Sem ovo não há galinha, ou será o contrário?...
Pela primeira vez, aparece um sinal mais claro de que as coisas não estão muito bem no seio do Conselho de Administração da Caixa Geral de Depósitos. É o Jornal de Negócios que traz a notícia, ao que parece a Administração do Banco do Estado não estará a encarar com bons olhos que a empresa esteja a ser equiparada a qualquer repartição pública esquecendo-se que a mesma opera no meio de um sector fortemente concorrencial. Eu iria mais longe e diria mesmo que alguém aposta na eliminação da concorrência da Caixa ao sector privado, o que vem no seguimento do post que aqui coloquei a propósito da saída de Jorge Tomé. Foi assim com Cavaco Silva, foi assim com Santana Lopes, é agora com Passos Coelho, os interesses da banca privada primeiro, os interesses do Estado no fim, ainda há alguma coisa para desmantelar.
Por muito que os administradores, que para ali foram numa base de confiança política e de estratégia previamente traçada, queiram seguir as "orientações" do líder do partido há uma coisa a que se arriscam, a ficar na história como os autores directos do descalabro da CGD e isso quer queiram quer não deixa nódoas no curriculum, que a partir daí poderá passar a ser mais compatível com a profissão de coveiro.
Jorge Tomé fugiu a sete pés, faltando saber se discordando deste estado de coisas se indo atrás daquilo com que se compra os melõe$.
No que aos próprios directamente diz respeito em matéria de salários até nem se podem queixar muito já que foram os únicos no banco a beneficiar de um regime de excepção. Cá ficaremos para analisar futuros desenvolvimentos, mas que a coisa está preta lá isso está e a galinha dos ovos de ouro ameaça mesmo ficar decapitada, falta saber por quanto tempo a vão continuar a sangrar...