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Salvo-conduto

A erva daninha cresce todos os dias

A erva daninha cresce todos os dias

Salvo-conduto

27
Mar13

Remodelação governamental?

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Qual será cara de um funcionário público, que se vê encostado à parede com uma espada apontada ao pescoço ao ter que escolher entre a rescisão "amigável" do seu contrato ou a mobilidade que o atirará pouco tempo depois para o desemprego, ao ler que o governo acaba de nomear Jorge Silva Carvalho, o espião da Ongoing, para a secretaria-geral da Presidência do Conselho de Ministros?

 

Depois de se ter despedido das secretas e ter resolvido abraçar a iniciativa privada ao serviço da Ongoing acabando formalmente incriminado pelo Ministério Público como autor dos crimes de acesso indevido a dados pessoais, abuso de poder e violação do segredo de Estado Silva Carvalho vê-se de novo entre os "seus".

 

No meio de desemprego galopante, no meio de medidas coercivas que empurrarão para o mesmo desemprego milhares de funcionários públicos ainda há gente com lugar sempre garantido, seja no público seja no privado, é gente que sabe nadar...

21
Mar13

"EDP é campeã dos contratos milionários para fornecer o Estado"

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"O grupo presidido por António Mexia afirmou-se, ao longo do último ano, como o vencedor da maior parte dos contratos de valor superior a um milhão de euros para fornecer entidades públicas.


Segundo o levantamento feito pelo Negócios no portal Base, desde Março de 2012 a EDP conquistou abastecimentos do Estado Português no valor de 44,8 milhões de euros. Quase o triplo dos contratos ganhos pelas concorrentes Endesa e Iberdrola, juntas..."


Mexia, Catroga, Celeste Cardona, Paulo Teixeira Pinto, Jorge Braga de Macedo, como diria o Bandarra, isto anda tudo ligado...

 

20
Mar13

Papagaio loiro de bico amarelo

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Como eu tinha dito há uma semana, como eu tinha dito há um ano, como eu tinha dito há dois anos, de repente os figurões da nossa praça iluminaram-se retroactivamente, eles bem tinham avisado que o progra-ma da troika estava mal engendrado, eles bem tinham avisado que as medidas da troika iriam aumentar a recessão, o desemprego, que as receitas dos impostos iriam baixar, tudo eles previram, outra coisa não fizeram do que avisar e prever no tempo que ocuparam, e ocupam, nos meios de comunicação social.

 

Assim, com esta ligeireza, põem-se a salvo de qualquer crítica de também eles, pela formatação da opinião pública, terem a sua quota-parte do estado do país. São os impolutos, os inimputáveis, tal como os governos que aldrabaram o povo vão sendo sistematicamente reeleitos também os papagaios vêem os seus lugares garantidos saltitando de estação em estação, os espectadores, os ouvintes ou os leitores é que têm cabeça dura e nunca foram capazes de os acompanhar. Temos mesmo já papagaios entre os papagaios, especializaram-se, são disputados pelas estações de tv, tornaram-se exemplo a seguir pelos jovens aspirantes que lhes copiam os tiques, a arte da mentira, o larvar sorriso quando apanhados a nu, rapidamente se juram vestidos da cabeça aos pés com as melhores marcas de vestimenta, mostram as etiquetas como quem apresenta o diploma do curso tirado na mais prestigiada universidade, atrofiando o pacato cidadão já às voltas com outros aldrabões no governo. Nasceram com a ciência feita, para eles tudo é exacto, tudo está sempre certo, têm pena, muita pena, dos que como eles não conseguem ver, consideram-se ungidos pela ciência do saber, eleitos para guiar o cidadão comum, mais ainda se for cidadão-eleitor.

 

Até há uns tempos preparavam as suas intervenções e perorações nas instalações do partido, agora encurtaram caminho e fazem-nas ao vivo nos próprios meios de comunicação social. Deslumbrado o cidadão-eleitor assiste fascinado semana após semana, zapping após zapping, às vezes desconfia mas a convicção dos papagaios acaba sempre por se lhe impor, principalmente quando sacam do argumento letal: eu já tinha avisado!


Atarantado o cidadão emudece, encolhe os ombros, solta um " ah, pois, às tantas..." e recosta-se no sofá que entretanto vai começar o próximo episódio da quarta telenovela do dia.

 

19
Mar13

Golpada

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Anda meio mundo atónito com a decisão do "directório" taxar os depósitos bancários de Chipre, até boa gente normalmente atenta às golpadas da direita neoliberal parece não se dar conta do que verdadeiramente sucedeu. Num golpe de asa, perante o descalabro anunciado, essa mesma direita neoliberal tratou de proteger os seus ao fazer repercutir por todos os pequenos aforradores cipriotas o encargo de salvar um dos seus emblemáticos offshores, foi apenas disto que se tratou, o resto é conversa para boi adormecer.

 

Uma vez mais o peão é empurrado pelo rei no tabuleiro de xadrez em jogada temerosa, o mais natural é perder a cabeça, salva-se um offshore e dá-se emprego a uma data de analistas políticos, jogada de mestre, a comédia continua. Na terra onde nasci há uma expressão que caracteriza bem o que se está a passar: "é como quem limpa o cu a meninos..."

 

Depois disto tudo ainda haverá quem não acredite que nos tempos que correm o dinheiro está melhor protegido por uma caçadeira de canos serrados?

 

14
Mar13

Chico I, o obscurantismo está de volta

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Sabem-na toda, apostaram as fichas todas em Jorge Mario Bergoglio. O nicho de mercado católico, embora grande, da América-latina já conheceu melhores dias, nos últimos anos têm sido às mãos cheias as ovelhas que se têm posto a milhas do rebanho. Qual jovem, qual renovador? A aposta é na continuidade, no conservadorismo, no obscurantismo, é preciso um pastor hábil na arte do pastoreio, um genuíno Border Collie, que consiga levar para o redil as ovelhas tresmalhadas. O tamanho do rebanho por aquelas paragens tem diminuído a olhos vistos, por alguma razão soaram todas as sirenes de alarme, é uma eleição feita à medida, faz-me lembrar a atribuição de certos prémios da "liberdade", da "paz" e similares, que de vez em quando recaem sobre personalidades destinados unicamente a "mexer com as águas" de alguns países, antes de ser já o eram.

 

Mas se Jorge Mario Bergoglio é bem conhecido por aquelas paragens não é pelas melhores razões, o seu envolvimento com a ditadura militar é sobejamente conhecido, que o digam os padres jesuítas Orlando Yorio e Francisco Jalics que foram raptados em 1976 pela marinha da ditadura argentina com a complacência do agora Papa Francisco I, por se recusarem a deixar de prestar apoio aos mais desfavorecidos das favelas. Foram abandonados num campo cinco meses mais tarde, drogados e seminus. A acusação formal foi efectuada em 2005, respondeu em 2010, depois de se ter recusado por duas vezes a comparecer no tribunal, remetendo-se a respostas evasivas o tempo todo. O livro "O Silêncio" do jornalista Horacio Verbitsky é esclarecedor quanto ao seu envolvimento e à sua postura ultraconservadora.

 

Não há dúvida, esta gente não brinca em serviço, aí está um Papa à medida da antiga América Latina, vai realizar muito "trabalho" por aquelas bandas.

10
Mar13

O homem das pizzas a quem o Estado paga salário de deputado

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Decididamente perderam qualquer réstia de pudor que ainda lhes restasse, Helder Amaral, assim dá pelo nome o espantalho do CDS que resolve eriçar o pouco cabelo que lhe resta e vem apregoar que a CGTP está a fazer o frete aos privados com a greve no sector dos transportes.

 

O sujeitinho que senta a bunda numa das duas bancadas parlamentares que estão a destruir tudo o que resta do sector público goza com o pagode ao afirmar que está preocupado com as eventuais fugas dos utentes dos transportes públicos para o privado. Enganou-se apenas no timing, o dia do palhaço é só em Dezembro.

 

09
Mar13

As exéquias continuam, o rosário também

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Interminável o velório de Hugo Chavez, um após outro, a fina flor dos comentadores e politólogos nacionais desfila nos três canais generalistas por cabo, invariavelmente o mesmo discurso, a mesma análise, o mesmo ódio, o mesmo preconceito. Logo à cabeça a acusação de falta de liberda-de de expressão e controlo da comunicação social curiosamente num país em que a esmagadora maioria dos órgãos de comunicação social estão nas mãos do sector privado ligado e afinado com os tempo e modo das ditaduras, do colono espanhol e norte-americano. Uns após os outros destilam o mesmo fel sem se darem conta que por trás vão passando as imagens de centenas e centenas de milhares de pessoas que querem prestar a última homenagem a Hugo Chavez, o ditador que "contra" eles governou...

 

Falta de liberdade de expressão, controlo dos meios de comunicação social? Lá ou cá? É que até agora não vi nesses canais um único analista fora do espectro dominante.

 

Governar contra o povo? Lá ou cá? Enquanto por aqui se atiram, com desprezo, as pessoas para a pobreza a Venezuela de Chavez passou de 62% de cidadãos que viviam abaixo do limiar de pobreza para 31% de venezuelanos pobres, contas de 2011.

 

A governação foi um desastre? Cá ou lá onde a riqueza per capita subiu de 3.257 dólares para 10.809?

 

Uma terra de miséria? Cá ou lá onde o PIB, quase quadruplicou de 82 mil milhões de euros em 2003 para os 316 mil milhões em 2011.

 

Aos mais apressados em juízos primários desde já aviso que estes números não são meus, são do Banco Mundial.


É um completo rosário de críticas, onde só vêem o desastre a ONU consegue ver no Índice de desenvolvimento Humano, por ela compilado, e que agrega indicadores económicos, sociais, educacionais e sanitários na Venezuela passar de um valor de 0.656 em 2000 para 0.735 em 2011 o que a torna no 73º país mais desenvolvido do mundo, bem à frente de nações como o Brasil ou a Turquia.

 

A dívida externa aumentou, apontam com o dedo hirto mas trémulo, ironicamente longe, bem longe da dívida do país onde se fazem estas tortuosas críticas e longe também de outras nações petrolíferas que viram igualmente baixar o preço do petróleo como a Arábia Saudita um dos seus países de referência e sempre a salvo de qualquer crítica.


As forças que têm governado aquele país, sentenciam, são um fracasso político, dito por gente assim tão erudita torna o fracasso maior, ora toma. Porém a crítica que me fica mais no ouvido é o facto de "parte dos proveitos do petróleo ser delapidado (sic) em políticas sociais com os mais pobres". Heresia pois claro, os lucros do petróleo deixaram de correr para os bolsos dos mesmos de sempre que, verdade seja reconhecida, atiravam umas migalhas aos láparos que lhe limpavam o traseiro nos órgãos de comunicação social. Cegos, não conseguem compreender porque se junta aquele mar de gente no funeral de Hugo Rafael Chavez Frias. Cegos, não conseguem entender por que foi o projecto de sociedade que defendem sistematicamente derrotado nas urnas por Hugo Chavez.

 

A Venezuela até poderá dar alguma cambalhota nos tempos mais próximos mas lembrem-se de uma coisa, existe um vasto sector que acedeu pela primeira vez ao direito à escolaridade e à educação, esses por certo terão uma palavra a dizer no futuro da Venezuela, estão a aprender a ler, a escrever, a formarem-se, demasiado tarde para lhes retirarem esse direito, o tempo do obscurantismo está decididamente a ficar para trás, a liberdade está a passar por ali.

 

08
Mar13

«Ninguém quer um país pobre, mas o ideal era que os salários descessem»

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Se dúvidas restassem do que o espantalho que faz de primeiro-ministro disse sobre o salário mínimo, que obrigou os deputados das bancadas da maioria a arriscados números de contorcionismo, aí está o ideólogo do regime a dissipá-las, Passos Coelho disse mesmo o que toda a gente ouviu e é António Borges que agora deita mais uma acha para a fogueira onde nos fazem arder ao afirmar, quase soletrando, que "ninguém quer um país pobre, mas o ideal era que os salários descessem", como se os salários reais não estivessem permanentemente a descer desde que tomaram as rédeas do poder.

 

São estes os verdadeiros artistas, o palco é todo deles. O Dona Maria ardeu que nem um tição nos idos de 64 e não há uma alma que pegue fogo ao teatro onde esta gente não pára de representar. Umas pateadas de vez em quando é o mais que se tem visto, e ainda há quem teime organizar o Fantasporto por estes dias esquecendo-se que país inteiro já assiste a um filme de terror o ano todo.

 

07
Mar13

O festim dos urubus

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Ainda só passou um dia desde o anúncio da morte de Hugo Chavez e já dá para ver claro que as críticas que lhe são dirigidas são não só em maior número mas mais intensas, rasteiras e execráveis do que em vida, diria mesmo que alguns fazem questão de se rebolar sobre o seu túmulo, embora este esteja ainda vazio.

 

Só um tolo, só uma alma perfeitamente distraída não vê que  esta crítica desesperada não é dirigida a Chavez mas a todos quantos ousaram na América-Latina libertar-se do jugo de séculos, daí que também não admire que as manifestações de maior pesar venham daqueles países que como a Venezuela iniciaram o longo caminho para a libertação, Argentina, Brasil, Bolívia, Equador, Uruguai, Cuba, Peru ou Nicarágua.

 

Os próximos tempos serão por certo de tensão na Venezuela, os verdadei-ros caudilhos, os que durante séculos a despojaram dos seus recursos naturais espreitam de novo a sua oportunidade, as "movimentações" de dois adidos da embaixada norte-americana no seio das forças armadas venezuelanas, o que acabaria por os levar à expulsão do país, são um claro indício de que o Tio Sam quer recuperar a todo o custo aquela parte do seu quintal, assim como é normal ver-se o folclore do costume, dançam e cantam sobre a campa daquele que ousou seguir as pisadas de Simon Bolívar ao querer uma Venezuela verdadeiramente livre, livre do jugo dos ex-colonos e dos arietes do "patrão" do Norte.

 

Lá como cá a mesma tristeza de alma, a hora continua a ser dos urubus, quanto mais a carne apodrece mais eles rejubilam, esquecem provavel-mente que a terra que recolherá o corpo de Hugo Chavez recolherá também a semente de liberdade que aquele corpo também carrega, o futuro acabará por certo por o demonstrar.

 

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