Mais um que vai dentro, um líder das milícias Mai-Mai, no Congo, foi preso pela Missão de Estabilização no Congo das Nações Unidas (MONUSCO) no leste do país, por ter dirigido e participado em violações em massa de mulheres e crianças.
Kikonda Mayele Sadok, Tenente-Coronel dos Mai-Mai, dirigiu operações nas quais foram violadas pelo menos 154 mulheres e crianças no território de Walikale, na província de Kivu do Norte, no Congo.
A besta humana de cerca de 30 anos de idade, foi levada para Goma, capital de Kivu do Norte, a província mais afectada pela violência no Congo, onde fica agora nas mãos da Justiça militar, que o acusa de ser o "principal instigador" das violações em Walikale.
Cá por mim nem o deixava sentar o cu no mocho, seguia de imediato ao encontro daqueles que violou.
Por esta altura estarão já alguns de vós a tecer elogios às forças da ONU no Congo, imerecidos desde já vos garanto, foi a má consciência dessas forças que ditou esta operação. É que essas mesmas forças permitiram, por omissão, violações em massa de populações que era suposto protegerem. Só nas últimas semanas o número de violações de mulheres e crianças ascende a 500.
Um dos exemplos dessas violações é Anna Mburano de oitenta anos. Quatro homens armados invadiram a cabana onde vive, bateram nas crianças e atiraram-nas ao chão. Colocaram Anna de costas e violaram-na repetidamente.
Não importava que dezenas de soldados da paz da Organização das Nações Unidas estivessem baseados estrada acima, não longe dali, ou que Anna Mburano tivesse 80 anos.
A violação de pelo menos 200 mulheres na aldeia de Luvungi tornou-se num embaraço para a Missão das Nações Unidas no Congo. Apesar de mais de 10 anos de experiência e milhões de dólares, a força de paz continua a falhar na sua tarefa mais elementar, a protecção dos civis.
Não foi pois de estranhar o desencadear de uma "operação" militar que levou à captura de Kikonda Mayele Sadok, ao que parece estava à mão de semear...
"Não cumprimos a nossa obrigação de proteger os civis no leste do Congo. As nossas acções não foram adequadas e isso resultou numa agressão brutal à população local. Precisamos melhorar", é assim que reagiu o enviado especial da ONU na República Democrática do Congo, Atul Khare Khare, que é subsecretário da ONU.
E afinal segundo um especialista da própria ONU "um dos meios a utilizar para impedir estas violações passa por mais patrulhas ao fim da tarde e à noite". Custará assim tanto?