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Salvo-conduto

A erva daninha cresce todos os dias

A erva daninha cresce todos os dias

Salvo-conduto

29
Set10

É disto que eu gosto no meu país...

salvoconduto

 

 

Depois de o governo condenar o povo por algo de que este não é responsável, uma boa parte desse povo afligia-se apenas com a derrota do seu clube na liga dos campeões.

É disto que eu gosto no meu país...

Depois do governo anunciar o corte nos salários dos funcionários públicos, a primeira pergunta que se ouviu de um jornalista foi: "E então o 13º mês da função pública?"

É disto que eu gosto no meu país...

Depois de o governo enumerar 25 medidas contra o povo que dirige, ouvia-se Ricardo Costa comentar na SIC com a melhor cara de pau: "Não é Portugal que está em causa, quem estava em causa era o Euro".

É disto que eu gosto no meu país...

27
Set10

O petróleo da Venezuela continua nas mãos dos venezuelanos

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Pelos resultados já conhecidos o PSUV e seu aliado PCV obtiveram 95 lugares do futuro Parlamento da Venezuela. Por seu lado direita e extrema-direita, aglutinando 32 partidos em torno da sigla MUD obteve 62. Faltam apurar 6 lugares.

A "ditadura" venezuelana se fortifica em mais um processo eleitoral considerado livre e transparente pelos observadores internacionais...

25
Set10

Contributo para a paz

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Soldados israelitas mataram esta sexta-feira um pescador palestiniano, Mohamed Mansur Baker, de 20 anos, que pescava em águas de Gaza.

"Os soldados israelitas dispararam contra o peito e morreu a caminho do hospital", afirmam as autoridades de Gaza.

Segundo testemunhos na costa de Gaza, os barcos da Marinha israelita abriram fogo contra várias barcaças de pescadores que navegavam junto à praia de Al Sudaneya, no norte do território palestiniano.

Um porta-voz da Marinha israelita diz no entanto que "um barco de pesca palestiniano saiu da área marítima designada para a pesca. Unidades da Marinha dispararam para o ar para o avisar e, quando o barco se negou a retroceder e regressar à zona designada, dispararam contra ele". Ora toma, assunto resolvido...

Já agora convém esclarecer que o Exército israelita limita a três milhas náuticas, desde a costa de Gaza, a área em que permite a pesca aos pescadores palestinianos...

23
Set10

Em 15 dias muito se joga II

salvoconduto

 

 

 

Sobre a Venezuela deixei alguns dados no post anterior, sobre o Brasil limito-me a trazer aqui os indicadores recebidos hoje mesmo em newsletter do insuspeito "O Globo", o mesmo jornal que de mão dada com a revista "Veja" desanca permanentemente em Lula da Silva e Dilma Rousseff e promove José Serra:

 

O mercado de trabalho brasileiro registou em Agosto queda recorde no desemprego e a renda bateu o maior patamar desde o início da série, em 2002. A taxa de desocupação nas seis principais regiões do país atingiu 6,7% no mês de Agosto, inferior à taxa de 6,9% registada em Julho, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira.

No confronto com Agosto do ano passado (8,1%), a taxa é 1,4 ponto percentual menor.

A população ocupada somou 22,135 milhões de pessoas em Agosto, alta de 0,5% sobre Julho e avanço de 3,2% contra igual mês do ano passado.

O número de desocupados totalizou 1,600 milhão, queda de 2,6% na comparação mensal e recuo de 15,3% na anual.

A média de Janeiro a Agosto da taxa de desocupação, foi estimada em 7,2%, registando decréscimo de 1,3 ponto percentual em comparação com idêntico período do ano passado (8,5%).

O rendimento médio do trabalhador brasileiro ficou em R$ 1.472,10 em agosto, maior alta dos últimos oito anos e que representa alta mensal de 1,4% e elevação anual de 5,5%.

Na média dos oito primeiros meses, a renda também alcançou patamar recorde, a R$ 1.429,21.

O rendimento médio real dos trabalhadores na análise regional, em relação a Julho, cresceu em Recife (4,4%), Salvador (3,3%), Rio de Janeiro (2,5%) e em São Paulo e Porto Alegre (0,7%). Ocorreu estabilidade em Belo Horizonte. Frente a Agosto do ano passado todas as regiões tiveram alta: Recife (17,5%), Salvador (7,7%), Belo Horizonte (6,6%), Rio de Janeiro (5,7%), São Paulo (3,8%) e Porto Alegre (6,4%).

O número de trabalhadores com carteira de trabalho assinada no sector privado (10,2 milhões) subiu 0,4% em relação a Julho e, em relação a Agosto do ano passado, cresceu 7,2%, representando um adicional de 685 mil postos de trabalho com carteira assinada nesse período.

A massa de rendimento médio real dos ocupados, (R$ 32,9 bilhões) em Agosto de 2010, ficou 1,8% maior do que a registada em Julho. Em relação a Agosto do ano passado, a massa cresceu 8,8%.

A massa de rendimento médio real efectivo dos ocupados (R$ 32, 5 bilhões em Julho de 2010) cresceu 1,6% no mês (Junho) e 9,2% em relação a Julho de 2009.
 

Isto tudo em cenário de crise internacional. Digam-me lá se não está muita coisa em jogo nas presidenciais no Brasil?

Será desta que elegerão uma mulher para o mais alto cargo da nação? Depois de um metalúrgico será agora a vez de uma "terrorista/assaltante de bancos"?

 

Não resisto a deixar aqui este vídeo que de certeza vos fará sorrir, há ironias do catano...

 

21
Set10

Em 15 dias muito se joga

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Os próximos 15 dias marcarão seguramente a América-Latina, pelo melhor e pelo pior. A direita e a extrema-direita que governam já o Chile, a Colômbia, a Costa Rica, as Honduras, o México, o Panamá e o Peru apostam agora tudo nas eleições legislativas na Venezuela, dia 26, e nas presidenciais no Brasil, dia 3 de Outubro. Ganhas estas seria fácil reverter a situação no resto da América-Latina que nos últimos anos lhe tem fugido ao controlo.

Não é pois de admirar que a comunidade conservadora internacional concentre as suas forças em ataques àqueles que têm dirigido nos últimos anos aqueles países.

Domingo próximo serão eleitos 165 deputados da Assembleia Nacional da Venezuela. À semelhança do que está a acontecer no país de Lula, tudo parece valer contra o país de Chavez, até a maior seca dos últimos cem anos na Venezuela é culpa inteiramente sua...

O veneno corre por todos os meios de comunicação que controlam. Gritam aos quatro ventos que na Venezuela não há liberdade de expressão, omitindo que 80% das emissoras de rádio e televisão pertencem ao sector privado.

Omitem igualmente que desde 1999 se realizaram quinze eleições democráticas nunca questionadas por nenhum organismo supervisor internacional ou que cada venezuelano pode filiar-se em qualquer das centenas de partidos políticos, sindicatos, organizações sociais ou associações, sem a mínima limitação.

Omitem ainda que desde a chegada de Hugo Chavez à presidência da Venezuela, o investimento social quintuplicou em comparação com o realizado entre 1988 e 1998, que a Venezuela já alcançou quase todas as metas fixadas pela ONU para 2015. A pobreza baixou de 49,4%, em 1999, para 30,2% em 2006 e a pobreza extrema caiu de 21,7% ao 7,2%.

A América Latina joga nos próximos 15 dias uma cartada muito alta. Os seus povos merecem sair vencedores, a ver vamos.

17
Set10

Recompensa

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Bush condecorou Uribe com a ordem da Liberdade. Agora é a Universidade de Georgetown, dirigida por jesuítas, que o convida para ser professor catedrático. Uribe rejubila, afinal de contas terá muito que "ensinar", a avaliar pelo seu passado.

Mas a coisa não é pacífica no seio dos jesuítas. Há quem rejeite de todo tal afronta, tal é o caso do Padre Javier Giraldo, que desde os anos 90 vem assumindo e compartilhando a sorte de várias famílias, a maioria parentes e amigos de 342 vítimas dos narcotraficantes da zona de Trujillo, na Colômbia, agricultores expropriados de tudo o que possuíam ou ameaçados de espoliação e morte pelos paramilitares que semearam o terror sob os auspícios de Uribe.

O mesmo padre que com outros três religiosos decidiu ficar no meio do conflito. Ajudou os agricultores a identificar os assassinos e as denunciá-los. Hoje muitos foram condenados outros aguardam julgamento.

Afirma-se ultrajado com o convite da sua Companhia religiosa e desabafa com outro jesuíta, o padre John Dear, S. J., norte-americano, que percorreu muitas zonas de guerra no mundo como activista da paz e chegou a ser preso por opôr-se às políticas pró-guerra do seu país.

Eis o teor da carta que lhe dirigiu:


"Prezado John:

Recebe um fraternal e carinhoso abraço.

Escrevo muito preocupado pelo facto de que na nossa universidade jesuíta de Georgetown tenha vinculado como docente ao ex-presidente da Colômbia, Álvaro Uribe Vélez. Não paro de receber mensagens de pessoas e grupos que sofreram enormemente durante seu governo, que reclamam e questionam a atitude da nossa Companhia ou a sua falta de discernimento ético ao tomar esse tipo de decisão.

É possível que a direcção de Georgetown tenha recebido opiniões positivas de colombianos de altas posições económicas ou políticas, mas é difícil que ignorem ao menos as profundas controvérsias éticas que levantou seu governo e os questionamentos e sanções que recebeu de muitos organismos internacionais que tratam de proteger a dignidade humana. O simples facto de que durante sua carreira política, desde quando era Governador do Departamento de Antioquia (1995-1997) tivesse fundado e protegido tantos grupos paramilitares, chamados eufemisticamente de “Convivir”, que assassinaram e fizeram desaparecer milhares de pessoas e deslocaram multidões cometendo muitas outras atrocidades, implica uma exigência de censura ética para encomendar-lhe qualquer responsabilidade no futuro. Mas não somente continuou patrocinando esses grupos paramilitares, mas os manteve e os complementou com um novo modelo de paramilitarismo legalizado, como são as redes de informantes, as redes de cooperantes e o novo tipo de empresas de segurança privada que envolve vários milhões de civis em actividades militares relacionadas com o conflito armado interno, enquanto mentia à comunidade internacional com uma falsa desativação dos paramilitares.

Além disso, foi escandalosa durante seu governo a prática dos “falsos positivos” que consistia em assassinar civis, principalmente camponeses, e depois de mortos vestirem-nos de combatentes para justificar a sua morte. Com isso pretendia mostrar falsas vitórias militares sobre os rebeldes e eliminar os activistas dos movimentos sociais que lutam pela justiça.

A corrupção durante seu governo foi mais do que escandalosa, não só pela presença de narcotraficantes nos cargos públicos, mas porque o Congresso e muitos cargos de governo foram ocupados por delinquentes. Hoje há mais de cem congressistas envolvidos em processos criminais, todos eles do grupo eleitoral mais próximo do ex-presidente Uribe.

Foi escandalosa a compra de consciências para manipular os aparatos da justiça, o que terminou destruindo, em níveis muito profundos, a consciência moral do país. Também foi escandalosa a corrupção com que seus ministros mais próximos manejaram a política agrária para favorecer os mais ricos com os dinheiros públicos, enquanto impedia e estigmatizava os projectos sociais.

A corrupção dos seus filhos, para se enriquecer às custas das vantagens do poder, escandalizou em seu momento toda a nação. Também utilizou o organismo de segurança que estava directamente sob seu controlo (Departamento Administrativo de Segurança) para espiar mediante controlos telefónicos clandestinos, as Cortes de Justiça, os políticos da oposição, os movimentos sociais e de direitos humanos.

Foram extremamente escandalosos os mecanismos corruptos dos quais se utilizou para conseguir a sua reeleição à Presidência em 2006, o que tem levado ministros e colaboradores próximos ad-portas da cadeia. A manipulação que fez da coordenação entre o Exército e os grupos paramilitares levou a que durante seu período houvesse 14.000 execuções extrajudiciais. Suas estratégias de impunidade para quem desde o Estado ou o Para-estado perpetraram crimes de lesa humanidade, passarão à história por seu atrevimento.

A decisão dos jesuítas de Georgetown de oferecer uma cátedra a Álvaro Uribe, não só ofende profundamente os colombianos que ainda conservam princípios éticos, mas põe em alto risco a formação ética dos jovens que frequentam a nossa universidade em Washington. Onde fica a ética da Companhia de Jesus?

Escrevo estas linhas porque estou certo que compartilhas nossas preocupações e talvez possa fazê-las chegar aos jesuítas de Georgetown e a outros círculos de opinião do teu círculo de simpatizantes pela justiça.

Recebe um forte abraço.

Javier Giraldo Moreno, S. J."

13
Set10

12 anos depois continuam presos, nos Estados Unidos

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Danny Glover, Edward Asner, Susan Sarandon, Oliver Stone, Martin Sheen, Pete Seeger, Ry Cooder, Bonnie Raitt, Chrissie Hynde, Haskell Wexler, Graham Nash, Jackson Browne e outros, enviaram ontem uma carta ao Presidente Obama pedindo-lhe que liberte os Cinco Presos Cubanos em prisões dos Estados Unidos.

Os actores Danny Glover e Edward Asner, coordenadores de “Actores e Artistas Unidos pela liberdade dos Cinco Cubanos”, fizeram um apelo aos seus colegas nos Estados Unidos convidando-os a juntar os seus nomes a uma carta ao Presidente dos EUA pedindo-lhe que outorgue uma ordem de clemência executiva a favor dos cinco cubanos.

Na carta, os actores e artistas unidos por esta causa indicaram: “Estamos sumamente consternados de que os Cinco Cubanos, que não cometeram nenhum crime contra os EUA nem tão pouco constituíram uma ameaça contra a segurança nacional deste país, continuem presos há 12 anos. Os Cinco monitoravam as actividades de grupos violentos de exilados cubanos em Miami, actividades que resultaram na morte de milhares de cubanos. Os Cinco simplesmente estavam a proteger o seu país contra futuros actos de terrorismo.”

Outros actores e artistas que juntaram os seus nomes à carta dirigida ao Presidente dos EUA: James Cromwell, Mike Farrell, Bruria Finkel, Richard Foos, Elliott Gould, Greg Landau, Francisco Letelier, Esai Morales, Betty e Stanley K Sheinbaum e Andy Spahn.

Presos políticos nos EUA? Não, que ideia...

09
Set10

De menina de rua a estudante de medicina, em Cuba

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Tropecei nesta história, não vou tecer qualquer comentário, apenas a reproduzo depois de contada na primeira pessoa por Gisele Antunes Rodrigues, de 23 anos, ex-menina de rua de São Paulo, nascida em Ribeirão Pires, que hoje está no terceiro ano de Medicina. Estuda no Instituto Superior de Ciências Médicas de La Habana, em Cuba.


"Saí de casa com 9 anos de idade porque minha mãe espancava eu e meu irmão. Não tínhamos comida, o básico para sobreviver. Meu pai nunca foi presente. É um alcoólatra que só vi duas vezes na vida. Minha mãe é uma mulher honesta, mas que não conseguia educar seus filhos. Já foi constatado que ela tem problemas mentais.


Ela trabalhava como cigana na Praça da República. Quando eu fugi de casa segui esse caminho, e encontrei uma grande quantidade de meninos e meninas de rua. Apresentei-me a um deles, este me ensinou como chegar em um albergue para jovens, e a partir desse momento passei a ser menina de rua. Só comparecia nessa instituição para comer, tomar banho e ter um pouco de infância (brincar). No meu quinto dia na rua, comecei a cheirar cola e depois maconha.


Alguns educadores preocupados com a minha situação tentavam me orientar, mas de nada valia. Foi quando me apresentaram a uma religiosa, a irmã Ana Maria, que me encaminhou para um abrigo, o Sol e Vida. Passei uns três anos lá e deixei de usar drogas. Esta instituição não era financiada pelo governo. Quando foi fechada, me encaminharam a outros abrigos da prefeitura, entre eles o Instituto Dom Bosco, do Bom Retiro. E assim foi, até os 17 anos.


Para alguém que usa droga, não era fácil seguir regras. Foi por muita persistência e um ótimo trabalho de vários educadores que eu consegui deixar a drogas, sair da desnutrição e recuperar a saúde após anemia grave.


Na infância, era rebelde, não queria aceitar a minha situação. Apenas queria ter uma família. Mas havia algo que eu valorizava _ a escola e os cursos que eu fazia na adolescência. Aos 14 anos de idade, comecei a jogar futebol, tive a minha primeira remuneração. Aos 16 anos, entrei em uma empresa, a Ericsson, que capacitava jovens dos abrigos para o mercado de trabalho. Essa empresa financiou meu curso de auxiliar de enfermagem e o inicio do técnico. O último não foi possível concluir.


Explico: existe uma lei nas instituições públicas segunda a qual o jovem a partir dos 17 anos e 11 meses não é mais sustentado pelo governo, tem que se manter sozinho. Como eu não tinha contato com a minha família, quando se aproximou a data de completar essa idade, entrei em desespero.


A sorte foi que a entidade, o Instituto Dom Bosco Bom Retiro, criou um projeto denominado Aquece Horizonte. Este projeto é uma república para jovens que, ao sair do abrigo, podem ficar lá até os 21 anos. Os coordenadores e patrocinadores acompanham o desenvolvimento do jovem neste período de amadurecimento.


As regras mais básicas da república são: trabalhar, estudar e querer vencer na vida. No segundo ano de república, eu desejava entrar na universidade, mas sabia que não tinha condições de pagar a faculdade de enfermagem ou conseguir passar na universidade pública.


Optei então por fazer a faculdade de pedagogia. É uma área que me encanta, e a única que podia pagar. No primeiro semestre da faculdade de pedagogia, um educador do abrigo, o Ivandro, me chamou pra uma conversa e me informou sobre um processo seletivo para estudar medicina em Cuba. Fiquei contente e aceitei participar da seleção.


Passei pelo processo seletivo no consulado cubano e estou desde 2007 em Cuba. Dou inicio ao terceiro ano de medicina no dia 06 de Setembro de 2010. São 7 anos no país, sendo 6 de medicina e um de pré-médico.


Ir a Cuba foi minha maior conquista. Além de aprender sobre a medicina, aprendo sobre a vida, a importância dos valores. Antes de ir, sempre lia reportagens negativas sobre o país, mas quando cheguei lá, não foi isso que vi. Em Cuba, todos têm direito a educação, saúde, cultura, lazer e o básico pra sobreviver.


Li em muitas revistas que o Fidel Castro é um ditador, e descobri em Cuba, que ele é amado e idolatrado pelos cubanos. Escrevem que Cuba é o país da miséria. Mas de que tipo de miséria eles falam? Interpreto como miséria o que passei na infância. Em casa, não tinha água encanada, luz, comida.


Recordo que tinha dias em que eu, meu irmão e minha mãe não conseguíamos nos levantar da cama devido a fraqueza por falta de alimento. Tomávamos água doce pra esquecer a fome. Então, quando abro uma revista publicada no Brasil e nela está escrito que Cuba é um país miserável, eu me pergunto: se em Cuba, onde todos têm os direitos a saúde, educação, moradia, lazer e alimento, como podemos denominar o Brasil?


Temos um país com riqueza imensa, que conquistou o 8º lugar no ranking dos países mais ricos, mas sua riqueza se concentra nas mãos de poucos, com uns 60 % da população vivendo em uma miséria verdadeira, pior que a miséria da minha infância.


Cuba sofre um embargo econômico imposto pelos estados Unidos por ser um país socialista e é criticado por outros governos. No entanto, consegue dar bolsa para mais de 15 mil estrangeiros de vários países, se destaca na área da saúde (gratuita), educação (colegial, médio, técnico e superior gratuito para todos) e esporte (2º lugar no quadro de medalhas, na história dos Jogos Pan-americanos), é livre de analfabetismo.


A cada mil nascidos vivos morrem menos de 4. Vivenciando tudo isso, eu queria também que o Brasil fosse miserável como Cuba, como é escrito em várias revistas. Acho que o brasileiro estaria melhor e não seria tão comum encontrar tantos jovens sem educação, matando, roubando e se drogando nas ruas.


Vou passar mais quatro anos em Cuba e não quero deixar o curso por nada. Desejo concluir a faculdade e ajudar esse povo carente que sonha com melhoras na área da saúde, quero ajudar outros jovens a realizar os seus sonhos, como me ajudaram. Também pretendo apoiar meu irmão, que deseja estudar direito.


Tenho meu irmão como exemplo de superação. Saiu de casa com 13 anos de idade, mas não foi para uma instituição governamental. Morou em um cômodo que seu patrão lhe ofereceu. Enquanto eu estudava e fazia cursos, ele estava trabalhando para ter o pão de cada dia. Hoje, ele é um homem com 25 anos de idade, casado e tem uma filha linda, e mesmo assim encontra tempo pra me apoiar e me dar conselhos.


Foi muito bom visitar o Brasil. Depois de longos 13 anos tive um tipo de comunicação com a minha mãe. Isso pra mim é uma vitória. Quero estar próxima dela quando voltar.


Conto um pouco da minha história, mas sei que muitos brasileiros ultrapassaram barreiras piores, até realizarem seus sonhos. Peço ao povo brasileiro que continue lutando. É período de eleições, peço também que todos votem com consciência, escolha a pessoa adequada pra administrar o nosso país tão injusto."


Gisele Antunes Rodrigues

03
Set10

Paspalhos?

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Cruzo-me frequentemente com críticas ao atendimento de serviços prestados por algumas empresas e por vezes subestimo-as, aquele feitiozinho muito nosso de dizer "não é nada comigo"...

Se tivesse que eleger a melhor e a pior decididamente colocava no pódio a que me fornece o café, pelas melhores razões e a operadora de internet, tv e telefone pelas piores.

No caso da segunda é espantoso como depois de fazerem gato-sapato do cliente e quando confrontados com a decisão deste de rescindir o contrato o caso muda de figura e até se apressam a oferecer uma redução na mensalidade! Tarde piaste...

Ninguém me tira da cabeça que a concorrência consegue penetrar nestas empresas e é através delas que fazem a sua melhor propaganda.

De tal forma que passadas umas horas essa mesma concorrência se apresenta a oferecer os seus serviços. Coincidência, dirão vocês. O tanas, digo eu. Bom, depois de catorze anos, vamos lá ver como se comporta a concorrência.

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