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Salvo-conduto

A erva daninha cresce todos os dias

A erva daninha cresce todos os dias

Salvo-conduto

05
Dez10

Estilhaços

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Tudo ia bem enquanto a Wikileaks se limitava à denúncia de irregulari-dades governamentais, como assassinatos políticos no Quénia ou as negociações do arroz de Xanana Gusmão em Timor Leste, até lhe conce-deram um prémio através da revista "The Economist" em 2008.

 

Já não está nada bem quando as revelações incidem principalmente sobre documentos confidenciais ou secretos dos EUA que estão a provocar uma onda de estilhaços nos quatro cantos do globo, os mesmos quatro cantos onde aquele país se entretém a semear a discórdia.

 

Nem a Cimeira Ibero-americana que decorreu na Argentina escapou, as ausências tornaram-se notadas,  impossível cobrir com uma manta aquilo que o diabo destapou.

 

Todos os ausentes vão dando uma desculpa politicamente correcta para esconder o óbvio. Zapatero esconde-se atrás de uma reunião do Conselho de Ministros, Evo Morales atrás de uma operação  ao joelho...

 

Cristina Fernández, presidente da Argentina, também ela alvo das intrigas ardilosas dos senhores do Norte,  mostra-se desolada ao mesmo tempo que tenta arranjar desculpas para aquilo que não tem desculpa.

 

Vários telegramas filtrados pela Wikileaks revelaram que a chefe de Estado argentina supostamente se  comprometeu com os Estados Unidos a "cooperar" para debilitar o presidente de Bolívia, Evo Morales.

 

A única nota positiva que chega da cimeira é o facto de o Presidente das Honduras nem sequer ter sido convidado pela Argentina, país anfitrião. A União Sul-Americana das Nações (Unasur), que se reuniu  no quadro da Cimeira para eleger o seu novo Secretário-geral depois da morte de Nestor Kirchner, não  reconhece a legitimidade das "eleições" das quais saiu "eleito" Porfirio Lobo, realizadas após o golpe de Estado que derrubou o presidente Manuel Zelaya.

 

À cimeira tão pouco assistiram o presidente cubano, Raul Castro, nem Daniel Ortega, Presidente da Nicarágua, bem como Hugo Chavez a braços com as cheias no seu país.

 

Do mal, o menos, um dos objectivos da cimeira era aprovar o programa "Metas 2021", que prevê um investimento de 100.000 milhões de dólares para universalizar a alfabetização e garantir o acesso igualitário à educação. Foi aprovado, agora a ver vamos.

 

Cristina Fernandez por seu lado, com necessidade de limpar a face propôs que na declaração final da cimeira fosse aprovada uma "cláusula democratizadora" semelhante à aprovada pela Unasur na  Guiana no passado dia 26 de Novembro com o fim de Espanha e Portugal se comprometerem também a  impor sanções comerciais a todo o país que sofra um golpe de Estado. Com algumas alterações foi aprovada. Não sei porquê desconfio de alguns que a aprovaram. Na hora da verdade, a ver vamos mais uma vez...

 

Quem não esteve de modas foi o vice-presidente da Bolívia, Alvaro Garcia Linera. Alto e em bom som carregou contra a "diplomacia de espionagem e conspiração" dos Estados Unidos e instou os países da região, em especial a Argentina, a não cair na divisão.

"A transparência é a melhor defesa contra a conspiração. Não temos nada que ocultar. Não permitamos que estas informações, essa maneira de proceder criem distâncias entre nós, não pode ser, não nos podem dividir", afirmou dirigindo-se a Cristina Fernandez.


Garcia Linera aludia assim, sem o mencionar expressamente, às revelações sobre a vontade de Cristina Fernandez de colaborar com os Estados Unidos na sua estratégia na Bolívia e aos qualificativos de "pessoa difícil" que teria expresso quando se referiu ao presidente Evo Morales.

 

Ironicamente foi a Secretária de Estado, Hillary Clinton, que questionou a saúde mental da presidente da Argentina e pediu a diplomatas dos EUA que investigassem se ela toma remédios psiquiátricos. Cristina, não havia necessidade!...

04
Dez10

Meio mundo a enganar outro meio

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Andou por aí meio mundo preocupado com uma hipotética excepção aos cortes de salários dos trabalhadores da Caixa Geral de Depósitos, coisa que ao que parece não se irá verificar e que mais não serviu do que pôr os testas de ferro daquela empresa a telefonar para casa dos trabalhadores na véspera da greve geral incentivando-os a não aderir.


É justamente esse meio mundo que permanece calado quando o presidente do Governo Regional dos Açores decide atribuir um subsídio aos funcionários públicos que ganham entre 1.500 e 2.000 para os compensar do corte de 5% nos salários.


O outro meio mundo reage exclamando que isso é oportunismo, que não está certo, que os funcionários públicos dos Açores estão a fugir aos sacrifícios necessários para endireitar o país, curiosamente o mesmo meio mundo que ainda ontem chamava de entorse à tentativa de taxar os dividendos fugidos ao fisco de 2011.


Enquanto isso o senhor que está a governar "este mundo" prepara-se para mandar às urtigas o acordo que fez com os parceiros sociais e adiar para as calendas o aumento do salário mínimo.

 

Tirem-me deste mundo.

03
Dez10

É entorse, é...

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Não é em vão que se declaram solidários, com os mais "fracos" dizem eles, com os "oprimidos" fazem questão de realçar. Todos devemos contribuir para a superação da crise, não deixam de nos lembrar. Escrevem com maiúsculas que os sacrifícios devem ser divididos, não importando tanto como se faz a divisão e borrifando-se para o divisor, desde que o quociente lhes agrade.

 

Tudo isso ficou mais uma vez claro quando hoje, na Assembleia da República, PS, PSD e CDS votaram contra um projecto que pretendia taxar esses rendimentos fugidos ao fisco. Isso seria uma entorse, sentenciava António Lobo Xavier na "quadratura do círculo".


Alguns deputados do PS terão mesmo feito declaração, Manuel Alegre deixou escola, indicando a razão do seu sentido de voto. Ao que parece, não estariam dispostos a aprofundar ainda mais as desigualdades em Portugal, país que apresenta o segundo valor mais alto no índice de desigualdade social da União Europeia, pelo menos assim o indica o livro "Desigualdades Sociais 2010 - Estudos e Indicadores".


Era o que faltava, ver os principais accionistas das empresas que fugiram ao fisco de chapéu na mão numa qualquer esquina do país...

02
Dez10

Wikileaks, arma de revelação massiva II

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Por cá os incondicionais do "amigo do Norte" ora consideram que as revelações da Wikileaks não passam de calhandrice, como o faz Fernanda Câncio, jornalista do DN, ora defendem, como o faz Teresa de Sousa, do Público, que os jornalistas não deviam publicar os documentos oriundos da Wikileaks. Segundo ela o jornalismo não deve “embaraçar os gover-nos”. Como eu as compreendo...

 

Nos próximos dia conheceremos novos dados, que por certo darão que falar, para já centro a minha atenção num aspecto "marginal":


Que num papel se diga que há que investigar a saúde mental de Cristina Fernandez, presidente da Argentina, não me diz absolutamente nada sobre a saúde mental de Cristina Fernandez mas diz-me muito sobre a saúde mental do embaixador norte-americano ou daquela que tal ordenou, Hillary Clinton, assim como da mentalidade colonial com que os Estados Unidos se relacionam com o mundo.


Quanto ao resto, partilho em absoluto da opinião de Noam Chomsky, estes papéis evidenciam um profundo ódio à democracia por parte dos "nossos" líderes políticos, eles mesmos o deixaram por escrito.

01
Dez10

Estava feito, o Feitosa

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Uma pedrada no charco, é assim que considero a deliberação do Ministério Público de Pernambuco, Brasil, que obriga a Associação dos Oficiais, Subtenentes e Sargentos da Polícia Militar/Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco (AOSS) e a empresa de outdoors Stampa, a veicular 21 outdoors com mensagens de promoção e defesa dos direitos humanos e da Reforma Agrária.


Terá ainda que se retratar publicamente perante o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) no Diário Oficial, no jornal interno da polícia militar e na página da internet da associação.


Aquela associação militar distribuiu nas principais vias públicas do Recife e nas estradas do Estado de Pernambuco outdoors e jornais, além de propaganda nos horários nobres das rádios e televisões, peças com conteúdos difamatórios e preconceituosos contra os Sem Terra, um dos quais se pode ver na imagem.


A campanha tinha o claro objectivo de criminalizar o MST e deslegitimar a luta pela Reforma Agrária dos trabalhadores rurais, incitando a sociedade e os próprios militares à violência contra os Sem Terra.


À época da campanha, o presidente da AOSS era o actual deputado estadual Major Alberto Jorge do Nascimento Feitosa, que fez questão de colocar o seu nome e cargo nos materiais da campanha juntamente com a associação. Certamente que o Feitosa está talhado para voos mais altos.


Para além do acto criminoso desbarataram dinheiro dos associados, dirão vocês, pois aí é que a porca torce o rabo e vocês se enganam. De acordo com o depoimento do capitão da PM-PE Vlademir José de Assis, que assumiu a presidência da AOSS depois da saída do Major Feitosa, a campanha foi financiada por grupos empresariais, proprietários de empresas de televisão e políticos pernambucanos.


Lá como cá, a farinha é a mesma. Esta gente está sempre envolvida nas "boas causas"...

 

Fonte: mst.org.br

 

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