Soou o alarme no seio dos construtores e empreiteiros que têm feito negócios com a Câmara de Luis Filipe Menezes.

Há já algum tempo parados, mesmo para eles a crise aproxima-se de mansinho, saltaram para o gabinete de Menezes, "e atão?" perguntam eles. "Calma", recomenda Menezes, "estou aqui a pensar..."

E se melhor pensou melhor decidiu, "vamos construir uma ponte, ou melhor, não uma, não duas, três pontes e um túnel para unir Gaia ao Porto". O funcionário que estava a redigir a acta ainda esboçou "tantas, presidente? A de Dona Maria cai aos bocados abandonada, na do Infante crescem os buracos por falta de conservação..." 

"Escreve, que a conversa não é contigo!". "Não é comigo? Ora essa..." ciciou entre dentes o amanuense de serviço. "Devia receber esta semana o subsídio de férias e nada! Três pontes e um túnel?!" Coçava de novo a cabeça. "Eu sei que votei nele, até foi ele que me arranjou o emprego depois de uma conversa na "concelhia", mas caramba, de que me serve o emprego se eles me continuarem a cortar no salário? Três pontes e um túnel? Ou ele é internado ou o meu salário vai cum caralho, vai, vai..."