Até palhaço lhe chamaram, acusaram-no de não falar, ora aí está ele a refutar tais acusações, Cavaco Silva é desse senhor que estou a falar, a quebrar o alegado silêncio e a carregar nas tintas da forma que só ele sabe ao mesmo tempo que aperta uma suposta bolinha vermelha que o outro lhe colocou no nariz. Julgavam vocês que ele só se preocupava com a reforma da velha que vive com ele? Nada de mais errado, acaba de manifestar-se igualmente preocupado, quiçá indignado, pelas crianças, as criancinhas que são vítimas do sequestro de Mário Nogueira, chega a temer que este as possa fazer desaparecer ao pequeno-almoço no dia de greve. Cavaco não facilita e atira-se a eles, aos sindicatos claro, como se radicais islâmicos se tratasse, nunca fiando, as crianças primeiro.

Preocupa-se que os alunos não sejam alvo de avaliação na data prevista mas dá de barato que os pais dessas mesmas crianças possam ser despedidas e lhes falte com o sustento. E Miguel de Sousa Tavares ainda lhe tem que pedir desculpa? Pela vossa rica saúde metam o traste outra vez no armário, fechem-no à chave e deitem a chave fora, por certo que as crianças vos ficarão eternamente agradecidas.

Não havia palco para onde não fosse convidado, António Saraiva, o presidente da CIP, adorado e bajulado, era dado como exemplo ao país do verdadeiro sindicalista, o único a atingir a perfeição, só ao alcance dos eleitos, ao transformar-se em patrão dos patrões, até que um dia começou a "mijar fora do penico", alguma das vezes em pleno "templo sagrado", a sede da concertação social, coisas da próstata ainda argumentavam alguns, heresia acusavam logo outros, não lhe perdoam a fraqueza e há já quem o queira ver amarrado ao pelourinho, hesitam apenas entre a fogueira ou a degola.

O seu momento supremo foi quando fez parar o país, de taça de champanhe numa mão osculava João Proença ao mesmo tempo que lançava um olhar carregado de cumplicidades ao ministro Álvaro Pereira que inebriado bebia directamente pela garrafa. Mas as cumplicidades desfazem-se a cadaa dia que passa. Se com alguma dificuldade consegue entrar na sala da concertação social não tarda em ver os ministros voltarem-lhe ostensivamente as costas, deixou de ser um par entre os pares. A maior desfeita faz-lha Camilo Lourenço, também tu bruto? Camilo que outrora o idolatrara é quem mais fundo lhe crava a faca nas costas. Utilizando a pena no espaço que alguns afortunados ainda compram, não só desanca como incentiva a que outros igualmente desanquem, a heresia tem que ser castigada, uma vez feito patrão não há caminho de regresso e António Saraiva tinha obrigação de o saber, ou não fosse assim na loja maçónica que dirige. Com o ministro de costas voltadas, aposentado que foi João Proença, António Saraiva sente-se só, terrivelmente só, será que ainda lhe resta algum jogo de cintura? Os tempos mais próximos por certo o esclarecerão, pago para ver.

 O que custa é viver no meio desta gente.

Carlos Abreu Amorim anda em maré de azar, depois do vómito sobre Gaspar, da patética entrada no Twitter incitando os "magrebinos" a curvar-se perante a "Glória do Dragão", vê a terra fugir-lhe debaixo do pés, parece que alguém lhe rogou uma praga, não consegue acertar uma, rodopia, rodopia, mas o mais que consegue é ficar cada vez mais zonzo.

Como se não bastasse os percalços no futebol juvenil, no hóquei ou no andebol, até parece que alguém aproximou um extintor da boca do dito dragão, nem bufa nem cospe fogo, cai-lhe agora em cima uma sondagem que o atira para fora da discussão da luta pela presidência da Câmara de Gaia. Vai precisar de fazer muita ginástica já que a cena de malhar no Gaspar está estafada, todo o gato-pingado se benze e o arrenega quando com ele se cruza.

Carlos Abreu Amorim não prima pela imaginação, será mais do que certo estar à beira de um ataque de nervos, ouso mesmo vaticinar que não tardará em cair nas mãos da bruxa, é a vida.

A situação da CGD não tem sido famosa nestes últimos anos, tem pago a factura dos aventureiros, jogadores de casino, que têm passado pelo seu conselho de administração, das querelas de um modelo de gestão bicéfala que já deu provas de ser um dos focos de desestabilização daquela empresa. Por ali tudo se omitiu para beneficiar os amigos, em algum lado eles teriam que encaixar. A cena repete-se uma vez mais, a dupla Passos-Gaspar promove uma OPA do Banco Central sobre a CGD, manda às urtigas tudo o que até agora tinha dito sobre o apoio da Caixa às PMEs, coloca os mais próximos de Gaspar no órgão de gestão daquele banco, dando de barato a falta de competências para o ramo dos nomeados.

No fim, no fim, ainda hei-de ver Passos e Gaspar acusar os trabalhadores de serem responsáveis pelo estado de degradação do banco público. No fim, no fim, ainda hei-de ouvir dizer que para evitar males maiores será necessário despedir umas centenas ou milhares e privatizar a CGD. Apontem aí que mais à frente conferir.

A criatura que lidera os destinos da Turquia e que oprime o povo Curdo foi lesto a intitular-se defensor da liberdade quando rebentou a guerra na Síria, tomando desde logo partido pelos grupos mais radicais, agora que a castanha lhe rebenta nas mãos com as manifestações que vão alastran-do a todo o país usa a pimenta para consumo interno mas sob a forma de gás a que junta também gás lacrimogénio que descarrega com abundân-cia sobre os manifestantes, de tal forma se já ganhou a alcunha de "gasman".

Algo me diz que ou arrepia depressa caminho ou ainda vai experimentar o gás "mostarda" do povo que agora selvaticamente persegue, tal como perseguia as liras turcas que lhe renderia a destruição do Parque Gezi, na Praça Taksim, para ali construir uma grande superfície comercial e aconchegar um pouco mais a sua conta bancária, dando de barato que Istambul seja a cidade com menos espaços verdes se comparada com qualquer outra da Europa.

Amor com amor se paga e é agora o ministro da Informação da Síria que vem a público afirmar que o povo turco não merece esta barbárie e que o primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan deve demitir-se se for incapaz de recorrer a meios não-violentos.

"Desejamos estabilidade e calma ao povo turco. Apelamos a Erdogan que mostre sabedoria e que não trate o povo turco da mesma forma que tratou a Síria", para logo acrescentar que a repressão dos protestos pacíficos na Turquia revela que Erdogan está "desfasado da realidade" e que o primeiro-ministro turco lidera o seu país "de uma forma terrorista". Chama-se a isto provar do próprio veneno...