Mais um ditador que se aposentou
Depois de nove anos no poder, ao qual chegou através de um golpe militar, Pervez Musharraf renunciou como presidente do Paquistão, o que motivou celebrações nas ruas. Ante a mais que certa moção de censura e consequente demissão, Musharraf optou por demitir-se.
Era acusado de corrupção política, assassinato, desfalque e abuso de poder. Musharraf aceitou renunciar a troco de receber imunidade, segundo um acordo selado com os seus opositores, que assim já não o julgarão.
Diz-se que passará uns dias na residência militar de Rawalpandi e depois viajará para o estrangeiro, muito provavelmente a Arábia Saudita.
Ainda temos na memória recente os acontecimentos em torno de Benazir Bhutto.
Depois de obrigar Benazir Bhutto a permanecer em Londres quis evitar o seu regresso ao Paquistão, ordenou a prisão de centenas de simpatizantes de Bhutto, impôs-lhe a prisão domiciliária, declarou o estado de emergência e por fim mandou-a matar tentando atirar as culpas para a Al-Qaeda. Não foi por caso que o assassino foi imediatamente abatido a tiro por ordem de um policial envolvido no complot.
Não muito longe do local do assassinato, existe uma estrutura da era colonial que servia de prisão aos militantes nacionalistas. É a prisão de Rawalpindi, o local em que Zulfikar Ali Bhutto, pai de Benazir, foi executado em 1979.
A demissão de Musharraf não significa no entanto uma aleração do "status quo" no Paquistão. Os Estados-Unidos mantêm férreo controlo e ou sai dali um presidente "à la carte" ou ainda vamos assistir a graves incidentes naquele país, que ressalte-se possui a bomba atómica, porque é um dos "bons", na lista dos Estados-Unidos.
Este ditador deixa um país à beira da guerra civil, já tem garantida imunidade face aos crimes cometidos e uma reforma dourada na Arábia saudita.
Quem é o senhor que se segue?