O raio que nos parta?
Já anteriormente aqui deixei algumas palavras sobre "l’enfant terrible" do jornal de negócios, Pedro (o) Guerreiro. O puto gosta de mandar umas bicadas mas sem esquecer nunca por nunca o seu lado da barricada. É giro, sem pôr nada de essencial em causa esbraceja e vai fazendo uns editoriais que depressa são devorados e passados de email em email, a malta gosta de comidas apimentadas, veja-se o caso de Medina Carreira, apregoa a desgraça aos quatro cantos do país mas sem nunca beliscar o regime e os responsáveis pela desgraça, não vá alguém lembrar-lhe que também sentou o traseiro na pasta das finanças.
Mas voltando ao menino-guerreiro, às vezes interrogo-me se não será ele o autor do quase permanente roubo de que é vítima a estátua da Maria da Fonte em terras de Póvoa de Lanhoso. Volta não volta o gadanho que exuberantemente empunha numa das mãos vira sumiço e só após longos protestos das gentes da terra é que o presidente da junta ordena que devolvam a Maria da Fonte o artefacto com que ameaçava ceifar a vida de quem ousasse enfrentá-la. Assim parece o puto-guerreiro quando publica mais um editorial no jornal de que é director.
Aí está mais um e uma vez mais faz-se de cego, atira críticas e impropé-rios para o ar, em cima de alguém hão-de cair, "o raio que nos parta" clama ele, "o governo errou, mas o tribunal constitucional errou ainda mais ao abrir a porta aos cortes no sector privado", como eu o compreendo, um homem não é de ferro, quem não se sente não é filho de boa gente, por muito férrea que seja a sua armadura. "Assim também eu vou pagar" esgrime o guerreiro com o gadanho bem afiado, "shame on you" não para de atirar. "Vão incendiar esta merda à boa maneira de Nero" vaticina guerreiro, "vá lá que não nos caiu em cima da cabeça a cabra, os vidros e o arranha-céus" que era o que sucederia se tivessem mandado devolver os subsídios de 2012, condescende guerreiro.
Às vezes o puto alonga-se e acaba por escrever o que não tinha em mente, foge-lhe a esferográfica que se lhe adianta ao pensamento e lá vai revelando que o Governo chegou inicialmente a estudar o corte sobre todos os trabalhadores mas optou por castigar a função pública porque ela "não é a sua base eleitoral".
Aqui é que bate o ponto, Pedro Guerreiro esgrime com o gadanho mas nunca coloca em causa o regime neoliberal que aqui nos trouxe e aqui promete nos enterrar, o raio que o parta a si meu caro Guerreiro.