De calças na mão o Ocidente, depois de ter andado décadas a apoiar ditadores no Médio Oriente e Norte de África, não sabe agora o que fazer perante a onda de revolta que cavalga aquela região.
Em nome do petróleo os promoveu, em nome no petróleo reza a Deus e Alá para que a coisa acabe depressa e de feição. Habituado a resolver tudo pela força, invasões se necessário, clama agora que se decidam as revoltas por via pacífica, arredada que está, para já, a possibilidade de intervenção militar naqueles países.
Ao dar-se conta que o preço do petróleo vai subindo, atingiu já o máximo dos dois últimos anos, o Ocidente alerta para o "caos" que se está a instalar naquela região esquecendo que ainda há poucos meses "saudava o forte comportamento macroeconómico e o progresso, o reforço do papel do sector privado" assim como o "ambicioso programa de privati-zação dos bancos bem como o desenvolvimento do nascente sector financeiro", borrifando-se para as liberdades, as leis e as instituições daqueles países.
Trágico foi nunca se dar conta que para além do petróleo por ali também existia povo, como trágico será se não deixar esse povo encontrar internamente a solução para as duas dificuldades, só a ele cabe traçar o seu futuro.