Para o espantalho da administração interna
Por esta altura já meio mundo conhece a situação de oportunismo em que se movimenta Miguel Macedo ministro da Administração Interna. Tendo residência em Lisboa e Braga e aproveitando-se de uma imprecisão da lei mama mensalmente ao erário público 1400 euros como "subsídio de alojamento".
A escandaleira ganhou eco e contornos de que o ministro não estava à espera, a usura foi contada e recontada em centenas de milhares de emails, no Facebook, blogs, jornais, etc.
Incapaz de manter a situação face à repulsa que provocou vem agora a público afirmar que amanhã vai abdicar do subsídio de alojamento, mas deixa claro que o faz por "vontade própria". Felizes daqueles que podem decidir essas coisas senhor ministro, já eu não posso dizer o mesmo. Sem vontade nenhuma da minha parte vão-me ao bolso, sacam-me os subsídios, roubam-me impunemente.
Mas o ministro tem lata, então não se lembra o limpinho de vir dizer que a situação do subsídio não é nova e que está previsto na lei há muitos anos? Pois está senhor ministro, mas é para quem não tem residência em Lisboa, ora vossa senhoria aproveita-se do facto de ter outra em Braga. Deixe que lhe diga que esse aproveitamento ainda é maior quando o senhor e os seu pares roubam descaradamente os trabalhadores deste país.
Diz que vai "abdicar de um direito" que tem? Valha-me Nossa Senhora d'Agrela. Direito tenho eu à minha pensão de reforma, descontei do meu bolso durante 44 anos, agora é o que se vê e vem vossa senhoria falar-me em direito? Qual direito qual torto? Não quer que o mande a lado nenhum?
Senhor ministro, o 13º mês e o subsídio de férias estão há mais tempo na lei e até lhe lembro que já em 1980 o seu guru, Sá Carneiro, fazia publicar um decreto-lei que determina que os subsídios de Natal e de férias são inalienáveis e impenhoráveis.
Vamos ver o que fazem os outros membros do governo que estão na mesma situação. Haja vergonha.