Not in my name
A verdadeira face, aquilo que de pior tem o Tio Sam uma vez mais se manifesta. Perante o reconhecimento da Palestina pela UNESCO como estado de pleno direito no seu seio, o governo de Washington, que aqui não tem direito de veto, mostra de novo a face e declara que vai cortar a sua parte no financiamento daquela organização. Houvesse tomates e a expulsão dos EUA deveria ter sido tomada de imediato.
Esta declaração dos EUA é em si mesma uma agressão a uma organiza-ção que tem por objectivo contribuir para a paz e segurança no mundo mediante a educação, a ciência, a cultura e as comunicações.
Contando com 107 votos a favor e 52 abstenções a resolução da UNESCO contou apenas com 14 votos contra. Portugal incapaz de afrontar a ideologia da guerra permanente e da ocupação, preferiu abster-se vindo agora Paulo Portas justificar a abstenção como um "voto europeu" pelo que ficámos a saber que Espanha e França que votaram favoravelmente deixaram provavelmente de ser europeus...
É em alturas como esta que sinto azia por o nome do meu país ter sido associado a tal sentido de voto, certo de uma coisa porém, não foi em meu nome que alguém votou desta maneira.
Israel por seu lado afirma que a admissão da Palestina é "uma vergonha para as Nações Unidas". Vergonha é Israel fazer parte daquela organiza-ção de onde foi expulsa em 1974 por ter ordenado a destruição de importantes escavações arqueológicas no Monte do Templo em Jerusa-lém. O seu regresso à UNESCO, 3 anos mais tarde, foi "comprado" pelos EUA por 40 milhões de dólares.
Com as eleições mais próximas o Nobel continua a mostrar face do falcão. Devem estar radiantes aqueles que lhe concederam a distinção, devem estar radiantes aqueles que justificaram a atribuição do prémio Nobel a Obama pelas acções futuras que este iria por certo desenvolver. Na realidade sucedem-se umas às outras.