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Salvo-conduto

A erva daninha cresce todos os dias

A erva daninha cresce todos os dias

Salvo-conduto

30
Nov10

Em directo e a cores

salvoconduto

 

 

Está a fazer escola na RTP...lembram-se daquelas reportagens do centro de batalha na Guerra do Golfo protagonizadas por Artur Albarran ou da Invasão Iraque por José Rodrigues dos Santos?


Parece que uma das acções de formação que decorrem naquela estação versa obrigatoriamente as reportagens em directo dos palcos de guerra.


Aí estava no último fim-de-semana João Pacheco Miranda, corresponden-te da RTP no Brasil, directamente das batalhas da Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão. Não se cansava de gritar vitória, vitória! Destruímo-los, capturámos vinte ou trinta!


João Pacheco Miranda garantia que estas batalhas tinham sido acompanhadas em directo pelas televisões e que ele estivera sempre na linha da frente. Mostrava-nos uma imagem de uma rua ao mesmo tempo que exclamava com a adrenalina toda: "tive muito que rastejar e proteger-me atrás dos muros para aqui chegar!"


Juro que lhe vi a poeira cravada nos dentes de tanto rastejar.


Também o jornal "O Globo" parece ter repórteres envolvidos na refrega, a fazer fé num dos seus últimos títulos: “O Dia D da guerra ao tráfico”.


Os chefes das operações militares é que parecem um pouco cansados de tanta "adrenalina" e já vieram deitar um pouco de água em tanta fervura, talvez lembrando-se de Abril de 2008, quando o BOPE pendurou a sua bandeira na parte mais alta da mesma Vila Cruzeiro depois de uma semana de ocupação da favela. Dois anos depois o que é que mudou?


Garante o Miranda que no Bairro do Alemão estavam acoitados 600 bandidos. Se foram capturados 20 ou 30, cadê os outros?

 

Ou me engano muito ou tudo ficará na mesma, pelo menos enquanto não der para distinguir polícia de traficante, enquanto houver polícias honrados que arriscam a vida por um salário miserável e enquanto se abandonar criança vulnerável na mão de traficante.

29
Nov10

Não seja por isso

salvoconduto

 

 

 

 

Há gente muito invejosa ou mal-intencionada. Depois de ter lançado as campanhas a favor dos dois Pedros a minha caixa de correio disparou a receber e-mails com indivíduos a manifestar-se contra o meu sentido de solidariedade.


Dizia a sua maioria que há quem esteja mais necessitado do que os Pedros e apontavam invariavelmente o nome do José, o nosso primeiro.


"Ah e tal não tem dinheiro para as prendas de Natal ou até para o pneu sobresselente, mas muito mais importante do que isso é não andar nas cimeiras ou junto dos mercados de fato coçado ou mesmo atacado pela traça."!

 

Confidenciam-me que o José já mandou virar as fatiotas todas e mesmo assim estão poídas, cheias de brilho e com algumas nódoas que as lavagens a seco já não conseguem retirar.

 

Acusam-me de ser do contra, de fazer política de terra queimada, pouco patriota até. Que se realmente estou interessado em lançar campanhas de solidariedade devia obrigatoriamente começar pelo José.

 

Não seja por isso, naquilo que eu puder ajudar, já disse que nesta altura não se olha a cores partidárias, podem contar comigo.

 

E se mais depressa o digo mais depressa o faço. Aqui fica, quem puder e tiver lá por casa uns trapinhos Armani já sabe que o José agradece. Por mim vou um pouco mais longe, desta feita "por um voaralho para o José", é o nome da nova campanha.

 

Para quem não saiba o que é um voaralho pode ver o vídeo acima para ter uma ideia, embora seja um protótipo em ponto pequeno.

 

É num meio de transporte assim, em ponto maior claro, que eu espero ver o José botar figura quando for de novo visitar os senhores dos mercados. Um pouco de ostentação por vezes funciona e quem sabe poderemos evitar esse tal do FMI.

 

Espero assim sossegar os espíritos daqueles mais apoquentados que julgam que algo me move contra o José.

 

Bora lá, uns contribuem prós trapinhos, outros pró voaralho!

27
Nov10

Um pneu pró Santana

salvoconduto

 

 

Depois de ter lançado ontem a campanha "por uma prenda de Natal para as filhas de Pedro Passos Coelho" é agora a vez de lançar uma nova, desta feita "por um pneu para o Santana", também ele a braços com a crise, que embora tocando a todos toca mais a uns do que outros, que o digam estes dois Pedros do PSD.

 

Nesta altura não se pode olhar a cores partidárias, daí o meu apelo: um pneu para o BMW do Pedro Santana Lopes.


Lamenta-se ele no seu blogue, como eu o compreendo, que o seu BMW não traz pneu sobresselente e deixa ficar o desabafo:

 

"Se acontece alguma coisa a um pneu, tem de se andar com ele, muito devagar, porque fica estragado mas - dizem eles - nunca esvazia de todo. Só que, depois, não há pneus. Tem de se encomendar. E, às vezes, demora dias. Em viagem deve ser bonito. Ou seja, são caros «até dizer chega» e não há em stock. Tornámo - nos, mesmo, no Burundi!"

 

Para aqueles que estejam já a pensar ceder-lhe um pneu do vosso "citroen dois cavalos" ou da "renault 4L" desde já aviso que não servem.

 

Deixem-se de merdas e vamos lá ajudar o homem. Por certo que o Pedro vos recompensará quando vierem melhores dias, quem sabe, quando voltar a governar-nos.


Para esta campanha sei que posso, mais uma vez, contar em primeira mão com os trabalhadores da Caixa, não me canso de repetir isto, que por certo não esquecerão que foi no governo do Pedrocas que se viram alijados daquele "fardo" que era o Fundo de Pensões.


Sei quem lhe poderia resolver o problema, o "orelhas" do Benfica, que enriqueceu à custa dos pneus, mas aquilo na segunda circular anda tudo de candeias às avessas, não é boa altura para isto e por certo também não esquecerá facilmente que o Pedro comandou em tempo os lagartos de Alvalade.


A resolução do drama do Pedro Santana Lopes está pois nas nossas mãos, ao alcance de um simples gesto. Bora lá, mas não exagerem no gesto.

26
Nov10

Por uma boa causa

salvoconduto

 

 

 

Quem vem a este blogue com regularidade sabe bem que me preocupo com bem-estar das pessoas, até dos animaizinhos, que calo bem fundo a desgraça alheia, que normalmente alinho pelas boas causas, assino quase todas as petições e me solidarizo com a má sorte dos outros.


Pois agora partiu-se-me o coração ao saber que a Catarina, a Joana e a Teresa este ano não receberão prendas de Natal. A um mês de distância receberam a triste notícia pelo seu pai, padrasto no caso da Teresa, que este ano só haverá uma prenda para a Júlia, a irmã mais nova.


Foi assim que Pedro Passos Coelho deixou as coisas, preto branco, para desespero das três. O pesaroso pai-padrasto terá afirmado em declarações à margem do lançamento do livro de Luísa Castel-Branco: "não me vou endividar para estimular a economia. Cada um deve gastar aquilo que pode e eu não gosto de gastar aquilo que não posso".


Como me dói ver aquele pai a ter que dizer às filhas que este ano não vai haver prenda de Natal, por mais pequena que seja, mas é como ele diz, quem não tem dinheiro não tem vícios.


Estou seriamente a pensar em promover a abertura de uma conta na Caixa Geral de Depósitos (que ele espera vir a privatizar), destinada a recolher donativos para a compra da prenda de Natal da Catarina, da Joana e da Teresa. Como sempre espero contar com o apoio daqueles que nesta altura do ano não deixam de acorrer aos mais necessitados, aquele pai é decididamente um deles.


Apelo desde já à vossa compreensão. Logo que tenha o número da conta não deixarei de aqui o colocar. Conto à partida com o apoio generoso dos trabalhadores da Caixa. Tenho a certeza que farão questão de ser os primeiros a contribuir.


Passos Coelho confessa também que este ano, por causa da crise, se vê obrigado a fazer "uma poupança forçada". Confidenciou mesmo que o Natal será passado em casa dos sogros. Gela-se-me a alma ao saber que a desventura bateu tão forte à porta do Pedro.


Bora lá a ajudar o Pedro. Bora lá comprar uma prenda de Natal à Catarina, à Joana e à Teresa e vão ver que se sentem bem no papel de Pai Natal.

24
Nov10

Notas sobre a greve III

salvoconduto

 

 

 

"A greve é um direito inquestionável dos trabalhadores". Se repararam foi mais ou menos assim que quem se queria manifestar contra a greve e os grevistas começava.

 

Depois seguia-se o chorrilho do costume: "no estado em que o país está é um crime fazer greve"; "querem é continuar a viver à tripa forra com o dinheiro dos nossos impostos"; "não vão lucrar nada com isso, não sei porque a fazem"; até esta, juro que não estou a inventar: "a greve deveria ser feita exclusivamente pelos desempregados, os outros não podem ter razão de queixa".

 

Outras, muitas outras, todos deveremos ter ouvido hoje. Dispuseram para tal do tempo de antena e zelo necessários postos ao seu dispor pelas Tvs. Alguns chegavam mesmo a antecipar-se aos inquiridos colocando-lhes logo de início o preconceito, em jeito de pergunta, não fossem eles esquecer-se...

 

Continuam a esta hora a alimentar o ódio e a guerrilha do sector privado contra o sector público. Na blogosfera os posts sucedem-se minuto a minuto, todos eles com a tal declaração prévia, todos iguais.

 

Aqueles que até há pouco tempo se declaravam oposição e "alternativa", nem se dão conta que repetem à exaustão e com entusiasmo os argumentos dos ministros ou da bancada parlamentar ao lado.

 

Certinho e afinadinho, no Parlamento, o "centrão" chumbava hoje uma proposta para aumentar a tributação das mais-valias mobiliárias de 20 para 21,5.

 

Imparável esteve Helena André, a ministra do Trabalho. Vaticinava de manhãzinha que a adesão à greve se deveria situar entre 5 e 90%, se tivesse dito 0 e 100% não falhava de certeza, para à tarde acrescentar que a greve tinha tido fraca participação já que não houve aumento no consumo da electricidade...

24
Nov10

Notas sobre a greve II

salvoconduto

 

 

O melhor e o pior:


A merecer nota positiva esteve D. Jorge Ortiga, arcebispo de Braga e presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, ao afirmar hoje que a greve “é um direito que assiste aos trabalhadores e é uma oportunidade que os portugueses têm de manifestar a sua insatisfação”.


Acrescentou que “um dia de greve é muito pouco. O povo português terá que se habituar a uma Democracia mais participada e mais responsável e manifestar-se não apenas nesta conjuntura mas também diante de determinadas leis que são prejudiciais para a sociedade”.


O Arcebispo de Braga terminou destacando que “é hora de todos darem as mãos e do povo português não se contentar com o dia do voto. O povo terá que estar alerta e, porventura, ter uma participação mais crítica."


O destaque pela negativa vai para aquele "empreendedor" de sucesso que dirige o Intermarché de Calendário, Vila nova de Famalicão, que deliberadamente atropelou duas sindicalistas que estavam no piquete de greve e que não satisfeito com isso ainda apontou uma arma aos trabalhadores, em greve, do hipermercado.

 

É aqui que me apetece, depois de o saudar, dizer a D. Jorge Ortiga que tem pano para mangas na área do seu episcopado e que não me venha com a treta de ser necessário dar a outra face e perdoar o responsável pelo Intermarché ou as acções da polícia sobre os piquetes na AGERE - Empresa de Águas, Efluentes e Resíduos de Braga ou no Complexo Grundig também em Braga.

 

Espero, isso sim, vê-lo na primeira linha daqueles que exigem a condenação dos prevaricadores, dando assim mais sentido à "partici-pação mais crítica" que muito justamente defende.

24
Nov10

Notas sobre a greve I

salvoconduto

 

 

Não vão desarmar durante o dia. Os primeiros sinais já foram dados:

 

Em Braga, mais de 15 agentes da PSP e Polícia de Intervenção ocuparam ontem, cerca das 20 horas de ontem, o portão da entrada da AGERE - Empresa de Águas, Efluentes e Resíduos de Braga, impedindo o piquete de greve de se aproximar da entrada. Vários agentes estavam ao longo da estrada de acesso. Estes agentes seguiram depois para o Complexo Grundig ocupando também os portões de entrada impedindo os piquetes de actuar.

 

No aeroporto da Portela a Administração da ANA tentou impedir a cobertura televisiva do início da greve no Aeroporto de Lisboa, onde o Secretário-Geral da CGTP-IN estava a acompanhar o início da greve na ANA.

 

Não deve também ter sido por acaso que o ministro dos Assuntos Parlamentares, Jorge Lacão, decidiu convocar os jornalistas para tentar explicar os motivos pelos quais as empresas públicas com maioria de capital do Estado e entidades públicas empresariais poderão tentar justificar a necessidade de ficarem "isentas" de cortes salariais entre 3,5% e 10% numa clara alusão à CGD. Esperava-se forte adesão naquela empresa.

 

Jorge Lacão podia deixar a "explicação" para amanhã? Podia, mas não era a mesma coisa, a greve naquela empresa também se iniciava à meia-noite e também dava muito no olho...

 

Há no entanto quem garanta que a medida acordada no parlamento se destina apenas a excluir os grupos parlamentares dos cortes da função pública, alegando que essa redução será feita através da lei de financiamento. A ver vamos mas o "objectivo" de Lacão parece alcançado...

23
Nov10

Não será tempo de dizermos basta?!

salvoconduto

 

 

 

Aqueles que se mostraram indignados ou se diziam envergonhados pela possibilidade de Timor-Leste vir a comprar títulos de dívida pública de Portugal revelam-se agora ufanos e diligentes perante a possibilidade de Portugal vir a contribuir com cerca de 2 mil milhões de euros para recuperar os desvarios da banca privada irlandesa.

 

Não há problema, haverá quem a bem ou a mal, suportará os devaneios liberais.

 

Em vésperas de greve geral Sócrates ameaça com requisição civil e diz contar já com dois blindados acabadinhos de chegar...

22
Nov10

Saudosistas

salvoconduto

 

 

No outro lado do Atlântico parece que está difícil à direita revanchista e saudosa da ditadura militar aceitar a derrota nas eleições presidenciais em 31 de Outubro último e que consagrou Dilma Rousseff como futura presidente.

 

Há gente para tudo, não é que se foram lembrar de "contestar" a vitória de Dilma recorrendo para isso aos arquivos da ditadura, procurando encontrar em possível confissão obtida sob tortura uma forma de a impedir de tomar conta do cargo?!

 

É preciso ser cara de pau, para não dizer uma coisa muito feia, querer utilizar as acusações dos próprios ditadores.

 

De facto Dilma foi guerrilheira nos anos de chumbo do Brasil mas isso só a engrandece.
 

É a prova provada de que o Brasil fez mal ao não ter julgado os algozes que acreditam que ainda é possível retomar o passado. Como é hábito, "Folha" e "Globo" à cabeça da horda...

 

Se cuida meu irmão...

19
Nov10

Imparáveis

salvoconduto

 

 

Dizia há dois dias o ex-líder dos empresários portugueses, Ferraz da Costa, que não é ilegal antecipar dividendos para fugir aos impostos, referindo-se ao caso da PT e da Portucel, acrescentando mesmo que os accionistas têm "legítimas expectativas" que não podem de modo algum ser defraudadas ao mesmo tempo que omitia que os dividendos só podem ser apurados no fim do ano.

 

Ninguém me tira da cabeça que a figurinha faz mesmo questão de ir à televisão gozar com o pagode. Semanas antes apoiava o corte de salários, recomendava um aumento maior do IVA e a diminuição da contribuição das empresas para a segurança social marimbando-se para as "legítimas expectativas" daqueles que apenas vivem do salário que esperam receber ao fim do mês.

 

Depois da PT e da Portucel é agora a vez da Jerónimo Martins anunciar a antecipação de 132 milhões de euros de dividendos para Dezembro e o pagode, a quem metem a mão ao bolso em matéria de salários e de impostos, assiste com a maior das calmas e até promete ir fazer as compras no Domingo ao Pingo Doce...

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