como criminosos.

Leram o meu último post sobre as Honduras? A saga continua. O Congresso Nacional hondurenho, dominado por apoiantes do golpe de estado de 28 de Junho, nomeou o ditador Roberto Micheletti "deputado vitalício".

Ora aí está mais uma medida a fazer recordar Augusto Pinochet quando se autodesignou senador vitalício para conseguir a imunidade.

Se a isto acrescentarmos que a figura de deputado vitalício nem sequer existe na Constituição hondurenha, ficamos esclarecidos.

Quem teve a ideia de favorecer Micheletti foi o empresário Adolfo Facusse, um dos verdadeiros donos das Honduras de que já falei aqui.

Mas não se ficaram por aqui, também lhe concederam a condecoração Gran Cruz Placa de Ouro, uma remuneração, também ela vitalícia, e protecção policial.

Depois disto, só falta que Obama o condecore também, como fez George Bush com Álvaro Uribe.

Assistia há dois dias a um documentário da National Geographic sobre o Burj Dubai, o edifício mais alto do mundo, 600 metros, e sobre a tecnologia envolvida na sua construção. Garantem os seus construtores que o edifício estará a salvo de furacões e terramotos e ilustrava com pormenores.

Na altura soltei uma interjeição: "P.Q.P.! Quem tem dinheiro tem tudo!".

Estava ainda a muitas horas de conhecer a tragédia que se abateu sobre o Haiti. A esmagadora maioria das habitações são térreas e apesar disso foram destruídas, soterrando quem lá vivia.

P.Q. P.! Pobre até na hora da desgraça é pobre!

E na hora da desgraça também aparecem vampiros como este, que via jugular, aqui deixo ficar sem mais nenhuma interjeição.

Pat Robertson ex-candidato à presidência dos EUA, fundador da Coligação Cristã e director executivo da CBN como primeiro comentário à tragédia do Haiti, afirmou que o terramoto pode ser uma bênção para o país e explica porquê: "há muito, muito tempo, no tempo de Napoleão III, o pessoal do Haiti revoltou-se contra o jugo francês e fez um pacto com o Diabo. A partir daí foram amaldiçoados. Logo, esta tragédia até pode ser uma coisa boa se os haitianos se virarem para Deus."

Julgava eu que todos os argumentos contra o casamento de pessoas do mesmo sexo já tinha sido esgrimidos. Mas afinal faltava um, o mais demolidor: "está em causa a criação".

O aviso vem de Ratzinger, os casamentos de homossexuais põem em perigo a sobrevivência da espécie humana. Assim preto no branco, perante o corpo diplomático de 170 países.

Entre os principais responsáveis, Benedicto XVI aponta o dedo a países da Europa, da América do Norte e América do Sul que elaboram leis que permitem esses casamentos. Leis que para o papa pressupõem um "capricho" e uma "obstinação", já que considera que "o caminho a seguir" pelo homem deve corresponder à estrutura montada pelo "Criador".

Não sei como se enquadra o celibato de padres e freiras no meio deste argumento, mas que é bem desarrincado não haja dúvida, é que nem ao diabo lembraria...

Nunca é tarde para se dar a conhecer um dos períodos negros da humanidade, da Argentina em particular. A presidenta da Argentina, Cristina Fernandez, acaba de emitir um decreto através do qual desclassifica os documentos que detalham as acções dos militares durante a última ditadura (1976-1983).

Quem despoletou esta decisão foi um juiz federal, ao emitir, em Setembro último, uma petição nesse sentido. Fê-lo porque tem esbarrado sistematicamente em pesados silêncios sempre que tem necessidade de estudar os crimes cometidos naquela época.

O governo da Argentina adoptou esta medida depois de o ex-capitão da armada, Alfredo Astiz, tristemente conhecido por "anjo da morte", e que está a ser julgado juntamente com outros 18 ex-militares, se amparar no segredo de estado para não revelar informações sobre o desaparecimento de duas freiras francesas em 1977.

Esta resolução reforça uma outra, decidida em Janeiro de 2007 pelo seu marido, o ex-presidente Néstor Kirchner, que eximia os militares, polícias, agentes de segurança e de inteligência de se escudarem no segredo de estado quando tivessem que declarar perante um tribunal nos processos judiciais relacionados com a ditadura.

Ali ao lado, no Brasil, os militares tentam manter idênticos segredos fechados a sete chaves. Perante as ameaças, mais do que veladas, dos militares responsáveis da ditadura brasileira terá Lula os "tomates" de Cristina ? No Brasil aquele período foi alvo de uma amnistia que alguém quer transformar em amnésia...

Para onde caminhamos nesta deriva securitária? Será que um dia nos vão fechar a todos em casa, impedir-nos de sair à rua, a não ser uns quantos de cada vez?

O que se passa com o governo da Eslováquia e respectiva polícia é caso para internamento imediato em instituição psiquiátrica de alta segurança, no mínimo 24 horas por dia com colete-de-forças.

Do que se lembra aquela gente! Metem explosivos na bagagem de um qualquer passageiro, sem disso lhe dar conhecimento e ficam à espera para ver se os serviços de detecção os descobrem. Como tal não acontece o passageiro, feliz da vida, embarca, segue para outro país, carregando os explosivos na maior da ignorância.

Imaginemos agora que num qualquer ponto do trajecto tal facto é descoberto. De anónimo passageiro passa a perigoso terrorista, corre o risco de ser agredido ou até abatido. Os outros passageiros podem entrar em pânico, eu sei lá o que pode acontecer.

Tudo isto pela esperteza bacoca de um governo e polícia conduzidos por atrasados mentais.

TRÊS dias depois da viajem para Dublin a polícia irlandesa recolheu a carga explosiva, em casa do inocente cidadão. Os agentes da Eslováquia tinham depositado vários gramas de hexogénio (RDX) nas bagagens de vários passageiros, no aeroporto de Poprad, à espera que um cão detectasse, mas o animal só descobriu um dos explosivos.

Imaginem agora que o passageiro que transportava a carga era de um país muçulmano ou com aspecto disso, será que por esta altura alguém saberia o paradeiro dele? Já estaria em Guantanamo ou uma das muitas prisões secretas e clandestinas por esse mundo fora.

Porque não internam gente como esta?

Ele há gente para tudo, até para fazer de nós tolos. Honduras, 2009, lembram-se? Ainda por lá está asilado na embaixada do Brasil o presidente deposto por um golpe militar.

Depois do golpe seguiu-se um plano cuidadosamente elaborado pelo senador republicano Jim DeMint, dos Estados Unidos, como atempadamente dei conta aqui. Falta apenas a cereja no cimo do bolo, mas já está a caminho.

Vem agora a público uma "iniciativa" de um procurador do Ministério Público das Honduras pedindo ao Supremo Tribunal de Justiça que emita uma ordem de captura contra a cúpula das Forças Armadas pela expulsão do país do presidente, Manuel Zelaya, em 28 de Junho passado, ao mesmo tempo que solicita a abertura de um processo judicial sobre o caso.

E então? Perguntarão vocês. Então respondo que não sou ingénuo. É que esta acção coincide com a presença nas Honduras do subsecretário de Estado adjunto para o Hemisfério Ocidental dos Estados Unidos, Craig Kelly que irá acompanhar de perto a discussão no Congresso Nacional hondurenho de uma amnistia política para os envolvidos na crise causada pelo derrube de Zelaya.

É o truque habitual. Já estão todos amnistiados e ao mesmo tempo sempre se dá um ar de legalidade, topam?

Os senhores da guerra preparam-se para o embate. Tudo indica que o Iémen se transformará em nova frente de guerra. Estados Unidos, Inglaterra, França e Espanha já encerraram as suas embaixadas naquele país. Ao que tudo indica a intervenção militar está prestes a iniciar-se.

Ontem Bush e Blair, hoje Brown e Obama, parece já terem acertado os pormenores. Os actores mudaram, os métodos são exactamente os mesmos. A via política permanece afastada nestes problemas. Olho por olho, dente por dente, não sei se é na Bíblia ou se é no Corão, provavelmente nos dois. Um dos artífices da invasão do Iraque, ao serviço de Bush, é o mesmo que está a desenhar esta intervenção. Promete.

Entretanto o terrorismo alimenta-se e cresce neste tipo de acções militares...

A Irlanda, ainda há bem pouco notícia por aqueles anos todos de encobrimento dos padres pedófilos, sacou da cartola uma nova lei "moralizadora" que entrou em vigor às zero horas do dia um de Janeiro de 2010.

Até que enfim que vão pôr mãos neles, pensava eu!... Qual o meu espanto quando vi que afinal a lei pretende apenas multar em 25.000 euros aqueles que blasfemarem!

Essa nova lei define como blasfema toda a expressão "tremendamente abusiva ou insultante em relação a uma matéria tida como sagrada por qualquer religião, que cause indignação num número substancial dos seguidores dessa religião".

Como se enquadrarão nesta lei as polémicas declarações do Papa Benedicto XVI em 2006 sobre o Islão?

Mas esperem lá, não foi esta mesma gente que condenou Cristo? Não foi ele crucificado por blasfemar?

E eu a julgar que este tipo de leis já tinham sido definitivamente apagadas dos códigos civis e penais da Europa, que a separação entre Estado e Religião eram um dado adquirido.

E depois admiram-se de que ainda haja quem queira limpar o sebo ao autor daquelas caricaturas sobre Maomé...