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Salvo-conduto

A erva daninha cresce todos os dias

A erva daninha cresce todos os dias

Salvo-conduto

31
Mar11

Obomba

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Quase em simultâneo três notícias ganham destaque: Obama aprovou uma ordem secreta para armar e financiar os rebeldes na Líbia, a permanência de agentes da CIA há várias semanas em território líbio e a descoberta pelos mesmos Estados Unidos de que entre esses rebeldes se encontram elementos da Al Qaeda.


É de tal monta o "envolvimento" do governo de Washington que Hillary Clinton foi ontem ao Congresso responder a alguns congressistas, mas à porta fechada...


Com a estranha sensação que já ter visto demasiadas vezes esta cena, interrogo-me, daqui a quanto tempo haverá uma nova invasão da Líbia para combater os grupos que agora se pretende armar?

 

30
Mar11

Lula em território luso

salvoconduto

 

 

“A partir da segunda quinzena de Abril eu vou fazer uma agenda mais forte dentro do Brasil. Quero ajudar a fortalecer o PT, quero ajudar a fortalecer o movimento social, quero manter contacto com o movimento sindical. Vou voltar à porta de fábrica em São Bernardo do Campo, porque eu apenas deixei de ser presidente da República, mas eu jamais serei um ex-militante político, um ex-militante sindical, um ex-militante social. Está na minha vida fazer isso e eu vou continuar fazendo porque é uma coisa que eu gosto e que eu preciso”.

 

Ora, ora, exactamente o mesmo que os nossos ex-presidentes, não é?!

28
Mar11

Uma questão de equilíbrios

salvoconduto

 

 

 

 

 

Tenho esperado, em vão, por reacções à decisão da entrega do comando da "Operação Alvorada da Odisseia", vulgo invasão da Líbia, à Organiza-ção do Tratado do Atlântico Norte, NATO. Algo me diz que posso esperar sentado.


É o maior precedente na história da Organização das Nações Unidas, a maior alteração de todo o sistema internacional na era pós-guerra-fria. Meia dúzia de potências ocidentais decidem, sem consultar o Conselho de Segurança da ONU, que a NATO assumirá o controlo das operações na Líbia.


Nunca antes tinham ido tão longe, nem mesmo no Afeganistão. Mesmo ali são as Forças Internacionais de Segurança, ISAF, que têm mandato específico da ONU, periodicamente renovado pelo Conselho de Seguran-ça, a controlar as operações.


Agora tudo é mandado às urtigas e as comunidades internacionais parecem nem se dar conta da gravidade do precedente que alterará radicalmente o funcionamento do sistema internacional.


Depois de terem permitido com a sua abstenção a invasão da Líbia será que países, com direito de veto no Conselho de Segurança da ONU, como a Rússia ou a China, permitirão agora que as relações nos órgãos internacionais se alterem definitivamente cedendo todo o poder a uma aliança militar que representa tão-somente vinte e oito países e que conflitua a maior parte das vezes com os restantes membros da ONU?


Será que países como a Rússia e a China venderão o precário equilíbrio existente a troco da admissão Organização Mundial do Comércio, no caso do primeiro, ou do não levantamento de problemas na questão do Tibete no caso do segundo?

23
Mar11

31 anos depois

salvoconduto

 

 

"Existe um ateísmo mais próximo e mais perigoso para nossa Igreja: o ateísmo do capitalismo, quando os bens materiais são erigidos em ídolos e substituem a Deus". Óscar Romero

 

Terminou em vã glória a visita de Obama a três países da América Latina, Brasil, Chile e El Salvador.

 

No Brasil humilhou o governo anunciando dali mesmo ao mundo a invasão da Líbia pouco se importando que fosse mero convidado ou que o país anfitrião não comungasse da invasão.

 

No Chile pregou que o lá vai lá vai recusando falar das ligações dos EUA com Pinochet e na participação dos sangrentos acontecimentos de 11 de Setembro de 1973.

 

Finalmente em El Salvador visita o túmulo de Óscar Romero e recusa apresentar o pedido de desculpas em nome daqueles que foram co-responsáveis no seu assassinato.


Faz hoje precisamente 31 anos que o arcebispo Óscar Romero foi assassinado, mas a sua morte começara a ser desenhada meses antes nos órgãos de poder norte-americano.

 

Algumas semanas antes do seu assassinato Óscar Romero publicou uma carta aberta ao presidente Jimmy Carter na imprensa salvadorenha pedindo aos Estados Unidos para não intervir no destino de El Salvador, nomeadamente através do armamento das ferozes forças de segurança contra a oposição popular.


Romero avisou que o apoio dos Estados Unidos apenas "aumentaria a injustiça e a repressão contra as organizações do povo que repetidamente tinham lutado para ganhar o respeito pelos seus direitos humanos fundamentais".

 

Apesar deste apelo, o Presidente Carter aprovou 5 milhões de dólares em ajuda militar menos de um anos antes do assassinato do arcebispo Óscar Romero. No terreno ficaram 75.000 civis mortos, um deles o próprio Romero, barbaramente assassinado quando celebrava missa sua própria igreja, às mãos de esbirros armados pelos EUA.

 

Estão aí à vista de todos os documentos entretanto desclassificados que revelam os esforços dos Estados Unidos em pressionar o Vaticano para afastar Romero da sua igreja, a descrição do assassinato pelo adido de defesa dos EUA em El Salvador ou a descrição da reunião organizada pelo líder da direita Roberto D'Aubuisson na qual os participantes tiraram à sorte quem iria matar Romero.

23
Mar11

Blogtrotter I

salvoconduto

 

 

 

Decidi iniciar aqui uma coluna dedicada a artigos de outros blogs que vou lendo por esse mundo fora. Nada mais actual e a propósito do que este artigo do "Caos Emergente", um blog nuestro hermano cuja única finalidade é "partilhar ideias e inquietudes",



Atenção ao Bahrein

A questão agora chama-se Bahrein. Há algumas semanas chegaram notícias sobre manifestações e uma incipiente revolta popular, mas os meios de comunicação concentraram-se no "mais importante": a tirania da monarquia Al Khalifa? Não. O conflito entre sunitas no poder e o povo xiita? Não. O mais importante para os media ocidental foi a suspensão do Grande Prémio de Fórmula 1 do Bahrein...


Durante estas semanas continuaram as manifestações, que causaram várias mortes nos últimos dias, levando à demissão de vários ministros e juízes. E o conflito já ultrapassou as fronteiras nacionais, já que a Família Real não só decretou o estado de excepção (os media falam indistin-tamente de "estado de emergência" e de "estado de excepção"), mas também pediu a ajuda do seu aliado, a Arábia Saudita, também sunita, que depois da ordem do rei Abdullah enviou tropas para o Bahrein para ajudar a controlar a situação. Os Emiratos Árabes Unidos também enviaram reforços policiais. Isto tinha uma consequência óbvia, que aconteceu: o enfado monumental do Irão, de maioria xiita.


E ainda há um elemento fundamental em todo este puzzle. Adivinham qual é?. Vamos lá! Vão ver que acertam... Exactamente, acertaram no alvo: os EUA! Claro, os EUA no seu papel de império que tudo controla e  manobra, tem no Bahrein interesses importantíssimos, tanto a nível político-económico como estratégico-militar. Dirão que exagerado que sou, que estes "comunistas" sempre com os Estados Unidos na boca, que isso do "império" são coisas ultrapassadas, próprio do discurso castrista ou chavista... Pois, senhoras e senhores, é o que há.


Os EUA têm 6 frotas militares repartidas por todo o mundo, uma das mais importantes no Bahrein, a Quinta Frota, que controla militarmente tudo o que acontece no Médio Oriente assim como o trânsito do petróleo através do Estreito de Ormuz, por onde sai todo o petróleo do Iraque, Arábia Saudita, Kuwait, Qatar e do próprio Bahrein. Por ali passa 30% do petróleo que se consome nos países ocidentais. Para não falar da importância militar para o controlo de uma das zonas mais quentes do planeta, a escassos quilómetros da fronteira com o Irão, um dos inimigos mais temidos pelos EUA. A Quinta Frota está em alerta há várias semanas...


Temos que acompanhar de perto o que está a acontecer no Bahrein, porque o conflito que pode ocorrer é enorme, sobretudo se o Irão se move em defesa dos seus "irmãos" xiitas. Isso geraria um choque entre Teerão e Washington. Para não falar das consequências económicas causadas por um possível encerramento do trânsito de petróleo no estreito de Ormuz, especialmente considerando o alto custo do petróleo no momento.

 

21
Mar11

Achas para a fogueira

salvoconduto

 

 

Lembram-se de Aznar e daquela encenação em torno da desgraça do 11 de Março de 2004 em Espanha? Esteve quase a ganhar as eleições, à pala da ETA, tramou-se.

 

José Luis Zapatero que sabe que Aznar esteve quase, quase, e agora ele a braços com eleições a curto-prazo, na eminência de terminar a sua carreira política, agarra-se à mesma tábua de salvação, espeta o dedo e clama que podem contar com ele na guerra contra os infiéis. Quem priva com ele afirma estar sempre a ouvi-lo em frente ao espelho: "deslarguem-me, deslarguem-me que eu dou cabo deles!"

Nicolas Sarkozy em risco de sofrer uma humilhação eleitoral, também ele se põe em bicos de pés e grita: "primeiro eu, primeiro eu!" e é vê-lo a dar ordens aos seus pilotos para serem os primeiros a descarregar sobre a Líbia, até dá de barato onde acertem, o que é preciso é que façam fumo, muito fumo, muita fumaça.

Barack Obama, cansado de se ver ultrapassado pelos republicanos e que já teme pela não reeleição finalmente sorri e diz para os seus botões: "caiu que nem ginjas, que se lixe a medalha!".

Sílvio Berlusconi, a braços com a justiça, farto de gritar que os juízes são todos vermelhos, garante que todo o terreno de Itália será uma imensa base aérea para os amigos da coligação.

Com eleições presidenciais marcadas para o próximo ano Vladimir Putin e Dmitri Medvedev‎, aspirantes ao cargo, estão definitivamente de candeias às avessas no que à invasão diz respeito. Medvedev‎, o presidente em exercício, ordenou a abstenção da Rússia no Conselho de Segurança da ONU, mas é agora Putin que critica duramente a resolução 1.973 do mesmo Conselho sobre Líbia, comparando o documento com um "chamamento medieval a uma cruzada" e a considera "deficiente e daninha".

 

Giro mesmo é ver também algumas ditaduras árabes  não só a  apoiar como a fazerem parte desta grande coligação.

Azar tiveram Hosni Mubarak e Ben Ali, se a coisa tivesse começado há pouco tempo atrás também eles se safavam, bastava fazerem-se sócios desta "nobre e ampla" coligação.

Até por cá Daniel Oliveira, em vésperas da Convenção Nacional do Bloco de Esquerda, dando escape livre a odiozinhos de estimação interna, vem a público apoiar a invasão, ”já vos tramei” exclama ele em frente a um retrato de Francisco Louçã. E enquanto este diz que “bombardear um país árabe significa incendiar o Mundo Árabe” Daniel Oliveira faz questão de deixar claro que "só quer ver a Convenção a arder"...

 

20
Mar11

Ir ao beija-mão, mas de sapatos na mão

salvoconduto

 

 

“Não está muito longe o dia em que o hemisfério será nosso na sua totalidade, como de direito já o é em virtude da superioridade da nossa raça”. Robert Taft, presidente dos EUA (1909-1913).

 

Barack Obama, no encalço do petróleo brasileiro, fez hoje uma visita àquele país. Os governantes que se apressaram a ir ao beija-mão, no Centro de Convenções Brasil, não estariam por certo à espera que a segurança de Obama os fizesse descalçar os sapatos.


Quatro reagiram e voltaram costas, o da Fazenda, Guido Mantega, o do Comércio e Indústria, Fernando Pimentel, da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante e Edison Lobão, Minas e Energia, o resto qual carneirinhos respeitosamente obedeceram e vergaram a coluna.


Aprecio os gringos na sua forma de tratar governantes nos seus próprios países, mas ainda aprecio mais a forma como estes dobram a espinha, de ministros pouco devem ter, talvez putas que se vendem, salvo as honrosas excepções.

 

20
Mar11

Odisseia ao Amanhecer?

salvoconduto

 

A contagem dos "danos colaterais" já começou, chegam as primeiras imagens dos mortos e dos feridos de um hospital e de uma morgue em Trípoli. Finalmente o Ocidente começa a sossegar, tudo a correr como previsto, a operação "Odisseia ao Amanhecer" é um êxito, garantem os falcões.

 

Hipocritamente o ministro dos Negócios Estrangeiros da China lamentou esta intervenção e apelou à estabilidade na região.


Hipocritamente Rússia e Brasil dizem-se incomodados com o ataque da coligação ocidental.


Hipocritamente o secretário-geral da Liga Árabe, Amr Moussa, criticou hoje os bombardeamentos da coligação internacional na Líbia por considerar que eles vão além "do objectivo de impor uma zona de exclusão aérea. O que se passou na Líbia é diferente do objectivo de impor uma zona de exclusão aérea e o que nós queremos é a protecção dos civis, não o bombardeamento de outros civis".

 

 

 

 

 

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