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Salvo-conduto

A erva daninha cresce todos os dias

A erva daninha cresce todos os dias

Salvo-conduto

20
Mar11

War Games

salvoconduto

 

 

Aí está de novo o festim. Da última vez liderados por George Bush desta feita por um Nobel da Paz. Exultam as indústrias do armamento, salivam a cada ataque os pequenos tiranetes, grudados à pantalha da televisão, esquecendo por momentos a playstation ou a telenovela do canal da concorrência, manda-se às urtigas a legislação internacional sobre os conflitos armados. Até Sarkozy, depois de vir a lume o financiamento da sua campanha por Kadhafi, procura recuperar o protagonismo perdido para Blair aquando da invasão do Iraque e do Afeganistão.


E é nestas alturas que eu "compreendo" por que alguns países não abrem mão de ter ou vir a ter armamento nuclear, o único argumento capaz de dissuadir “esta gente” e de lhes garantir minimamente a soberania e recursos naturais.

 

O festim da invasão da Líbia, embora catapultado a acontecimento principal, não consegue escamotear que outros há, embora não mereçam mais do que uma nota de rodapé. No Bahrein mata-se por dá cá aquela palha mas tudo bem, o tiranete é cá dos nossos e até lhe damos uma ajuda enviando para lá tropas para ajudar a dizimar mais depressa quem ouse manifestar-se na praça da Pérola, cujo monumento foi destruído, por via das coisas, não fosse também ele virar símbolo de liberdade.

 

No Iémen aspas, idem. A metralha deixa por terra 50 mortos e 200 feridos através de disparos de polícias entrincheirados nos telhados das casas circundantes aos milhares de manifestantes que exigem a saída de Saleh que já leva 32 anos no poder. Também este é cá dos "nossos", no passa nada.


Assisto numa tv perto de mim um general a dissertar sobre a invasão da Líbia, enquanto hipocritamente o jornalista a seu lado esquece o Bahrein e o Iémen, mas enfatiza que as bombas que caem sobre a Líbia são “bombas legais”...

 

Não faltará muito para a contagem dos danos colaterais, não faltará muito para que provavelmente os próprios rebeldes que pediram os bombardeamentos se arrependam de ter os pedido e que não se pare uma matança com uma matança maior. Que o digam os habitantes do Kosovo, do Iraque e do Afeganistão que desde então só conheceram violência, pobreza e instabilidade.


Uma vez mais nos quecemos que os povos não se libertam com bombardeamentos nem a democracia se impõe pelas armas.

 

 

 

 

 

 

  Imagens das matanças no Iémen.

17
Mar11

Nuclear? Não, obrigado!

salvoconduto

 

 

Foi o próprio Organismo Internacional da Energia Atómica que, durante uma reunião realizada em Tóquio, em 2008, alertou o Japão para o facto de nos últimos 35 anos as normas e os procedimentos de segurança apenas terem sido revistos três vezes, ao mesmo tempo que avisava que aquele país deveria aprender com as experiências recentes.

 

Vinte e cinco anos depois nada se aprendeu com Chernobyl...

 

Convém também lembrar que já em 16 de Julho de 2007 às 10h13m um sismo de magnitude 6.8 na escala de Richter danificou a central nuclear de Kashiwa-Kariwa, no Japão, a maior do mundo, com sete reactores.


No primeiro dia da catástrofe, a Empresa de Electricidade de Tóquio (TEPCO), também proprietária da central de Fukushima, minimizou os danos.


No dia seguinte, no entanto, admitiu que aqueles que desenharam a planta da central não previram que pudesse enfrentar um terramoto dessa magnitude. E assumiu que tinha despejado no mar centenas de litros de água com 60.000 Becquereis (unidade de medida da radioactividade).


Um dia depois a empresa reconheceu que o valor afinal era de 1.300 litros com 90.000 Becquereis …


Se é certo que aquela fuga foi muito pequena se comparada agora com Fukushima a actuação da TEPCO foi elucidativa, tão elucidativa que pouco fez para alterar a situação e depois vem carpir lágrimas de crocodilo, afirmando que não havia nada a fazer contra a mãe-natureza, havia e muito a fazer contra a incompetência humana, contra a avidez do lucro fácil.

14
Mar11

Olha o buraco!

salvoconduto

 

 

O governo de José Sócrates não demorou muito tempo a reagir ao protesto de sábado à tarde. Sensível como é, cedeu às pretensões dos dirigentes do golfe e mostra-se disposto a abrir uma excepção à modalidade em termos de IVA. Os praticantes passarão a pagar apenas 6% em vez dos actuais 23%.


Até se compreende a justeza da medida, no fundo, no fundo, Portugal é um imenso campo de golfe, pelo menos a fazer fé no número de buracos e no número de patos bravos...

 

14
Mar11

Angústia

salvoconduto

 

 

É isso mesmo, tenho andado angustiado desde sábado à tarde, isto por não conseguir saber ao certo quantos terão sido os portugueses que desceram a Avenida da Liberdade desde o Marquês até ao Rossio.

 

Passei mesmo uma noite conturbada, tal a dimensão da angústia. Passei hoje também o dia a remoer, a imaginar-me a passar outra noitada assim, quando afinal se fez luz, o enigma foi finalmente esclarecido e em directo na tv, ufa que alívio!

 

Vai lá vai, 200 mil diziam os organizadores, 160 mil dizia a polícia, o tanas, 80 mil e nesse número já está incluída a estátua do Luís de Camões.

 

Quem o garantiu foi Marcelo Rebelo de Sousa que vindo de Espanha felizmente ainda chegou a tempo para os contar. Preto no branco, acabem-se as especulações, oi-ten-ta mil, contadinhos por ele, garantiu-o esta noite na tvi para que não restem mais dúvidas e se ponha uma pedra no assunto.

 

Uma noite descansada já ninguém me tira, ai nina!


 

Nota - Para quem esteja a interrogar-se o que faz aqui o Camões esclareço que o professor, garante-me quem o viu de dedo estendido, fez essa contagem no Largo do Camões, para onde estava inicialmente projectado o fim do protesto, e como vocês sabem o mãos largas que ele é até incluiu na contagem o próprio Camões que lá do alto lhe piscava o olho, não fosse alguém acusá-lo de miopia política...

 

 

Adenda:

Já depois de ter publicado este post eis que me dou conta, agora através do blog de Eduardo Pitta que se diz poeta, escritor e ensaísta, e que também denota grande “inclinação para os números”, que afinal o número de manifestantes terá andado entre 30 e 35 mil pessoas.


Garante-o, não porque tenha lá estado como o professor Marcelo, mas por aval de amigos que por lá passaram.


Eduardo Pitta que me desculpe mas acerte lá essa coisa para os 30.001 ou 35.001, não me esqueço do Marcelo e já dou de barato o Camões.


Eu não vos disse que esta noite vou dormir descansado?...

13
Mar11

E agora, pá?

salvoconduto

 

 

Agora vamos lá ser consequentes, aqueles que genuinamente saíram à rua por certo se darão conta que as razões que ali os levaram não se esgotam na descida da Avenida da Liberdade, na travessia da Rua de Santa Catarina até à Praça da mesma Liberdade, nas muitas outras praças, avenidas e ruas deste país.


Muitas serão por certo as vezes que esses caminhos terão que ser percorridos de novo, desiluda-se quem pense o contrário, o caminho faz-se caminhando, por muito longo que pareça.


Que fazer dessa força, amigo?


Usando as palavras do Sérgio, não me digas que não compreendes, agora que os dias se tornam azedos, não me digas que não sentes uma força a crescer-te nos dedos e uma raiva a nascer-te nos dentes, não me digas que não compreendes que tens que pegar nessa força, armar-te dessa raiva e voltares de novo à rua que há pouco trilhaste.

 

Não me digas que não compreendes que só com a ruptura social e com outras políticas se poderá alcançar uma nova sociedade, mais justa, mais igualitária, sem gerações à rasca e sem governos rasca.

09
Mar11

Quarta-feira de cinzas

salvoconduto

 

 

 

 

Já no post anterior confessei que ainda não me refiz do carnaval, a tal ponto que mesmo hoje não sabia se ainda celebrávamos o dito ou se já estávamos na quarta-feira de cinzas.


Quem não me ajuda mesmo nada nesta minha confusão são alguns paineleiros que teimam em invadir a minha esfera privada cada vez que me descuido com o comando da zon box.

 

Dois deles, da área do PSD, convocados expressamente para analisar o discurso do Aníbal no Parlamento, com o ar grave e sério que o acto impunha, desferem à queima-roupa sem me darem tempo de premir outro botão:

 

- Foi sem dúvida o melhor discurso proferido por um presidente desde o tempo de Américo Tomás.

 

- Não, não, corrige de imediato o outro, desde o tempo do Craveiro Lopes!

 

Quem sou eu para os contrariar...

09
Mar11

Mais corre a ventura, que cavalo ou mula

salvoconduto

 

 

 

Obama soma vitória atrás de vitória. Depois do seu projecto para a saúde ter sido mandado às urtigas, ei-lo a ordenar o restabelecimento dos julgamentos militares em Guantánamo, longe vão os tempos da campanha eleitoral à presidência. Dito de outra maneira, será que alguém alguma vez acreditou?


Não se fica por aqui e sente necessidade de afirmar que crê "firmemente que o sistema de justiça norte-americano é uma peça chave do nosso arsenal de guerra, e vamos recorrer a todos os aspectos do nosso sistema que sirvam para fortalecer a nossa segurança e os nossos valores", incluindo o artigo referente aos tribunais militares.

  

De repente fiquei com a sensação que já tinha lido estas mesmíssimas palavras mas ditas por outra pessoa. Estou aqui a matutar mas não atino.  Será que abusei neste Carnaval ou será que ele está convicto de que ninguém o leva a mal?...

 

07
Mar11

"Equipa diplomática..."

salvoconduto

 

 

Lembram-se do fiasco protagonizado por Oliver North naquela operação que resultou no escândalo Irão-Contras no mandato de Ronald Reagan?


O fiasco repete-se agora com o governo britânico que decidiu envolver-se na guerra civil da Líbia. Numa missão secreta, a fazer lembrar os épicos de James Bond, uma equipa composta por seis militares das Forças Especiais (SAS) acompanhados por dois agentes secretos do MI6 infiltraram-se na zona oriental de Líbia. Foram transportados por um helicóptero que os deixou a 30 km de Bengasi.


Mas ironia das ironias, não tardaram a ser detidos por um grupo de rebeldes que ao depararem-se com aqueles oito marmanjos vestidos de preto, equipados com armas, equipamento de espionagem, equipamento de reconhecimento, explosivos e com múltiplos passaportes, perguntaram ao que vinham mas não conseguiram obter resposta convincente. Resul-tado, choldra com eles.

 

Uma ternurinha foi ver na televisão o governo britânico a insistir que se tratava de uma "equipa diplomática"... Mas os detalhes difundidos da Líbia acabaram por confirmar que aquela tropa de elite tinha sofrido uma forte humilhação, acabando por ser libertada, abandonando o país com o rabo entre as pernas a bordo da fragata HSS Cumberland após aturadas conversações.


Com a careca à mostra o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, William Hague afirma agora que "a equipa foi à Líbia para entabular contacto com a oposição".


Com calo no cu como os macacos ninguém me tira da cabeça que ali foram semear o mal e a caramunha, petróleo oblige...

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