Aí está de novo no governo o partido de Berlusconi, depois de um "acordo" com o partido mais votado nas últimas eleições italianas, o Partido Democrático (PD). O novo governo chefiado por Enrico Letta (PD) terá como vice-primeiro-ministro e ministro do Interior Angelino Alfano, o braço direito de Berlusconi, o rosto político da camorra.
Dir-me-ão alguns de vocês que aqueles italianos são um caso aparte, muito sui generis, que por ali nunca será de estranhar que aqueles que levaram o país a um beco sem saída possam estar de novo e tão depressa no poder, talvez sim, mas olhem que a coisa não é assim tão terra a terra se atentarmos que na Islândia se está perante o mesmo cenário, isto é, os dois partidos que levaram aquele país à bancarrota são os mais votados nas eleições legislativas naquele país, segundo as sondagens à boca das urnas, isto apesar da economia ter crescido 1,6% em 2012 e o desemprego ter descido de 12% para 5% em dois anos, como que a dar razão ao ditado que diz que "o cavalo sempre volta à sua baia". E ainda há quem teime em afirmar que o povo tem sempre razão, sim abelha, a maior parte das vezes entretém-se a dar tiros nos pés com a única arma de que dispõe.
Mais um buraco de cerca de dois mil e seiscentos milhões de euros, coisa pouca, nada que os salários da função pública ou as pensões de reforma não possam resolver, em último caso atira-se a culpa para cima do Tribunal Constitucional.
Por algum motivo acabam sempre nos governos, adoram jogar ao Monopólio, principalmente se for com o dinheiro do Estado. Paulo Braga Lino e Juvenal Silva Peneda, agora ex-Secretários de Estado, depressa serão nomeados para a gestão de uma empresa pública como prémio por terem esbanjado as fichas todas da Metro do Porto onde abriram um buraco de 850 milhões. A senhora que também jogou ao Monopólio na REFER continua sob a asa protectora de Vítor Gaspar por sinal o mais viciado neste tipo de jogo e disposto a apostar o país inteiro.
O palhaço do boneco acima resolveu vir a público num artigo de opinião ameaçar votar no Tiririca se Passos Coelho e António José Seguro não se entenderem, que não seja por isso, que aproveite, que aquilo a que ele chama Tiririca é o cabeça-de-lista à Assembleia Municipal do Porto nas próximas eleições autárquicas na lista apadrinhada pelo CDS e que leva por nome Daniel Bessa, por sinal mais um dos ministros que conduziram o país a esta desgraça. Força homem, faça uma cruzinha na testa!
Ele aí vai, mais um, Pedro Lomba nomeado Secretário de Estado Adjunto do Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional. E interrogam-se vocês por que é que eles se esgadanham tanto no comentário político.
Uma das características do bom comentador é inata falta de memória, Pedro Lomba é apenas mais um que se alambaza no queijo, nada que o incomode, traz sempre consigo um moleskine onde vai apontando umas notas do que de mais importantes vai debitando regularmente nos jornais e nas tvs. Será que ainda lá tem esta que escreveu em 2010 no Público?:
"Nesta História do regime, pelo meio foi crescendo a última dinastia: os "chefes de partido", políticos puros formados nas jotas, nos gabinetes ministeriais, nas clientelas, no mercado dos lugares. Com Sócrates, o primeiro que não possui nem a autoridade dos históricos, professores ou discípulos, esta escola sectária e partidocrática começou a mandar no país. Talvez fosse uma fatalidade."
Vêem como dá jeito ter falta de memória? Quem havia de dizer que o rapazinho acabaria a comer na mão dum "chefe de partido formado na jota"?
Diz o Vítor Dias do "Tempo das Cerejas", numa alusão a Vítor Gaspar, que "até aos malfeitores políticos se deseja boa saúde e longa vida", permito-me discordar frontalmente com tal asserção desde logo porque não sou crente e nunca dou a outra face quando a que tenho está severamente castigada, os crentes que vão a Fátima, a pé ou de joelhos. Esse "malfeitor político" a quem Vítor Dias "deseja" boa saúde e longa vida é um dos principais responsáveis pelo encurtar da esperança de vida de muitos portugueses e por igualmente atentar contra a saúde de outros tantos, pelo que da minha parte o máximo com que posso condescender é que morra de causas naturais, mas depressa, cada dia que passa é mais um prego no caixão do vulgar cidadão do país que o mesmo malfeitor resolveu encerrar dando ordens para se cortar nos agrafes e no papel higiénico, ao mesmo tempo que atribuia um salário superior ao do Presidente da República (10.000 euros), despacho da semana passada, a mais um dos muitos boys com que encheu a administração pública. Claro que o boy tem nome, João Moreira Rato, e o tal salário é ainda retroactivo a 2 de Setembro do ano passado pelo desempenho do cargo de presidente do IGCP.
É mais do que óbvio que não são salários como este que preocupam Vitor Gaspar, o que verdadeiramente lhe dá azia são os salários e pensões de 1.300 euros ou o subsídio de desemprego do desgraçado que teve a desdita de ficar sem trabalho.
Noutros tempos loucos como ele eram metidos em camisas-de-força e encerrados em manicómios, actualmente vão para ministros. Garantem-me que já se percorreram imensos museus e nem uma camisa-de-força foi encontrada, à cautela terão sido todas destruídas, deixem-se de merdas não levará assim tanto tempo a costurar uma nova, utilizem tela grossa, correias bem fortes e internem o homem antes que ele nos interne a todos nós.
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