Os meu fantasmas
Quatro posts atrás espantei-me com a ida do Presidente da Caixa Geral de Depósitos para Presidente da Associação Portuguesa de Bancos, cargo que exercerá em simultâneo, e espantei-me igualmente com o silêncio geral, cheguei mesmo a ficar preocupado não estivesse eu a alucinar e a ver fantasmas onde mais ninguém via. Hoje sosseguei um pouco ao verificar que também João Cravinho se diz espantado com tal decisão e afirma mesmo haver incompatibilidade no exercício dos dois cargos já que há conflitos de interesses. Não tardou muito em saltarem-lhe em cima, podia lá ser de outra forma, a quinta coluna ao serviço de Relvas mantém-se atenta e pronta a disparar sobre tudo o que mexe.
Estando o nosso mercado bancário assente num sistema fortemente concorrencial que interesses irá defender Faria de Oliveira ao leme da APB, os interesses do Estado e da Caixa Geral de Depósitos ou da banca privada? É uma pergunta idiota, eu sei, mas que me perdoem, para onde vai este país quando já nada se questiona? Que me desculpem igualmente os velhos do Restelo, mas não há inevitabilidades, apenas quem cala consente. Desiludam-se aqueles que julgam que Faria de Oliveira para ali vai apenas à procura de mais uns trocos, fiem-se na virgem, quando derem por ela a Caixa já era, o Titanic também era indes-trutível, jaz no fundo do mar e ao fim de cem anos ainda se interrogam como é que foi ao fundo…