Guerra e paz
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Chegados a vésperas de eleições autárquicas começa o restolho no seio do PS, a barafunda cresce. Cresce em consonância com a postura do chefe, trinta cães a um osso, é ver quem mais ferra. O verniz que já tinha estalado em Braga e em Matosinhos, estala agora em Cascais, gente fina é outra coisa. Há uns anos que não ouvia falar dele, desde os tempos em que se viu envolvido em processos de especulação imobiliária, José Luís Judas regressa agora, pujante, a vida está pelos olhos da morte, lançado pela concelhia mas à revelia do quartel general do Rato, ameaça partir a louça e avançar de peito à mostra como tanto gosta.
Em Matosinhos já não são dois, são três, António Parada, Guilherme Pinto e o eterno Narciso Miranda. Em Braga Mesquita Machado, de saída por limite de mandatos, quer manter a câmara por perto, está muito negócio em causa, e por isso lança o seu delfim Vítor Sousa que também não é bem visto no Rato. Currículo até tem já que como vereador com o pelouro dos transportes está ligado a suspeitas de corrupção envolvendo a compra de autocarros.
Fátima Felgueiras é que desta vez não alinha, longe vão os tempos áureos as bofetadas em Francisco Assis, o apoio incondicional de Armando Vara, “já fiz o que tinha a fazer”, afirma ela. Acredito, acredito, por esta altura os sacos sejam azuis ou verdes estão rotos e não foi a traça.
Ninguém me tira da cabeça que Torres Couto também estará desejoso de fazer uma perninha, a coisa promete, a seguir com atenção, bem vistas as coisas o presidente da CIP também diz que foi sindicalista...
"Ai Costa, Costa" era uma expressão utilizada pelos malucos do riso, a coisa pegou e agora surgem as imitações. O presidente da Câmara de Lisboa vai proibir a entrada na capital de carros anteriores a 2000. Não faltará quem esteja já a afivelar o usual "ah e tal..." Ah e tal uma ova! Não é suposto esses carros serem obrigados a ir anualmente à inspecção onde as emissões de gases são medidas ou será que os carros anteriores a essa data ficarão isentos de imposto? O quê? Abater? Olhó pelintra a armar ao fino, a dizer que muda de carro de quatro em quatro anos! Alguém se importa de dizer à figurinha que se queremos ter um carro, mesmo que em segunda mão, temos que o pagar do nosso bolso e não dos cofres da edilidade? Não tarda nada e está a legalizar as drogas duras nos jardins de Lisboa, é mais um que se droga com naftalina.
Depois de se ter abotoado com uma reforma mensal de 18.000 euros, Mira Amaral prega agora que não se deve descontar para a Segurança Social, um exemplo por certo para as novas gerações principalmente aquelas saídas das "universidades de verão". Faz questão de rematar com eloquência: "A Dona Branca e o Madoff foram dentro. Na Europa, ninguém foi dentro". Pois não meu traste, por isso te sentes tão à vontade para proferir declarações como essa.
Agarram-se desesperadamente ao balão de oxigénio que foram os desa-catos de meia dúzia de energúmenos, a todo o custo a greve-geral e o descontentamento popular têm que ser abafados, mas onde é que eu já vi isto?
Gostei de ver um canal de televisão que em Madrid exibia apenas a mensagem de que estava em greve, gostei de ver o jornal Público de Espanha fazer o mesmo e que apenas divulgaria notícias inerentes à greve-geral a que aderira, gostei de ver a comunicação social do meu país fiel a si própria explorando os acontecimentos da Assembleia da República, enquanto der cavalgarão os acontecimentos fornecendo ao governo o descanso e os argumentos que não consegue pela via da sua criminosa governação, gostei de ver um dirigente de um dos sindicatos da polícia elogiar em directo, no dia dos acontecimentos, o sentido de responsabilidade da força policial lembrando os telespectadores que a polícia era apenas o povo fardado, só é pena que tenham despido a farda assim tão depressa, pouco demorou após as suas palavras até "abraça-rem" à cacetada, indiscriminadamente, o povo de que dizem fazer parte, gostei de ouvir o dirigente do PS dizer que a carga policial foi justificada e proporcional, gostei de ler aqueles poucos que, defendendo a acção daquela meia dúzia de energúmenos, proclamam que a culpa é da CGTP.
Alguém tem por aí um alfinete para ver se a merda do balão esvazia?
Chamava-se Nero, todo preto e vira-lata genuíno, via o mundo através das grades do portão do quintal que era só seu, os donos davam-lho em toda a extensão como recompensa por lhes guardar a casa. Os meninos que não eram do Huambo cismavam com ele e constantemente o apedre-javam, ladrava mas aguentava, as grades do portão refreavam-lhe outros ímpetos, repetidamente, dia após dia, as pedras caíam-lhe em cima arre-messadas por aqueles meninos que recusavam sentar-se à volta de qualquer fogueira e nem sequer eram do Huambo.
Um dia os patrões do Nero, vá-se lá saber porquê, deixaram o portão fora do trinco, não tardou em descobrir que o mundo estava mais perto, paciente aninhou como um leão à espera da presa. Os meninos que não eram do Huambo nesse dia até se atrasaram, mas os donos, vá-se lá saber porquê, também, vinham como de costume com os bolsos e a mala cheios de pedras, mal tiveram tempo de arremessar a primeira, o Nero rugiu que nem uma fera e saltou como um leão, abocanhou tudo o que pode, as carnes eram tenras, nunca o hospital da Misericórdia costurou tanta nalga aberta.
Chegaram os donos e o Nero espreguiçava-se ao comprido na porta dos fundos, de vez em quando lambia o lombo no exacto sítio onde no dia anterior levara a vacina contra a raiva. Era preto o Nero, era vira-lata, desapareceu dois dias depois.
Sosseguem que não vou comentar a Convenção do Bloco, isso compete aos seus militantes, é a eles que cabe no sítio próprio decidir do seu futuro. Comento sim a actividade, porque pública, de um dos seus militantes que tem uma agenda muito própria, perito no preconceito e em estratégias fracturantes, traz uma lanterna destas modernas com leds que dão mais luz e mais brilho com a qual pretende mostrar o caminho àqueles a quem não se cansa de apelidar de cegos.
Daniel oliveira lança conselhos, acusações e outros desvarios a quem não alinhe na caminhada que gizou.
"O Bloco de Esquerda só pode fazer a sua parte: trabalhar para essa convergência com empenho e não facilitar a vida aos que, no PCP, querem continuar orgulhosamente sós e aos que, no PS, preferem conver-gir com a troika e com o PSD. Pelo meu lado, farei a minha parte no único partido em que posso, como militante, determinar alguma coisa esperan-do que os muitos comunistas que gostavam de ter um partido aberto ao diálogo unitário façam o mesmo no PCP."
Escreve tudo isto com a maior das calmas, ao mesmo tempo que a lanterna brilha, às vezes pisca, há até quem o confunda com um pirilampo ou vaga-lume.
Acredito, claro que acredito que o Bloco ainda possa ser o partido em que Daniel Oliveira como militante possa determinar alguma coisa, podem é cansar-se de o ver sistematicamente a querer ser mais papista do que o papa, dono da lanterna e da verdade absoluta. Fernando Rosas deve-o conhecer de ginjeira, tal a maneira como o colocou no seu lugar, sem rodriguinhos, ao que parece a esmagadora maioria dos delegados à Convenção do Bloco idem aspas, mas ei-lo que volta de novo à actividade em que navega melhor, ele aí está a tentar ganhar no Arrastão, de que é co-proprietário, o apoio que não teve no partido a que diz pertencer e é verdade que o recolhe, para ali comentar não é necessário ser militante ou sequer apoiante, foi lá a direita toda a louvá-lo e incentivá-lo a manter a lanterna ligada. Publicou ali a intervenção com que defendeu o seu projecto na Convenção do Bloco, certo de que teria o apoio de grande parte dos comentadores, são situações em que a direita não se faz rogada e aproveita um palco da esquerda para distribuir adjectivos e preconcei-tos contra o PCP e o Bloco, o homem incha e a lanterna brilha, e não corre o risco de ficar orgulhosamente só, terá a direita por companhia.
Ainda alguém o desafiou a colocar ali igualmente a intervenção de Fernando Rosas para os leitores terem uma perspectiva mais global do que estivera em discussão, vai lá vai, querias, pode ser pirilampo mas parvo não é.
Garanto-vos que o homem ainda fica corcunda de tanto dobrar a espinha, ele aí está de novo a vergar-se perante a figura da patroa a quem reverencialmente lambe a mão, de tal forma que até Merkel incomodada com tanta gosma se apressa a puxar de toalhete de álcool e a esfregá-la vigorosamente após o ósculo do Moita.
Ainda as hostes laranja estão a limpar a merda da Jonet depois da cena dos bifes e do copinho de lavar a placa e já outro chafurda como um reco no lodaçal em que transformaram o país, diz a criatura que "eles", os tugas, não ele, que deve ser descendente de raça ariana, são pedinchões até ao tutano de tal forma que para beber uma cerveja até pedem tremoços à borla e acima de tudo são mal-agradecidos, não sabem reconhecer a bondade dos agiotas.
A nossa história está repleta destes corcundas, logo no berço da nação Egas Moniz, mais tarde transformado em herói, de corda ao pescoço lá foi lamber a mão do "Imperador" da época, que contrariamente a Merkel não dispunha de toalhetes nem de água canalizada, tramou-se com a lambedela e teve que ser sangrado durante uns tempos tal a quantidade de bactérias na gosma do Moniz.
Os casos repetiram-se ao longo de séculos, particularmente quando os Filipes por cá andaram a apascentar os rebanhos, Salazar e seus prosélitos, quando Hitler caiu, colocaram a bandeira a meia haste, hoje alguém hipocritamente diz que assim o exigia o "protocolo". Até mesmo o "outro" em pleno 25 de Abril prestava contas semanalmente a Carlucci, o representante do amo do norte.
Não admira pois a carta que Moita Flores escreveu no Correio da manhã em socorro da honra da patroa, só temo é que fique com a espinhela caída e que venha a ser o Estado, de quem tanto desdenha, a pagar-lhe os tratamentos de fisioterapia.
Uma certeza tenho porém, será em vão o esforço para figurar numa qualquer página da história, apenas serão recordados genericamente como os lacaios ou os eunucos de Ângela Merkel, nada mais do que isso.
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