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Salvo-conduto

A erva daninha cresce todos os dias

A erva daninha cresce todos os dias

Salvo-conduto

25
Jun13

Com o freio nos dentes

salvoconduto

 

 

Depois de há uns anos ter recebido mais de meio milhão de euros de indemnização após seis meses como administrador na Caixa Geral de Depósitos, João Coutinho acaba de ser de novo nomeado para a administração daquele banco por Passos Coelho, provavelmente a esta hora estará já a esfregar os dedos a fazer contas a uma futura indemnização, no problemo dirão alguns, desde que não saia do bolso deles, do deles não sairá, do meu já estou habituado, bem vistas as coisas a culpa será sempre dos funcionários públicos ou dos reformados.

 

Encanito quando leio textos que trazem no rodapé a nota de que o mesmo foi "escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico", dão-se a esse cuidado mas já se não dão ao cuidado de não utilizar palavras que deixaram de fazer parte da língua portuguesa, tais como ética, pudor ou até mesmo vergonha.

 

Encanito igualmente com as empresas que elaboram códigos de conduta para os seus trabalhadores (vulgo colaboradores), a Caixa por sinal tem um, que dirá quem ali trabalha quando vir entrar porta dentro alguém que dali sacou meio milhão de euros de indemnização para se manter afastado? Se ainda lá trabalhasse sei as palavras que usaria, por certo nada consonantes com a nova língua portuguesa, mas que são garantidamente genuínos vocábulos da língua de Camões, Bocage, Saramago ou Fernando Pessoa.
 
Se vão na rusga tomem cautela, as cavalgaduras estão com o freio nos dentes.

 

23
Jun13

Da vodka com laranja à aguardente de medronho

salvoconduto

 

 

João Assunção Ribeiro é um rapazola com jeitinho para a dança, já alguém lhe chamou o "Fred Astair de Setúbal", velhaco e bailarino mesmo não sendo baixinho, acusa o PCP de dançar o tango com o PSD ao mesmo tempo que bebem "vodka com laranja".

 

Na convenção autárquica do PS, Inflamado, sob o efeito dos vapores da aguardente de medronho, com o coração a sair-lhe pela boca debitava que "o PCP é um partido de bairrismos pouco saudáveis, de nacionalismos oportunistas, rasga contratos, não quer pagar dívidas, não tem ponta de modernidade, ficou para trás na História, confunde individualismo com autonomia individual. O PCP é um partido castrador das liberdades e da emancipação dos jovens, sendo um explorador do medo e da inse-gurança."

 

Demonstrando que abusou desalmadamente do medronho continuou, como se o PCP tivesse governado o país nos últimos anos: "o legado do PCP que vejo é o do desemprego, o da dívida, da falta de qualidade democrática, do atavismo, do conservadorismo e do sectarismo. O PCP é hoje um obstáculo ao progresso e ao investimento" para de imediato e após um inevitável soluço, raio do medronho, acrescentar que “o PS não esconde os seus símbolos, outros têm vergonha. Temos orgulho no trabalho dos nossos autarcas", ora toma, clarinho como a água, estão a ver como o medronho mata? Mata o raciocínio, mata a clareza das ideias, por falar em mata, será que ele ainda se lembra de Mata Cáceres autarca do PS que dirigiu, e não deixou saudades, a própria câmara a que agora se candidata? No meio dos vapores conseguirá lembrar-se a que partido pertencem ou pertenceram Fátima Felgueiras, Narciso Miranda ou Manuel Seabra? É deles que ele tem orgulho?

 

Espraiou-se na franqueza e ali deixou para as pessoas mais distraídas que "o combate ao PCP é tão ou mais importante do que esse combate à direita, porque é um combate pela liberdade política. Combatemos a direita que ignora direitos constitucionais, mas também combatemos a esquerda que atropela direitos civis e políticos".

 

Danças bem, às vezes tropeças, és jovem, rapazola, dirás que não é do teu tempo quando, com Cavaco Silva na liderança do PSD, o PS se coligou com o PSD em 40 (quarenta) autarquias com o objectivo único de retirar a maioria à APU que então as conduzia. Por certo continuarás a afirmar que o PS não esconde os seus símbolos, que não tem vergonha, mas olha que é isso mesmo, falta de vergonha. Cuida-te João, é tramada a aguardente de medronho, rebenta-te com o fígado e embrulha-te os pezinhos na dança.

 

21
Jun13

Nem São João escapa

salvoconduto

 

 

São João só mesmo por obrigação, o santo dele é São Cristóvão, se pudesse declarava feriado municipal o dia das corridas de automóveis que há alguns anos promove, quem sabe até feriado religioso. Como não pode acaba com o de São João, argumenta que esta coisa não está para grandes gastos ou folias, as corridas, bem isso aí, segundo ele é receita, tudo lucro, faz bem às vistinhas e não cheira a sardinha. Gosta mais do cheiro a borracha queimada e a gasolina com muitas octanas, há quem já o tenha visto com uma brutal ressaca depois de ter exagerado na inalação.

 

Só o diabo sabe o que ele sofre por ter que fazer concorrência a Menezes no fogo-de-artifício na noite de S. João, mas sonha, sonha todos os anos que poderá ser desta que o belzebu lhe dará uma alegria, que os foguetes caiam incandescentes no outro lado do rio incendiando o povaréu, chega mesmo a imaginar-se tal e qual como Nero, do lado de cá da ponte a ver Gaia arder, diz que era a melhor festa de despedida que lhe poderiam fazer, enquanto tal não acontece vai de novo prá cascata dar corpo ao boneco do cagão, cascata que se preze tem que o ter.

 

Não abusem nas sardinhas, custam os olhos da cara e o subsídio só lá para Novembro ou Dezembro. Está bom é para olhar para o balão, o pior é o torcicolo...

 

17
Jun13

Greve?

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À segunda não, à terça muito menos, à quarta nem é bom pensar, à quinta nem ao diabo lembra, à sexta não dá jeito, ao sábado é dia de descanso e ao domingo vá de retro que é dia do Senhor, talvez num dos outros dias.

 

Desdobram-se os "piquetes", desgraçados nem à missa puderam ir, ah e tal greve é um direito, mas porque não para o ano, ou no outro, ou melhor ainda no outro? A greve é um direito, um direito que não dá jeito.

 

14
Jun13

Pimp

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Se algum dia alguém perder a cabeça com Camilo Loureço confesso que não me admirarei, no fundo faz por isso, parece um toureiro que se vai deliciando a espetar bandarilhas e que depois se admira ou geme quando leva uma cornada. Lançou ontem mais uma provocação reles, o homem é reles dos pés à careca. No jornal onde escreve declara-se agastado com as gerações que não se submetem docilmente aos ditames emanados pelo governo em nome da crise, não compreende como é que as pessoas se lamentam quando lhes cortam nos salários ou lhes aumentam os impos-tos, diz que não entende a resistência aos sacrifícios impostos pelo programa de ajustamento.


Claro que a Camilo Lourenço não lhe falta o pão à mesa, provavelmente não terá que acudir aos seus, tem jogo de cintura q.b. para que a crise não lhe bata à porta, é bem pago para escrever coisas como esta, porém a história ensina-nos que em determinados momentos, quando o copo fica cheio a paciência das pessoas esgota-se e quando teimosamente a última gota cai, o copo transborda, no meio da enxurrada os camelos afogam-se, saberá o Camilo nadar? É que não será suficiente passar provocadora-mente por entre os pingos da chuva, o touro quando marra não olha a guarda-chuvas, e deixem que vos diga nesta coisa de touradas torço sempre pelo touro.

 

13
Jun13

Vai trabalhar?

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Não, não alinho no coro de indignação que se levantou quando se soube que um cidadão de Elvas foi condenado a pagar mil e trezentas mocas por ter insultado aquele a quem o outro chamou palhaço, alegadamente por o mandar trabalhar. Decididamente o cidadão perdeu a cabeça, não se podia ter ficado pelos mimos que podem ser dirigidos a Cavaco, como "incompetente" "demita-se", por exemplo, tinha mesmo que o mandar trabalhar? Então não se tinha já Cavaco reformado, não uma mas duas vezes? Não se reformou da própria situação de reforma enclausurando-se no convento de Belém, onde terá jurado silêncio e abstinência?

 

Mandá-lo trabalhar? Em Belém? Não teve Cavaco o voto popular antes de se remeter à clausura? Passa a velha o dia inteiro a esfregar-lhe as mãos com creme nívea para evitar qualquer calosidade e vem agora um qualquer cidadão mandá-lo trabalhar? Em que estaria verdadeiramente a pensar? Avançou com alguma sugestão? Tratar das plantas do convento? Despedia o jardineiro? Encher chouriços? Despedia o cozinheiro?

 

Humpf, até me sobem os calores à cabeça, decididamente o cidadão faz o jogo do governo, vejam só, não foi Isabel Jonet que mandou os desempregados limpar as matas? É certo que ninguém a condenou a pagar uma multa, mas vem agora o cidadão dar pretexto ao governo para mandar também os reformados limpar as matas, ou sabe-se lá que mais, com um boné branco da APRe? Vá de retro! Bem vistas as coisas a multa de 1300 palhaços ainda poderá ter sido curta. Vamos lá a usar melhor a imaginação, essa de o mandar trabalhar só lembraria mesmo ao diabo, já vai tarde, é burro velho.

 

13
Jun13

Continua o regabofe

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Ameaçaram e de que maneira, parece que ainda estou a ver Vítor Gaspar e Maria Luís Albuquerque gritar, "deslarguem-nos, deslarguem-nos que nós vamos parti-los todos, vamos pô-los em tribunal". Referiam-se entre outros ao JP Morgan, o banco norte-americano que tem ganho uma pipa de massa com os contratos de swap arquitectados pelos seus testas de ferro nas empresas públicas nacionais.

 

Acabado o número de circo, Vítor Gaspar e Maria Luís Albuquerque entregam agora a assessoria para a privatização dos CTT precisamente ao JP Morgan e para que não haja algum ranger de dentes a nível interno escolhem o escritório de advogados de José Miguel Júdice e Morais Sarmento para assessores jurídicos da empresa no processo de privatização.

 

Ganham todos, o governo que vê cumprido mais um ponto da sua agenda ideológica, ganha o JP Morgan, como recompensa pela realização dos chorudos contratos de swap, ganha um dos escritórios de advogados que mais se especializaram na passagem para contratos blindados da maior parte dos cambalachos realizados em Portugal e ganha o país, sim o país, não é em "nome do país" que são feitos todos estes cambalachos? Viver não custa e vocês decididamente não aprendem, não é por acaso que o outro já diz que se vai recandidatar nas próximas legislativas...

 

11
Jun13

De capataz a cangalheiro

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Utilizaram os fundos comunitários para destruir a indústria, a agricultura e as pescas, duas décadas e meia depois utilizam de novo os fundos desta vez para pagar despedimentos. Talvez por isso por isso o capataz tivesse necessidade vir ontem a público, no dia da "raça", afirmar que a agricultura está bem e recomenda-se, como se o país fosse capaz de esquecer que foi ele que a destruiu.

 

O pouco que a agricultura possa recuperar é feito ao arrepio do governo que desesperadamente suporta, não são conhecidas medidas de apoio, que se conheça a única política da terra deste governo é da terra queimada.

 

09
Jun13

V de vendetta

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Nuno Cardoso está de volta, a vingança serve-se fria, ou pelo menos quando se pode, um tiro dois melros, vinga-se daqueles que no interior do PS lhe tiraram a rede há uns anos e ao mesmo tempo paga os favores a Filipe Menezes pelos contratos por ajuste directo que efectuou na Câmara de Gaia.

 

Deu a cara no lançamento da pré-campanha de Menezes que, ainda pendente da validação da sua candidatura à Câmara do Porto, corre processo nos tribunais, preocupado também com a mossa que lhe possa provocar a candidatura de Rui Moreira achou melhor jogar pelo seguro e lançou a lebre, Nuno Cardoso, sabendo de antemão que irá provocar estragos quer na equipa de Pizarro quer na de Rui Moreira.

 

Cardoso que é mestre, principalmente na área dos "negócios", quem não se lembra dos cambalachos em torno dos terrenos das Antas e do Futebol Clube do Porto, não deixará de cumprir a regra e esquadro o papel que agora Menezes lhe atribui, até porque sabe que este não deixará de o recompensar com novos contratos na edilidade do lado de cá do rio, é a crise, há que fazer pela vida.

 

Bonito, bonito, era ver os tribunais recusar a candidatura de Menezes, aí invertiam-se os papéis, Nuno Cardoso seria de imediato apoiado por Menezes, talvez sem empenhamento público, para não hostilizar as hostes do PSD aonde ainda espera voltar a ser figura primeira ou então o filho a quem vai transmitindo o saber acumulado. Ora aí está mais uma cena que pago para ver. Mas também vos digo, entre Menezes, Pizarro, Moreira ou Cardozo, venha o diabo e escolha, farelo do mesmo saco.

 

Nuno Cardoso justifica-se, diz que sentiu um "impulso", que foi isso que o levou a candidatar-se. Depois das palavras de Cavaco sobre Nossa Senhora de Fátima terá começado a prestar mais atenção às mensagens do etéreo, garantem os mais próximos que quando ouviu ou sentiu o tal "impulso" saiu porta fora a gritar: "Senhor, Senhor, estou curado!" Consta que até a gaguez desapareceu, agora paga promessa. Vêem por que é tão importante Nossa Senhora de Fátima no contexto político nacional? Nunca se esqueçam, em política o que parece, é.

 

07
Jun13

O momento zen de Nuno Crato

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O diálogo aconteceu esta semana na tvi 24, Paulo Magalhães entrevistava a figura que tem a seu cargo o Ministério da Educação, à medida que este ia respondendo mais me incomodava as meninges, ainda bem que não tinha o comando à mão, aguentei feito Carvalho Araújo ou pelo menos a estátua que o homenageia na terra onde nasci, saí de lá há umas dezenas de anos mas ainda lá está, firme. Carvalho Araújo também arrostou estes anos com toda a espécie de intempéries mas mantém-se de pé e de punhos cerrados, feita esta circunvalação vou directamente à única parte do diálogo que me fez arrancar um sorriso, de escárnio? Creio que não, mas aqui fica. Começou assim, blá, blá, blá, esta parte já vocês estão fartos de ouvir, até desembocar, não me perguntem como nem porquê, neste momento delicioso:

 

Nuno Crato - ... (estes três pontinhos aqui à esquerda é aquela parte do blá, blá, blá) alargámos os chamados quadros de zona pedagógica para uma zona mais ampla, o que irá permitir que os professores possam ser deslocados em regime de mobilidade... (estou a citar de memória).

 

Paulo Magalhães - essa zona mais ampla, se não estou em erro, pode ir até 200km, é um pouco puxado.

 

Nuno Crato - pode ser um bocadinho puxado, está a falar naturalmente do Alentejo, que é uma zona ampla.

 

Paulo Magalhães - oh Sr. Ministro, 200km são 200km, no Alentejo ou noutro sítio qualquer.

 

Levantei o sobrolho, Crato continuava com a mesma cara de pau, não terá ficado convencido, também é dos que pensam que por aqueles lados é só "camelos", quilómetros e quilómetros de areia, o deserto como caracterizava o Lino.

 

Se o virem algures por essa banda com uma fita métrica na mão não estranhem, "números" é com ele, não acredita de todo que 200km ali sejam iguais ao do resto do país, vão ver que depressa estará de volta com as provas na mão.

 

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