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Salvo-conduto

A erva daninha cresce todos os dias

A erva daninha cresce todos os dias

Salvo-conduto

19
Nov10

A Caixa é do Sporting?

salvoconduto

 

 

É certo e sabido, quando as coisas começam a dar para o torto, inventa-se. Trabalhei lá e sou como o Octávio Machado, sei do que estou a falar...

 

Quando o negócio não vai bem começa a dar a tremedeira a alguns dos responsáveis da CGD. Sempre foi assim. Depressa se passa a falar de pontualidade, dos gastos em toalhetes de papel ou até mesmo do papel higiénico ou outra coisa qualquer, a imaginação é fértil. Tudo menos falar sobre as razões objectivas para os maus resultados obtidos.


Houve uma altura em que uma destas medidas, as dos toalhetes de papel, levou a que no edifício sede na João XXI se decidisse, para poupar diziam eles, mandar fazer os toalhetes em papel que não lembrava a ninguém, áspero e que não absorvia a água, conclusão, gastava-se o triplo do papel na tentativa de secar as mãos, ao mesmo tempo que os responsáveis passavam uma imagem de "dinamismo e de preocupação com a empresa", desviando os holofotes de qualquer coisa verdadeira-mente importante que corresse menos bem.


Lembro-me de uma outra, a do papel higiénico. Passaram a colocar-se os rolos em quantidades diminutas e absurdas. O inevitável aconteceu, sempre que alguém via um rolo logo o palmava e o guardava na gaveta da secretária, não fosse o diabo tecê-las e em caso de necessidade não ter onde limpar o dito, que os dedos não foram feitos para essas coisas...


Recorrente é a questão das gangas, oh minha Nossa Senhora d´Agrela, julguei que nunca mais se voltaria a falar nisto. Até parece que quando entramos numa agência da Caixa deparamos com os seus empregados todos azuizinhos, vestidos de ganga. Pois é, naquela casa, que já foi minha, volta de novo a transmitir-se orientações quanto ao uso das gangas.


Das duas uma, ou algum dos responsáveis é um empedernido "lagarto" que resolveu importar a última directiva que o Sporting pôs cá fora este mês, a propósito do mesmo tema, ou é como eu digo, quando as coisas correm menos bem inventa-se qualquer coisa para entreter ou encanar a perna à rã.

 

É que realmente as coisas por ali não correm muito bem, se nos lembrarmos que ao fim do terceiro trimestre a Caixa poderia não ter apresentado resultados positivos. Salvou a honra com o "negócio" do Fundo de Pensões dos trabalhadores daquele banco, cujo encaixe foi mais ou menos o mesmo que o resultado apresentado.

 

Por que carga de água se tenta pôr sempre travão à livre discussão dos temas que realmente preocupam a quem ali trabalha, como seja os 4 mil milhões encalacrados no BPN, os cortes no salário, a suspensão nas progressões de carreira, o pagamento de trabalho suplementar realizado, a diminuição significativa do valor do Subsidio de Almoço ou até mesmo o corte nas reformas daqueles que lá trabalharam? É que caramba, nem todos ganham o que ganhava Armando Vara e muito menos recebem a reforma de Mira Amaral. Já vai sendo tempo de não confundir banqueiros com bancários. 

 

Deixemo-nos de merdas, o profissionalismo não se mede pela cor da roupa ou pelo tamanho da gravata mas sim pela seriedade e empenho com que se faz o trabalho.

 

Já agora também vos digo que a vida me ensinou, a mim que enquanto ali trabalhei usei também fato e gravata, que os maiores aldrabões usam precisamente fato e gravata e nunca são dados a gangas...

18
Nov10

Pior do que ratos

salvoconduto

 

 

 

Procurei naqueles blogues que endeusam os mercados e o sector privado por algum comentário à notícia da Lusa que dá conta da decisão da Portucel, cujos lucros aumentaram 112,9% nos primeiros nove meses, de antecipar para Dezembro próximo a distribuição de 120 milhões de reservas com o fim único de se furtar aos impostos acrescidos de 2011. Népia!

 

Procurei mesmo uma reacção governamental. Népia! O mais aproximado que consegui foi uma declaração do Ministro da Economia afirmando que a Greve Geral do próximo dia 24 tem "obviamente" um impacto económico negativo e que Portugal "não precisa" de impactos negativos no actual momento.


Privasse eu com o senhor ministro e por certo lhe diria que irresponsável é a sua prima e o governo de que faz parte...

 

Em contrapartida depois de há uns dias atrás as Estruturas Representati-vas dos Trabalhadores da CGD afirmarem que o corte de salários apenas servirá para a desestabilizar e provocar o aliciamento da banca privada a trabalhadores da empresa com o fim único de captar os melhores clientes, foi o cabo dos trabalhos.

 

Parecia que tinha caído o Carmo e a Trindade. Até na SIC-Notícias aquele jornalista que tem os olhos esbugalhados, Vicente Jorge Silva, os esbugalhava ainda mais e vociferava: malandros, era o que faltava, e os outros e o exemplo? Espumava ele.

 

Privasse eu com Vicente Jorge Silva e por certo o mandava "visitar" a prima e lhe diria que o exemplo está no BPN, no BPP, na PT e agora na Portucel e no mais que adiante se verá.

 

Não é em vão que se diz que em caso de naufrágio os ratos são os primeiros a abandonar o navio. No que a ratos se refere parece que por cá os temos em abundância...

15
Nov10

Contrastes IV

salvoconduto

 

 

Enquanto por cá se continua a penalizar os mais desfavorecidos, na Venezuela Hugo Chavez recusa seguir a corrente e cria uma taxa especial de 5% para a banca. Para que não restem dúvidas deixa a mensagem: "banco privado que não se submeta à lei, será nacionalizado, a banca é um recurso da nação que não pode estar ao sabor do capricho de um grupito de pessoas".


Enquanto por cá um grupo de deputados radicais do PS pretende que os bancos autoproponham um aumento da taxa efectiva de IRC no sector bancário para “colaborarem no esforço colectivo de redução do défice", aumento esse que poderia ser temporário e seria uma espécie de agradecimento activo pelo apoio do Governo à banca nos últimos anos, na Venezuela Chavez obriga os bancos a criar um Fundo Social para Contingências, equivalente a 10% do capital social, devendo o respectivo montante ser transferido para outra instituição bancária, a ser utilizado como garantia de pagamento aos trabalhadores em caso de falência ou encerramento.

13
Nov10

Cabra tá cara

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Não sei se vocês sabem que Portugal e Espanha apresentaram em Agosto passado um projecto Europeu de Cooperação Territorial com vista à prevenção de incêndios florestais, desde logo apadrinhado pelo Secretário de Estado da Protecção Civil, Vasco Franco.


Trocado por miúdos, para quem anda distraído, o projecto pretendia dar a 150 mil cabras funções de prevenção de incêndios florestais que procederão à limpeza natural dos "campos agrícolas abandonados, montes e trincheiras" enquanto comem. A verba orçada foi de 50 milhões de euros que será ressarcida em queijos e chanfanas à medida que as cabras abandonem o activo.


Pois o nosso Secretário de Estado Vasco Franco, provavelmente apertado pelos mercados, concluiu que as cabras estão caras, vai daí puxou, puxou pela cabeça e eureka, todos fossem como ele e num tirinho sairíamos da crise. Nem mais, ontem mesmo, Vasco Franco anunciou no I Encontro de Sapadores Florestais do Distrito da Guarda que os beneficiários do subsídio de desemprego vão ser chamados a limpar as florestas de Portugal. Não é nada, não é nada mas sempre se poupa nas cabras e na ração.

 

Ao mesmo tempo envia-se uma  "mensagem positiva"  aos mercados internacionais como bem recomendou o ministro da Presidência Pedro Silva Pereira a todos os responsáveis da vida pública portuguesa. É desta que os mercados vão retomar a confiança em Portugal, aleluia!

12
Nov10

Canavilhas, da cultura para a sucata

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O rei das sucatas continua a prosperar. Apesar de preso a vida corre-lhe de feição. O processo de classificação da linha ferroviária do Tua como “património de interesse nacional” foi arquivado pelos serviços do Ministério da Cultura, segundo um despacho agora publicado no Diário da República.

 

A centenária linha férrea será parcialmente submersa, numa extensão total de 16 quilómetros, por uma barragem que a EDP pretende construir na foz do Tua, próximo da sua junção com o rio Douro.

 

Tudo indica que os carris irão parar a Ovar à central de sucata dirigida por Manuel Godinho, sempre envolta em negócios escuros. Desta vez não precisa de roubar os carris daquela linha. Alguém faz o trabalho por ele.

 

Para além dos carris é mais um pouco da alma de Trás-os-Montes que desaparece. 123 anos depois, uma linha que se integra de forma harmoniosa na paisagem do Vale do Tua, entre grandes fragas e que é reconhecida como uma das obras-primas da engenharia portuguesa do século XIX é condenada à sucata pelas mãos de Gabriela Canavilhas.

11
Nov10

Contrastes III

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Enquanto por cá se prega a alteração da Constituição de modo a tornar mais difícil a vida dos cidadãos no outro lado do Atlântico acaba de ser aprovada uma emenda à Constituição brasileira que permitirá incluir nesta o "direito à felicidade". Simbólico? Certamente, mas de grande significado.


Não se trata de que os cidadãos, uma vez aprovada a emenda à Constituição, possam exigir do Estado algo específico que lhes permita ser felizes. O governo tem, isso sim, que garantir aos cidadãos o direito à busca da felicidade cumprindo e fazendo cumprir os demais direitos, já presentes nela.

08
Nov10

O emissário

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Vale a pena trazer aqui esta informação que recolhi no "Passado, Presente e Futuro":

"Impressiona-me que certos políticos não tenham memória e que os cidadãos não critiquem a falta de memória destes políticos.


Vem isto a propósito da citação que o PÚBLICO do dia 5 de Outubro faz do ex-ministro das Finanças Eduardo Catroga, que escreveu no Diário Económico que "o Estado engordou 10 quilos e este excesso de peso requer uma dieta prolongada de, pelo menos, duas legislaturas".


Dezasseis quilos (8 mil euros por mês, que cresceu todos os anos, para atingir cerca de 16.000 euros quando cumpriu 60 anos), foi quanto Eduardo Catroga atribuiu a si próprio, por despacho cirúrgico (a expressão é de Eduardo Dâmaso, 28 Setembro de 1995), aos 53 anos de idade, e como reforma vitalícia, antes de abandonar o cargo de administrador delegado de um fundo de pensões e ir para ministro das Finanças do XII Governo Constitucional da II República presidido por Cavaco Silva, e remeter-se ao silêncio durante mais de duas legislaturas (...).


Mais de duas legislaturas foi quanto durou a dieta prolongada do protagonismo do ex-ministro de Cavaco Silva, que progressivamente vem recuperando o estatuto de defensor dos interesses do país, agora que a memória do público se esvaiu.


Mas alguns lembram-se quanto custa ao contribuinte (o dinheiro é trabalho) a reforma de mais de 30 salários mínimos de 500 euros (ou 60 salários mínimos de 250 euros dessa altura) que Catroga atribuiu a si próprio, há 15 anos, em 1995, aos 53 anos de idade.
Façam as contas."

Jorge Pinto in Público


Àquela reforma dourada Catroga junta ainda as remunerações correspondentes aos cargos que exerce em acumulação de presidente do Conselho de Administração da Sapec, de presidente não executivo da Nutrinveste, de presidente não executivo do Banco Finantia e ainda de membro do Conselho Geral e de Supervisão da EDP.

 

Passos Coelho também se referiria a Catroga quando afirmou ser necessário julgar e condenar os responsáveis pelo estado a que o país chegou?

06
Nov10

Descubra as diferenças

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Depois de ler as duas notícias abaixo, uma do Sol e outra do JN, veja se descobre as duas diferenças. Está bem eu dou uma ajuda, a primeira, só um utilizou a pistola. A segunda, só no fim do texto.


"O Ministério Público apreendeu documentos no âmbito da Operação Furacão que indiciam o envolvimento da Mota-Engil no pagamento de luvas a decisores políticos.
O Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) está a investigar indícios de que houve pagamento de luvas no valor de seis milhões de euros, em 2002, na entrega da concessão da SCUT do Grande Porto ao consórcio liderado pela Mota-Engil. Este foi o principal motivo por que o presidente do grupo, António Mota, esteve esta quarta-feira a prestar declarações no DCIAP." No Sol


"Aos 44 anos, perdeu o emprego numa agência funerária que lhe rendia dois mil euros por mês. Desesperado por dívidas acumuladas, resolveu passar a ganhar a vida a assaltar bancos à mão armada. Em menos de um mês, ganhou 6200 euros. Mas foi apanhado.

De acordo com informações recolhidas pelo JN, o indivíduo, sem quaisquer antecedentes policiais, terá enveredado pelo crime por se sentir em desespero face a dívidas avultadas - resultantes da sua vida íntima - e que não conseguia suportar por ter perdido um emprego numa agência funerária, em que auferia dois mil euros."

 

Só o segundo ficou em prisão preventiva.

05
Nov10

Milagre de Santa Luzia

salvoconduto

 

 

Afinal parece que alguns dos tratamentos fizeram efeito. Nem todos os que nos últimos tempos foram declarados cegos foram condenados às trevas. Pelo menos um afirma que está a ver novamente, e eu que já o dava por perdido...

 

O deputado António José Seguro garante que recuperou a visão e previne desde já, agora que vê melhor do que nunca, que será implacável. Avisou até Francisco Assis, não o santo, mas o líder da bancada parlamentar do PS, que nunca aceitará votar leis de “olhos fechados”.

 

Eu sei que não sou crente mas por vezes tenho as minhas fraquezas e quase que sou capaz de jurar que foi Santa Luzia, a padroeira dos oculistas, a responsável por este milagre.

 

Espero bem que o Zé Seguro caminhe assim por essa estrada luminosa e que nas curvas não faça como a sua santa protectora e resolva arrancar os olhos e oferecê-los numa bandeja a Francisco Assis. Eu já vi de tudo, com estes olhinhos que a terra há-de comer...

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